11-você não sai da minha cabeça

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Pela primeira vez na minha vida, eu soube o que era sentir raiva de verdade, e a raiva que eu estava sentindo, era daquele tipo que só de passar um do meu lado eu já matava. Não estava conseguindo acreditar que em plena luz do dia eu havia sido roubado, e em pleno domingo.


Eu comecei a gritar desesperado, queria correr atrás do imbecil mas não dava, se bem que eu até tentei mas não precisou dar nem o terceiro que eu já estava gritando de dor e gritando para que ele devolvesse meu celular, era inútil ele não iria devolver, e o pior de tudo é que eu demorei um tempo para pagar aquele celular, comprei com meu primeiro salário, dividi e agora foi levado de mim, e o que eu faria sem celular?

Algumas pessoas que estavam na entrada do meu prédio saíram para ver o que acontecia e eu expliquei, falaram que iriam ligar para a polícia, que eu poderia fazer um B.O, juro gente, não é menosprezando o país que eu tanto amo, mas se a polícia não acha assassinos que cometem suicídios graves e o pior de tudo, estupradores, imagine um mero ladrão de celular?

A segurança em nosso país está cada vez mais escassa, assim como muitas outras coisas que se eu fosse falar levaria mais de um ano escrevendo. Tudo bem que tem muita coisa boa, muitos benefícios e tals, mas em relação ao que tem de ruim, não chega nem perto. Mudando de assunto, pedi para que deixassem para lá, além do mais, foi tudo tão rápido que eu não consegui ver o rosto do filho da puta.


O bom é que ajudaram a colocar a mala no elevador, eu entrei e subi para o meu AP.

Mal entrei e já vi a bagunça que havia ficado, queria chorar mais ainda, em pensar que todo o trabalho de deixar as coisas organizadas era em vão quando o Fábio estava em casa, e a perda dos meus contatos da lista telefônica me deixava mais triste ainda.

Depois de algumas horas, já tomado banho, descansado e finalmente noite, eu estava só de cueca em casa e havia me esquecido que havia convidado o Breno para jantar comigo como agradecimento, já que não poderia agradar de outra forma, bem que eu queria, meu corpo queria, tudo em mim queria, mas não podia, injustiça, não estava nem podendo afogar minhas magoas naquele corpo delicioso.


A campainha tocou e eu me arrastei até a porta com um pote de sorvete de flocos com coco, meu favorito claro, abri a porta e lá estava ele, lindo, com uma camisa branca gola V, uma calça jeans e um perfume que deixa qualquer um excitado.

- Breno? - perguntei

- eu te liguei mas você não atendeu, resolvi vir - falou rindo de ladinho

- me desculpe, eu esqueci do jantar e em relação a ligação eu fui roubado, na frente do prédio assim que você saiu - falei

- te roubaram? Como aconteceu? - perguntou

Pedi para ele entrar e contei o que havia acontecido, ele conversou meio sério e depois abriu um sorriso lindo, tomou do meu sorvete e conversamos um pouco, só quando ele insinuou que deveríamos sair para comer algo foi que eu percebi que estava somente de cueca.


- eu acho que vou me trocar - falei

- se quiser pode ir assim, está ótimo -falou rindo

- não... prefiro vestir algo - falei

- ou quem sabe, podemos pedir algo e comer por aqui mesmo, já que você está com o seu joelho machucado - falou

- não está tão dolorido assim, foi só uma raladura boba - falei

- acho que você nunca jogou futebol, ou caiu na sua infância - disse sorrindo

Meu Hétero FavoritoOnde histórias criam vida. Descubra agora