3-Um Inferno Chamado "CARLOS"

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Quando na nossa vida aparece aquela pessoa que não suportamos, tudo o que ela faz, tudo o que ela fala chega a dar raiva e nojo. Mas, a verdade é que sempre estamos tentando superá-la de alguma forma, ser melhor, querendo ou não passa esse pensamento em nossa mente.


- vai me apresentar o seu amigo Davi? - Carlos perguntou

- é o... o.... o meu namorado - falei

- não brinca? - ele começou a rir - sério mesmo? - completou

- acha que eu estou com paciência para está inventando algo? - perguntei

- muito prazer, me chamo Carlos Eduardo Moraes - falou estendendo a mão ao Fábio que apertou

- Fábio - falou seco

- eu acho que está na hora de você se mandar não é? - falei puxando ele

O empurrei para fora do quarto e fechei a porta antes que ele dissesse mais alguma coisa. Tranquei a porta.


- meio intrometido ele não é? - Fábio perguntou

- meio não, completamente, e o pior de tudo é que os pais dele moram a três casa daqui, é um inferno isso - falei

- relaxa, já estamos aqui então não dá para fugir - falou

- e o pior de tudo é que ele não é feio, a vontade que eu tenho é de me dopar para não acordar mais - falei


- velho, tu está parecendo aquelas mulheres histéricas e de TPM, relaxa porra - falou

- eu vou tomar banho, o que eu mais quero agora é relaxar mesmo ou eu vou acabar enfartando - falei

- tem certeza que entre você e esse Carlos ai não aconteceu nada? - perguntou

- jamais, bate na madeira - gritei do banheiro

- eu acho que isso é amor - falou

- que Deus não lhe ouça viu. - falei entrando no chuveiro.


A última coisa que eu queria no mundo era ter gente falando que entre mim e o Carlos poderia acontecer alguma coisa. Toda vez que eu o via é como se parte da minha infância tivesse voltado, toda aquela nostalgia, o desespero que me dava sempre que ele aparecia com os amigos terroristas dele e o tanto que ele mudou. Carlos parecia aqueles homens marrentos que só sabem brigar e bater nos outros e quando a adolescência chegou, ele liberou a franga que havia dentro dele e deixou ela do lado de fora.

Se eu disser que tive uma bela infância eu estaria mentindo. Na quinta série, fiquei de fazer uma atividade em grupo, a professora havia me colocado no grupo do Carlos e eu fiquei animado pois eu gostava muito das aulas de artes. Apareci na casa daquele infeliz e fizemos o trabalho, no dia seguinte na escola ele rasgou todo o meu cartaz e entregou outro a professora dizendo que eu não havia ajudado em nada.


Confesso que chorei muito, muito mesmo. Fiquei com medo da professora brigar comigo e da minha mãe vir me castigar por algo que ano fiz, chorei tanto que acabei ficando com febre. Esse dia eu não esquecerei jamais, foi o dia em que o calor iniciou o meu desprezo por ele.


No primeiro ano do ensino médio, a escola promoveu uma amostra cientifica e cultural onde cada turma pegaria um tema especifico para montar um stand e falar sobre esse tema. Minha turma ficou com o tema da Revolução industrial, estávamos pensando em fazer todo um stand com maquinários e fotografias, uma coisa bem elaborada.

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