Meu Hétero Favorito

6-Breno-Boy Magia 2

Eu acho divertido quando alguém pensa que sabe todas as coisas e acaba dando de cara na parede, ou no muro, sei lá. O Fábio não teve a reação que eu esperava, se é que eu esperava alguma reação dele, estava mais pensando em como seria o meu encontro com o loiro gato da sorveteria e nem liguei para o que ele estava falando, até que...

- presta atenção, sua mãe ficou igual doida - falou

- já sei, já sei. Vocês estão fazendo um drama enorme em torno disso, o que é que tem a pessoa passar três horas fora de casa sem celular? - perguntei

- tem que a mamãe ficou louca te ligando e nada de você atender - João falou entrando no quarto

- lá vem você também - falei

- você é um irresponsável sabia? - falou

Eu juro que não queria, mas comecei a rir, eu ri muito mesmo da barriga doer. Deixa eu abrir uma aspas bem grande aqui, "Quando eu tinha 13 anos, eu fiquei escondido dentro do armário por seis horas seguidas, tudo isso por que eu fiquei com raiva por não me deixarem ir no aniversário de um amigo meu, juro que estava morrendo de fome mais não sai, me enfiei lá depois do almoço e só sai de tardinha. Minha mãe chamou metade da vizinhança para me procurar e nada de me encontrarem, depois de ficar lá por horas e até dormir eu resolvi sai e tinha um grupo enorme de gente do lado de fora da minha casa, eu sai e na maior cara de pau ainda perguntei "Tão procurando quem?", resumindo, até hoje eles tem medo de que eu suma e não apareça mais, por que eu sou desses, se digo que vou fazer algo, eu faço, nem que custe os meus rins eu faço".

Naquele momento eu ri muito, mas a cara do João era de quem estava querendo segurar no meu pescoço e apertar até eu ficar roxo.

- isso não é engraçado, sabe como a mamãe fica com essas coisas - falou

- eu sei, mas a sua cara é muito engraçada. Pelo amor de Deus, pra que tanto drama, eu tenho 19 anos e não 13, sou dono do meu nariz, eu cresci gente, vim passar férias e não brincar de pique esconde - falei

- continue com suas ironias, depois briga por que os nossos pais gostam tanto do Carlos, por que você sempre agiu assim, fazendo o que queria, brincando com todo mundo, cheiro de ironias e só pensa em você mesmo, continue que está lindo - João falou

- SAI DAQUI, SAI DAQUI.... VAI AO INFERNO MAS SAI DAQUI - gritei

Ele me olhou sem entender minha reação e logo foi caminhando até a porta, sem paciência eu me aproximei e empurrei ele para fora, bati a porta e a tranquei.

- o que foi isso? - Fábio perguntou

- cala a boca também, me deixa em paz - falei

- não vem com suas patadas pra cima de mim não, eu não fiz nada - falou

- me desculpa é que... eu odeio o Carlos, eu odeio e tudo que essa família fez até hoje foi esfregar na minha cara o quanto gosta dele e o quanto eu sou errado - falei

- iii, passado mal resolvido - Fábio falou

Eu peguei a minha mala e abri. Comecei a colocar minhas coisas dentro. Sim, eu comecei a enfiar tudo o que tinha no guarda roupas lá dentro, não iria ficar mesmo naquela casa, ainda mais sabendo que não iria consegui suportar o João por muito tempo. Quando o assunto era o amor da minha família pelo filho dos outros, eu me sentia totalmente excluído, e convenhamos que eu tenho motivos de sobra para isso, aquela criatura parecia mais um estagiário do capeta do que um ser humano com coração.

- o que está fazendo?

- saindo daqui - falei

- o que? Como assim? - perguntou