Capítulo 11 Eles mal perdem por esperar.

170 18 1
                                    


   Inosuke



Comecei a correr pela rua em direção ao bosque enquanto ainda carregava aquelas sandálias estranhas na mão, aquela rosada provavelmente iria querer elas de volta e iria me bater se não as tivesse em mãos, então eu tinha que devolve-las. Mas não era como se eu não achasse que era uma ótima oportunidade de medir forças com ela se não as entregasse, eu ate teria jogado essas porcarias fora, se não fosse pelo prêmio que eu iria receber quando ganhasse. Estranhamente isso meio que me faz lembrar do tangerina, quando o conheci, queria que a gente lutasse de qualquer jeito, mas aquele idiota era mais mole do que eu pensei! Ele não queria brigar comigo de jeito nenhum, nem com eu roubando a sua comida ou a sua cama. Era insuportável a maneira que ele apenas sorria diante disso, eu queria muito bater na cara dele só para ele largar de ser idiota, mas eu logo percebi que mesmo sendo idiota ele era esforçado, treinando noite e dia quando nem mesmo eu quis continuar, não tinha como negar que ele e forte, mesmo ainda sendo um idiota sorridente.

Virei uma rua e continuei seguindo sem diminuir a velocidade com que corria entre as casas. Nada podia escarpar dos meus olhos, sabia o que tinha visto, cabelos loiros com as pontas alaranjadas. Só havia uma pessoa que eu conhecia com o cabelo tão estranho, uma galinha de pelo arrepiado que eu vi uma vez e o Zentsuki, se bem que eu não conseguia ver muita diferença entre os dois.

Parei por um instante, meio incomodado por causa dos meus pés, sentia falta dos meus sapatos de pele que combinavam perfeitamente com a minha cabeça de javali, ter toda essa tinta toda no rosto era um saco. Bufei pronto para usar uma das minhas habilidades de rastreamento, quando ouvi o som de algo caindo no chão me virei e vi uma menina de pele pálida me encarando, ela havia derrubado o cesto que carregava no chão.

_ E você...a deus-q-quer dizer, a moça que me ajudou na barraca mais cedo.

Olhei para ela por um momento, e vi que era realmente a mesma menina que tinha os ombros curvados para trás da barraca de bolinhos.

_ Por favor deixe me agradecer a você, já que eu mal consegui antes._. Pediu ela e eu revirei os olhos.

Você realmente deveria ser grata a mim, mas nesse momento eu tenho mais o que fazer, tenho que procurar pelo loiro que já deve ter se afastado outra vez, mas ele não vai conseguir fugir de mim, pensei sem paciência. Afastei os pés e estava pronto par voltar a andar,  poderia ir soltando entre as casas que eram bem mais afastadas uma da outra, mas talvez estivessem afastadas de mais, observei. Eu para conseguir pular no telhado daquela distancia, claro, era algo simples para mim, só que aquele vestido iria dificultara as coisas, então eu teria que achar outro caminho. De repente ouvi uma voz ruidosa soar atrás de mim, a poucos metros de onde eu estava, e seja quem fosse não estava sozinho.

_ Você finalmente te encontrei! _. Virei o rosto e vi o cara estranha outra vez, tinha um galo enorme na cabeça dele.

_ Essa não, ele de novo. _. Exclamou a menina temerosa.

Porcaria, suspirei decepcionado, jurava que tinha o deixado inconsciente e que ele só iria acordar amanhã, droga ainda não tinha conseguido fazer que nem uma das três damas, queria ter feito igual, aposto que consigo faze-lo ficar apagado por mais tempo, isso não seria nada para um deus da montanha como eu, seja la quem elas forem.

_ Não ache que pode me humilhar e simplesmente fugir de mim!

Quem estaria fugindo de você?! Ouvir aquilo me deixou furioso, ele realmente acha que eu fugiria de alguém como ele? Estava prestes a gritar algo quando lembrei que deveria estar atrás do loiro se quisesse ganhar aquela aposta.

_ Que foi? Está com medo agora estou em maior número? _. Disse ele rindo enquanto os outros se aproximavam de mim, mas eu estava com um grande dilema para prestar atenção.

Eu deveria bater nesses caras e depois ver quanto tempo consigo deixá-los inconscientes ou achar o loiro e fazer isso depois?

_ Vou faze-la se arrepender do que fez._. Disse ele enquanto ria zombeteiro.

Cruzei os braços frustrado com aquilo, eu não conseguia me decidir qual das duas deveria escolher? Ambas as opções eram boas.

_ Nem pense nisso._. Para minha grande surpresa a menina se pós a minha frente ela segurava um pedaço de pau entre as mãos enquanto o apertava com firmeza.

_ Não seja tola, só quero cuidar para que ela me peça desculpas como deve. - Disse ele, mas a menina não se mexeu e permaneceu onde estava.

_ Não vou deixar encostarem um dedo nela!._. Disse ela firme, mas vi que suas mãos estavam tremendo.

_ Como quiser eu já ia..._. Arranquei o pedaço de madeira das mãos dela e o rumei na direção e que ele estava antes que conseguisse terminar de falar.

Ele caiu sentado com impacto sem ter como ter desviado, eu o havia acertado bem na cara, grunhindo ele levou as mãos a boca, e logo em seguida cuspiu no chão o que parecia ser um de seus dentes, vi que agora corria sangue pelo canto de sua boca, sorri sádico, finalmente tinha feito ele ficar quieto.

Agarrei a menina e joguei por cima do ombro ignorando o seu grito de surpresa e desatei a correr enquanto era perseguido pelos gritos enfurecidos daqueles imbecis, eles mal perdem por esperar. Eu podia, e iria acabar com aqueles caras até que não conseguissem mais se mexer, mas achei melhor fazer isso com uma espada em mãos, assim que ganhar a aposta irei pega-la, vou faze-los pagar, queria só ver a cara deles quando eu pegasse as minhas espadas e as usasse para cortar fora o...

Estava prestes a virar uma esquina quando bati em algo duro, pude sentir minha visão embaçar de repente como se fosse desmaiar, balancei a cabeça confuso e cheguei a pensar que havia batido em uma pedra, mas quando olhei para frente vi um sorriso idiota direcionado para mim e logo notei quem era.


_ Tangerina!

As três damasOnde histórias criam vida. Descubra agora