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Capítulo cinco

A V I S O

O capítulo terá tentativa de estrupro, se você não gosta de capítulo com esse tipo de conteúdo, pule.

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Esse mundo pode te M A C H U C A R
te corta profundamente
e deixa uma C I C A T R I Z
As coisas se quebram, mas nada quebra como um C O R A Ç Ã O
Mark Ronson, Miley Cyrus  - Nothing Breaks Like a Heart

Sexta
19 de julho de 2023

Eleonora D'aramitz

Adelaide D'aramitz, minha avó, estava deitada comigo na cama do meu irmão me encarando, ficamos nos encarando por um tempo, eu tinha acabado de acordar quando vi ela deitada ali do meu lado. Ela começou a fazer carinho na minha bochecha, fechei os olhos sentindo o toque suave da sua mão, um simples toque cheio de amor.

— Você está bem, Eleonora? —Apenas balancei a cabeça fazendo que sim, de olhos fechados.

— Psicologicamente? — Minha avó sabia que algo estava errado, só não sabia o quê.

— Estou bem vovó. — Mentirosa, era isso o que eu era, uma pequena mentirosa.

— Fisicamente?

Não balancei a cabeça, não falei nada, escutei um suspiro. Abri os meus olhos encarando a minha avó, senti vontade de chorar.

— Você sabe que pode contar tudo para a sua avó, querida. — Eu sabia disso, mas como eu vou contar para a minha avó que a minha mãe, sua filha, me bateu com um chicote?

— Quem ousou encostar a mão em você pimpolha? Conte-me e eu acabo com essa pessoa.

— Você não precisa se preocupar vovó, eu estou bem. — Sorri para ela, minha vó me olhou preocupada sabendo que eu não ia contar.

Minha avó me puxou para um abraço. Minhas costas. Coloquei a mão na boca para abafar o gemido de dor, ela começou a passar às mãos nas minhas costas como uma forma de carinho, aquilo era torturante, o tecido da blusa passava nos meus machucados como se fosse uma lamina me rasgando por dentro.

— Seu avô está lá embaixo esperando a gente, se arrume, vamos sair hoje.

          Ela se levantou depositando um beijo na minha testa e saindo logo em seguida. Minhas costas queimavam, engoli em seco sentindo o tecido esfregar de leve nas minhas costas. Levantei da cama sentindo uma leve dor nas pernas, lembranças do chicote indo com força nas minhas pernas vieram a minha mente.

Entrei no meu quarto, não encontrando ninguém no corredor. Tirei a blusa do meu irmão, colocando no cesto de roupas. Olhei para o espelho que antes quebrado agora estava inteiro, eles querem que eu veja o que fizeram comigo, querem que eu relembre tudo o que eu passei. Lembrei do sorriso da minha mãe, um sorriso que antes me trazia calor, agora me deixava apavorada.

          Minhas bochechas estava com um tom avermelhado, não havia mais a marca do chicote no meu rosto, minhas pernas estavam um pouco avermelhadas por conta das chicotadas mas não aparecia muito.