O mínimo

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❛𝙺εииγ 𝙼ϲ𝙲οямɪᴄᴋ❜

Ok, quando eu chamei ele pra tomar banho comigo, eu não pensei que ele iria aceitar! Agora não sei como reagir. Eu segui ele até o banheiro, mas não esperava ver ele sem as calças. Limpo a garganta, chamando a atenção do loiro, e viro meu rosto, evitando olhar pra ele.

─Então.. eu vô pegar uma toalha pra você.─ quase consegui sair do banheiro, mas ele me chamou e me olhou confuso.

─Não vai pegar uma pra você também?─ eu gelei. Senti meu sangue descer, e foi direto pro meu ─ Caralho, que chão gelado.─ ele fala indo pro tapete, depois volta a me olhar e sorri esperando que eu faça algo.

⏤Tá bom.⏤ eu prendo a respiração e vou pra lavanderia atrás de duas toalhas. Porra eu nunca tomei banho com alguém. Enquanto volto, vejo minhas mãos tremendo, elas suam bastante também, então agradeço por estar segurando uma toalha em cada.─ Ok, pode ficar com a azul menos áspera, eu fico com a branca.─ ele afirma com a cabeça e termina de tirar a cueca. Depois ele tira o casaco, e noto que ele tem um cuidado maior, enquanto começo tirar minha camisa e me apresso pra ficar nu logo.

Eu fico encarando seu corpo, preso em suas coxas. Mal vejo quando ele tira a blusa, só reparo quando subo o olhar pra sua cintura. Então vejo um hematoma ali. Uma marca meio roxa, como se tivesse batido em algo. Mas minha preocupação só piora quando subo mais meus olhos. Suas costas estava cheia de marcas de vergões. Como se tivesse sido surrado com cinta. Algumas eram bem mais vermelhas que outras. E outro hematoma se destaca, maior que outro, debaixo do ombro. Era amarelado em volta, além do roxo, e no meio vermelho. Tava bem feio, ele caiu forte em algum lugar. Eu observo alguns cortes abertos, mas nada grande nem sério. Isso tudo já estava mechendo comigo, já sinto minha raiva voltando na mesma intensidade, mas tudo consegue piorar quando identifico uma marca de sapato, um tipo de botina, na parte de suas ancas. Me sinto começar a tremer, puta merda, como aquele velho pôde? Porra, eu não queria chorar, mas não consigo conter a primeira lágrima. Então me aproximo no mais baixo, passando a ponta dos meus dedos de leve em seu ombro menos machucado. Ele se vira pra me olhar, não sorria, sua expressão era triste, mas carregava um pesar além.

─Tá muito ruim?─ o loiro pergunta me encarando com uma pitada de esperança, eu dou um sorriso fraco e limpo as poucas lágrimas que escorreram. Dou um beijo em sua testa e sinto quase toda tensão se esvair do meu corpo, junto com qualquer outra vontade que eu tinha além de tomar um bom banho. Não sou um escroto e agora não é o momento pra isso.

─Vem, vou dar um banho em você.─ pelo menos isso eu sei fazer, tenho experiência com a Karen. Começo a encher a banheira, normalmente ninguém usa, mas agora é uma situação que exige esse gasto a mais. Escuto o outro rir, mas ele para e me encara por um tempo.

─Espera, sério?─ o loiro pergunta me encarando surpreso.

─Ué, claro. É o mínimo que eu posso fazer por ter feito você passar por todo esse transtorno de hoje, além do que você já tinha passado.─ ele sorri de leve vendo eu arrumar tudo no banheiro. Depois me pede pra ir buscar seus produtos na sua bolsa e eu obedeço, voltando com vários deles, isso que ainda deixei alguns pra trás. Arrumo eles do lado da banheira, depois verifico se água estava boa, então seguro sua mão e o guio até dentro da banheira. Nem tinha me lembrado do fato que estávamos os dois nus e eu estava indo pra cima e pra baixo sem me importar nos ângulos ridículos que ele tava me vendo. Quando finalmente entro na banheira com ele, fico sentado atrás do loiro e ele fica de costas pra mim.─ Vou começar a te lavar tá?─ ele murmura uma afirmação e eu dou início ao banho.

Peguei um regador de brinquedo que Karen costumava brincar e enchi com a água da banheira, então começei a despejar por suas costas, vendo um pouco de sangue escorrer junto com a sujeira. Ele resmunga alguma reclamação de dor e eu beijo seu pescoço pra que ele se acalme. Depois pego um de seus produtos e procuro pelo sabonete corporal líquido, coloco um pouco em minha mão e começo a espalhar devagar por toda suas costas. Mas antes, coloco um pouco em sua mão, pra que ele possa se lavar na frente enquanto lavo atrás. Ele reclama mais algumas vezes, mais alto agora, então me preocupo. Não sei o que fazer, cacete. Eu continuo passando, mas fico tenso, então acabo passando forte demais no hematoma grande e esbarro na ferida aberta, o que faz ele dar um gritinho de dor e se mexer pra frente. Ele se vira pra mim com uma cara de choro e meu nervosismo piora.

Como Nunca Reparei em Você Antes? - BunnyOnde histórias criam vida. Descubra agora