O Grande Ato

Capítulo 4 - olhos abertos;

— Por que demorou tanto? – Kiba questionou assim que viu Kakashi descer do carro, o mais velho ia se justificar, porém o moreno sequer deu tempo – Ah, quer saber? Deixa pra lá. Vamos logo, estão todos te esperando.

— Aish, quanto mau humor. Ficou sem foder essa semana, Inuzuka? A culpa não é minha – Kakashi retrucou, se vestindo com o terno enquanto seguia o mais novo para dentro do galpão que marcaram o encontro daquela tarde.

— Tudo pra você é sinônimo de sexo, impressionante – revirou os olhos, contendo a vontade de ser mais do que sarcástico naquele momento.

— É uma boa atividade para se praticar no tempo livre, deveria experimentar – o sorriso malicioso dele fez Kiba tremer o corpo inteiro – Mas respondendo a sua pergunta, é difícil tentar enganar Hiruzen, deveria saber disso, seu animal.

— Isso é problema seu. Já tem quase três horas que Shikamaru mandou a mensagem, os caras já estão perdendo a décima partida pra Tenten e Sasuke só falta infartar por causa disso.

— Essas crianças – Kakashi negou com a cabeça, podendo facilmente visualizar a imagem na sua mente.

E não foi nem um pouco diferente quando finalmente chegou com Kiba no centro do espaço abandonado – ou pelo menos, era essa a impressão que o lado de fora proporcionava para qualquer um que visse.

Escolher um local estratégico para encontros como aquele foi um ato meticulosamente calculado por Naruto, que sendo Anbu do Kage, precisava pensar com cautela sobre todos os passos que precisaria dar.

Reuniões extras como aquela acontecem apenas para eles, que já há algum tempo desconfiavam da possível queda dos Hokages. A necessidade de agir aciona no Uzumaki uma espécie de urgência que deveria ser atendida sempre que demandada.

Agora não foi diferente. Todos estavam ali por um propósito, cada um contribui da sua maneira e assim, eles decidiram virar um grupo isolado da máfia que tinha outros olhos para as situações que futuramente os iria acometer.

Kakashi pode observar como a tensão pairava sobre todos, mesmo que alguns se dispusessem a jogar cartas para fingir que algo catastrófico não seria dito naquele momento. No centro da roda estavam Hinata, Tenten e Sasuke, todos entretidos com algumas cartas em mãos. A faceta do Uchiha demonstrava sua completa insatisfação, e isso fez Kakashi pensar que novamente ele estava perdendo.

Não deu outra.

A Mitsashi deu um sorriso convencido ao depositar suas cartas na mesa.

— Sabe Sasuke, você é bem insistente para um perdedor – a provocação fez todos rirem, porque a fama do homem ser extremamente ruim no pôquer foi notícia para todo o entretenimento da máfia.

— Vocês são péssimos – murmurou ele, desgostoso.

— Tudo bem, crianças, depois vocês continuam com a troca de farpas – o de cabelos brancos diz, atraindo atenção enquanto ia até o frigobar pegar uma bebida – O que temos, então?

— Chega atrasado e ainda quer mandar em alguma coisa, tsk – Shikamaru se espreguiçou no sofá, era visível seu cansaço, mesmo assim se mantinha acordado e bem desperto – Qual o seu problema com pontualidade, hein?

— Esqueci o relógio em casa – Kakashi respondeu sem muita emoção, ficando numa das paredes.

— Vamos logo ao que interessa – a sentença dada por Naruto fez todos assumirem suas posições, endireitando as posturas e esperando a fala do especialista em dados criptografados.

Shikamaru ligou o painel eletrônico, deixando tudo ajeitado para que a explicação chegasse a todos de maneira aberta e eficaz. Seu rosto marcado por expressões cansadas era iluminado pela grande tela, os olhos iam de um lado para o outro deixando tudo pronto para sua pequena apresentação.