russell

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O INCÔMODO CRESCEU no pé da minha barriga e a previsão era que aquela seria mais uma noite de bexigas doloridas e muito xixi. Prazer, Liana Oliver, grávida de nove meses do homem dormindo feito pedra do outro lado da cama. George Russell.

Levanto arrastando o corpo até o banheiro, o peso da barriga estava deixando a minha coluna um tanto dolorida. Não fazia muito tempo desde que entrei nos nove meses, não vou falar semanas, é complicado até para mim, imagina para quem ouve?

A verdade é que mesmo fazendo nove meses gerando um bebê em meu ventre, ainda era difícil de acreditar que era real. Sempre me protegi muito bem, mas sabe aquele 1%? Bom, acho que fui a sorteada da vez.

Paro em frente a bancada de mármore examinando o rosto redondo, nariz inchado e as olheiras das noites mal dormidas roxeadas na pele pálida em baixo dos meus olhos. Eu te mato George! Não. Eu não odiava está grávida do homem que tanto amo, mas às vezes o hormônio berrava por mim.

Desde que descobrimos que a noite em que matamos aquela saudades reprimida de longos meses distantes por ele ser um piloto de F1 resultou em um bebê, George não me deixava mais em paz. Será que foi porque repetimos a dose três vezes? Era muitas saudades. Você me entenderia.

Levo uma das mãos a barriga e aliso por cima da camisola de seda azul e sou tomada por uma dor mais forte irradiando pela minha pélvis.

— O quê? — Faço gestos circulares na intenção de amenizar a sensação. — Abelhinha, ainda não está na hora.

Digo, sentindo a respiração se torna um tanto irregular e mais uma vez a dor crescente me tomar.

— George?! — Apoio a mão na parede e sinto o líquido escorrer entre minhas pernas. Meus olhos ardem, a dor crescente lateja em minha pélvis. — GEORGE! MAS QUE PORRA! GEORGE!

— O quê?! — diz atordoado. — Liana? O que aconteceu meu amor?

— A BOLSA! — um gemido escapa dos meus lábios.

— Que bolsa? — Os olhos azuis se arregalaram diante do meu rosto contorcido de dor — Meu Deus! Vai nascer!

Vejo-o correr até mim. Ele me ajuda chegar até a cama.

— Liga para minha obstetra. Avisa que estamos indo.

Ele balança a cabeça em silêncio. Tenho certeza que estava em choque. Agora me digam se é coerente um homem que trabalha com alta velocidade colocando a vida em risco ficar assustado com um parto? Rio sentindo a dor amenizar.

— Vamos! Já contatei Dr. Lym e ela nos aguarda no hospital.

George aparece com as bolsas, agitados. Olho-o de cima a baixo e gargalho alto segurando a barriga. O homem me encara sem entender.

— Você vai assim? — aponto para as pernas de fora. — Esqueceu a calça amor.

Gargalho mais alto.

— Droga! — George resmunga. — Não ri assim Liana!

— Ta achando que vou botar esse bebê pra fora por causa de uma gargalhada? Ah, com certeza seria um sonho.

Acaricio a barriga sentindo a contração crescente dar sinais. Eu sabia que até termos a nossa abelhinha nos braços seria uma longa jornada naquela madrugada. O meu rosto se contorce com uma fisgada.

— Ei. — Ele volta adequadamente vestido e me entrega um casaco grande para a proteção do frio. — Vai dar tudo certo, amor. Estou com você.

Fecho os olhos respirando fundo, sentindo o carinho de George em meu rosto e aquela onda de medo em meu coração se desfez.

(...)

Exatamente às 5h45 pm daquele dia Charlotte Russell nasceu com bochechas rosadas e cabelos loirinhos. O olhar ainda cinzento não revelava se a nossa abelhinha teria os olhos azuis do pai. O parto não fora fácil, a mini querida estava dormindo na pancinha da mamãe e não desejava sair. Boa a dela! Eu preferiria permanecer na barrigada da minha mãe invés de botar a cara nesse mundo caótico.

George desmaiou. Sim, isso mesmo que você leu. O pai de Charlotte não suportou a pressão de um parto normal e puff, caiu durinho. Eu já disse que ele pilota um carro a trezentos por hora? Bem, mas o mais importante agora era a nossa pequena princesa da Inglaterra em nossos braços.

A porta do quarto do hospital foi aberta revelando o homem coçando os olhos.

— Olhe, Lottie. Seu pai, o belo adormecido.

— Não brinca, Liana. A minha pressão caiu. — Sentou-se ao meu lado na cama. — Quando vamos ser liberados?

— Depois dos exames necessários. Me ajuda a colocá-la no berçário?

George pega o pacotinho dos meus braços aquecida pela saída de maternidade em tons de roxo, presente do tio Lewis. Ele coloca Lottie no berçário e volta para a cama se acomodando ao meu lado, puxando-me para seus braços.

O carinho alastrou a fagulha em meu peito aquecendo todo meu corpo. Estava frágil, temerosa, cansada... uma reunião de sentimentos catastróficos acontecia em meu meu coração até serem silenciados pelas batidas do coração dele.

— Lottie ganhou uma mãe incrível. — disse e beijou o topo da minha cabeça. — Eu amo vocês sempre e para sempre.

— Seremos incrível, Georgie. Sempre e para sempre.

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