leclerc

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É UMA VERDADE universalmente reconhecida de que amigos que se apaixonam só funcionam nos romances literários

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É UMA VERDADE universalmente reconhecida de que amigos que se apaixonam só funcionam nos romances literários. E, no meu caso não existia "amigos" que se apaixonaram, existia apenas eu, uma idiota com minha paixonite não correspondida.

Não estava em meus planos acordar um dia qualquer e descobrir que o órgão traidor, aquele que chamamos de coração, estava apaixonado pelo meu melhor amigo de infância. Desde então, a minha vida se tornou um inferno particular.

E para o meu desespero, Charles Leclerc, o responsável pelo meu estado sentimentalmente deplorável, estava do outro lado da porta do meu quarto batendo, berrando como se o mundo estivesse desabando.

O meu estava. 

— Ana? Isso não é hora de assistir pornô, abre essa porta!

Mais batidas.

— Meu Deus! — abro a porta encontrando os olhos intensos fixados em meu rosto. Sinto um comichão no estômago. Estou ferrada. Muito ferrada. — Quantos anos você tem, Leclerc? Me respeita seu moleque!

O folgado deu de ombros, invadiu o quarto e se jogou em minha cama, especificamente sobre os meus livros que estavam ali para organizar.

— Parece uma velha ranzinza presa dentro dessa casa com livros velhos, só falta os gatos. — Charles revirou os olhos. — Sua mãe me ligou.

— Lava a boca pra falar dos meus livros pirralho e sai de cima dos meus exemplares de luxo da Jane Austen. — Abano com a mão na frente dele. — O que ela queria?

— Estava preocupada pelo seu comportamentos de velha dos livros.

Suspiro pegando alguns livros da cama e arrumando-os na estante.

— Dona Annie não entende que nunca serei como a Elouise. — Sigo arrumando os livros e uma pequena tristeza encontra o meu coração.

Lou era sempre bonita, popular, falante. Já, eu? Fugia de qualquer interação social.

A minha mãe acreditou que poderia ser algum trauma após a perda do homem das nossas vidas, mas a verdade é que sempre fui desse jeito.

Papai me entendia, ele sempre soube quem eu era de verdade e que odiava toda agitação, saias de tule e purpurina. Ela estava ocupada demais criando carreira e sendo a mãe da super Elouise para perceber esses detalhes bobos, até que a morte a fez parar.

A morte sempre nos faz parar.

— Então? — A voz dele me guiou de volta ao quarto.

— Então? O que?

— Vamos sair hoje! Vai rolar uma festa com alguns amigos. Vamos, Ana. Sair, conhecer gente nova.

— Vai toda trupe de homens que disputam racha com você?

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