Obsessão: Loucos Por Ela

Capítulo 85

Felipe

Pørra! Como Allana pode ser tão hipócrita? Fez a maior cena hoje se aproximando de mim de todas as maneiras possíveis e até me beijou, mas continua recebendo ligações daquele filho de uma püta!

Tudo caminhava tão bem e meu humor mudou completamente no mesmo instante que vi o nome daquele imbëcil na tela do celular dela.

Fiquei tão cego que nem sei como respondi quando ela falou comigo, mas ao tirar pela minha irritação, tenho certeza que fui bem rude e não é para menos, afinal, estávamos quase nos entendendo e de repente fui pego de surpresa com esse fato deplorável.

Eu só precisava deixar aquele ambiente o mais rápido possível, então subi em minha moto e saí para tentar esfriar a cabeça.

Parei no Silk Beach Club, que é muito conhecido por suas animadas festas à beira da Praia Brava, mas como eu não estava nem um pouco afim de diversão, somente peguei uma bebida e sentei-me em uma mesa sozinho.

Como eu pude deixá-la brincar comigo novamente? Parece que sente prazer em me fazer de otáriø. — Engoli todo o líquido e pedi outra dose.

Eu sabia que se continuasse bebendo não iria participar do jantar e a última coisa que eu quero é estragar essa data com os meus problemas, então terminei o segundo copo, dei um tempo e fui pilotar pela cidade.

...

Horas depois voltei para casa e entrei direto para meu quarto. Tomei um banho de banheira demorado, vesti uma camisa social branca com mangas dobradas, meias e tênis da mesma cor e uma bermuda bege clara. Passei gel no cabelo, loção pós-barba, me perfumei e fui para a sala de jantar.

Todos já estavam me aguardando e Allana, ainda teve o cinismo de me encarar, mas como eu não queria deixar transparecer meu incômodo para não atrapalhar a celebração, nem olhei mais na direção dela.

Para nossos pais o clima continua o mesmo de ontem, pois eles não sabem da evolução e ao mesmo tempo regresso que tivemos, então permanecemos indiferentes.

A comida estava gostosa, o prato principal era nhoque ao mascarpone com presunto de parma e bacon e de sobremesa o originário doce americano, cheesecake com calda de morangos, mas hoje não desce nada.

— Você quase não comeu, filho… — Minha mãe fez uma observação e eu inventei uma desculpa qualquer.

— Eu comi alguns salgadinhos na rua e perdi a fome, mãe. — Quem dera esse fosse o motivo!

Todos terminaram de comer e meu pai quis fazer um brinde. Minhas irmãs e eu aproveitamos o momento para entregar-lhes duas passagens para o Caribe com tudo pago, que é o nosso presente para que eles desfrutem ainda mais os 25 anos juntos, pois não é todo relacionamento que se mantém sólido por tanto tempo e um amor como esse merece ser celebrado ao máximo.

Já era tarde e nossos pais decidiram ir descansar. Ayla queria sair, mas como ninguém estava no clima, ela acabou desistindo e foi dormir. Gustavo pediu que Allana o acompanhasse e os dois também foram em direção aos quartos. Kate e eu continuamos no sofá.

— Acho que vocês precisam esclarecer as coisas! — Pronunciou e eu neguei mexendo a cabeça.

— Não tem nada para ser esclarecido! Eu já vi o suficiente.

— Fala dela, mas é teimoso igual!  — Levantou e seguiu para o corredor das suítes.

A casa ficou um silêncio total, mas eu não estava com sono, então peguei uma garrafa de uísque e desci para a praia.

Sentei na areia e fiquei observando a escuridão do mar. Eu estava tão irritado que nem conseguia pensar em nada, apenas continuei bebendo. Minutos depois, senti uma fragrância que eu reconheceria a quilômetros... olhei para trás e vi Allana se aproximando.

— Será que a gente pode conversar? — Indagou ao sentar-se ao meu lado e eu mantive a mesma postura.

— O que você quer? — Continuei olhando para o mar e virei a garrafa, dando um gole na bebida.

— Explicar o que você viu!

Não acredito que ela ainda tem a cara de pau de vir falar sobre isso. Eu queria muito conseguir controlar a minha raiva, mas naquele momento não aguentei e despejei tudo que estava engasgado.

— Explicar o quê? Que você tá brincando comigo de novo? Ou que é uma mentirosa que entrou em meu quarto hoje de manhã para falar um monte de coisas que você não sente? — Sua surpresa ficou nítida.

— Ah, então você estava acordado e eu que sou a mentirosa?

— Sim eu estava acordado e você é a última pessoa que tem direito de reclamar alguma coisa aqui, afinal, continua conversando com aquele cara. — Ela baixou a cabeça e respirou fundo, em seguida, voltou a me olhar.

— Olha Felipe, eu não vim para discutir e sim esclarecer, mas você precisa entender que o fato dele estar me ligando não significa que eu esteja conversando com ele. — Desbloqueou a tela do celular e esticou o braço, entregando-me.

— O que está fazendo? Eu não vou pegar! — Coloquei a garrafa na areia virando o rosto para o lado oposto, mas ela permaneceu na mesma posição.

— Por favor! É importante para mim que você veja.

Sua insistência me fez pegar o aparelho e confesso que me deu um grande alívio ao ver incontáveis ligações perdidas, rejeitadas e mensagens sem nenhuma resposta dela.

— Agora já sabe que não menti e espero que confie em mim e entenda que Jhony não me interessa, assim como eu acreditei quando você disse o mesmo hoje sobre Júlia e em uma outra ocasião a respeito de sua secretária.

Abaixei a cabeça porque sei que errei em julgá-la precipitadamente e minha obrigação era me redimir.

— Desculpe! — Pedi ao encará-la e ela assentiu.

— Também preciso me desculpar por não ter desmentido as atrocidades que ele falou e já que você ouviu tudo que eu disse mais cedo, já sabe que quem realmente me importa, é ti.

Adorei ouvir aquelas palavras e foi minha vez de fixar nossos olhares.

— E por que não me diz tudo aquilo novamente? — Pude ver um nó descendo em sua garganta.

— Porque tenho uma imensa dificuldade em demonstrar meus sentimentos, já disse, mas gosto muito de você e se estiver disposto a ter paciência com isso, eu gostaria de tentar de novo. — Esbocei um sorriso sincero ao ouvi-la e me aproximei, iniciando um beijo calmo.

— Claro que estou disposto! Eu te amo, caralhø! — Sorrimos e ela voltou a me beijar.

Como senti saudades de suas mãos suaves acariciando meu rosto durante o beijo.

Nos separamos para respirar e eu segurei em sua mão, a puxando para o espaço vago entre minhas pernas.

—  Senta aqui comigo! — Ela ocupou o lugar e continuamos conversando.