Capítulo 27

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Felipe

Após a conversa com Kate, desci e fiquei esperando para saber se eu poderia falar com sua amiga e após incontáveis minutos, ela finalmente chegou com a resposta.

Conversei com Allana e tentei novamente uma aproximação, mas ela se esquivou outra vez e eu me controlei. Não posso insistir em nada, muito menos no estado em que ela se encontra, então logo me despedi e saí.

— E aí, como foi? — Kate perguntou ao me ver chegar no primeiro piso.

— Bem… ela está mais tranquila e eu já vou.

— Não vai jantar, filho?

— Não, mãe! Perdi a fome. Amanhã venho tomar café com vocês. Boa noite! — Dei um beijo nela.

— Bom… já que ninguém mais vai jantar, então vamos nós dois, Elisa! — Meu pai pronunciou ao levantar-se do sofá e minha mãe concordou, então ele advertiu. — Felipe, juízo! — Eu assenti.

— Pode deixar, pai! Boa noite! — Os dois seguiram para a sala de jantar e minha irmã me fez uma pergunta.

— Agora pode me explicar por que pediu a Cláudia para arrumar seu quarto, se você vai para o apartamento?

— Para Allana! — Respondi convicto e ela ficou confusa.

— Hã? Por quê?

— Nada demais, irmãzinha… Fica despreocupada! Só quero que ela durma lá. — Ela me olhou desconfiada, mas concordou.

— Está bem! — Nos despedimos com um abraço e eu saí.

Fui para a garagem, entrei no carro e comecei a dirigir. Eu poderia ter ficado para dormir, mas preferi evitar a proximidade, pois acho que não resistiria a tentação de estar sob o mesmo teto que Allana e não querer velar seu sono, pelo menos.

No meio do caminho tentei ligar para o Igor várias vezes, mas ele não atendeu. Passei em sua casa e também não estava, isso me fez imaginar que ele só poderia ter permanecido no apartamento dela e claro seria perfeito para termos uma conversa de homem para homem! Acelerei e logo cheguei no edifício, mas fiquei desapontado ao ver que não tinha nem sinal do carro dele, então subi direto para o meu, contando os minutos para acertarmos essa pendência.

Com a raiva que estou, vai ser difícil conseguir dormir! A vontade que tenho é mover céus e terra até encontrar aquele malditø infëliz! Como ele pôde ser capaz de agredi-la? Minha revolta é ainda maior por vê-la chorando desesperadamente daquele jeito…

Me servi uma dose de uísque que desceu queimando a garganta, pois bebi de uma vez e fui tomar outro banho para ver se consigo ao menos descansar o corpo, porque a mente, eu acho difícil.

Tive uma péssima noite! Fiquei rolando de um lado para o outro e cada vez que fechava os olhos, me lembrava de como Allana estava mal… não via a hora de amanhecer para ir vê-la e assim que o sol raiou, pulei da cama e fui me arrumar.

Após fazer minhas higienes, tomei banho e vesti uma calça jeans e uma polo branca da Lacoste, que contém apenas a logo, calcei um Jordan branco com azul e vermelho, me perfumei e saí rapidamente para a casa de meus pais. Como tenho a chave, cheguei e já fui entrando e dei de cara com minha mãe, que estava descendo a escada.

— Bom dia, filho! Caiu da cama?

— Bom dia, mãe! — Dei-lhe um beijo no rosto. — Eu quase não dormi, estava ansioso para saber como Allana está… Ela já acordou?

— Sim! Kate está no quarto com ela.

— Vou até lá.

Subi a escada e ao parar em frente a porta do meu quarto, bati e logo minha irmã abriu.

— Bom dia, Fe! — Ela sorriu.

— Bom dia, Kate! Posso falar com Allana?

— Claro… vou deixar vocês a sós! Ela está na varanda. — Eu assenti e ela saiu.

Ao adentrar no cômodo, vi Allana distraída olhando pela janela… parei e fiquei observando por alguns instantes.

— Bom dia! — Pronunciei chamando sua atenção para mim e ela se assustou. — Me desculpe, não queria assustá-la.

— Não tem problema! Eu que estava distraída..

— Em que pensava? — Me aproximei e sentei ao seu lado.

— Em quais atitudes tomar a partir de agora.

— E já tem algo em mente?

— Sim… vou começar trocando as fechaduras do meu apartamento.

— Deu as chaves para ele? — O tom da minha voz entregou que fiquei decepcionado ao saber disso.

— Eu jamais faria isso! — Agora sim respirei aliviado. — Ele pegou sem minha autorização e eu não consegui pegar de volta.

— Nossa… ele está obcecado mesmo!

— Demais! Acho que Igor deveria fazer um acompanhamento psicológico… ele é muito possessivo, inseguro e agora também, violento.

— A verdade é que ele sempre foi revoltado por causa da morte trágica do pai… ele já deve ter te contado. — Ela confirmou mexendo a cabeça. — Mas isso não justifica as atitudes dele, principalmente com uma mulher! Nunca pensei que ele fosse capaz disso! — Ela respirou fundo.

— Eu já temia, porque no início ele se mostrou uma pessoa, mas foi só assumir o namoro que começou a agir completamente diferente… e o pior é que por mais que por mais que eu tentasse terminar, ele não deixava, mas agora já era!

"Caralhø! Ganhei o dia!" — Gritei internamente, pois com poucos minutos de conversa descobri que ela já queria terminar antes mesmo de tudo isso acontecer e isso é outro ponto a meu favor.

— Então não tem a chance de perdoá-lo? — Ela nem pensou para responder e sua convicção me fez vibrar.

— Nunca! Meu pai me criou com todo amor, carinho e respeito e isso é o mínimo que eu espero de uma relação! Bom, na verdade esperava, porque depois dessa péssima experiência eu não vou me relacionar sério nunca mais. Primeiro e último namorado!

Minha animação foi a nível zero quando ouvi essas palavras. Permaneci quieto, pois não é mais segredo para ninguém que estou apaixonado, mas depois da angústia que ela vem vivendo a algum tempo, como acabou de me contar, acho normal que reaja assim… talvez com o tempo seu pensamento mude, mas agora acho melhor não prolongar o assunto.

— Eu entendo… vou deixá-la sozinha! Nos vemos na mesa do café. — Levantei e ela sorriu, então saí do quarto e desci.

Obsessão: Loucos Por Ela Onde histórias criam vida. Descubra agora