Capítulo 66

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Felipe

Após almoçar deixei Allana em casa e fui trabalhar. Como Dona Helena não estava lá e na empresa fui comunicado que Adrian estava em reunião, subi para a sala de Gustavo para deixá-lo a par da saúde da irmã. Sei que ela vai falar para a família, mas também sei que não esclarecerá a gravidade da situação.

Assim que entrei na sala de meu cunhado, lhe expliquei tudo e ele ficou muito preocupado. Ligou para sua mãe e pediu para que ela supervisionasse a alimentação de Allana e com isso eu também fiquei mais tranquilo. Segui para minha sala e trabalhei o resto da tarde. À noite fui buscar minha pequena e ficamos juntos.

                                  ***

Passaram-se alguns dias e ela está fazendo o tratamento como foi recomendado, mas ainda não se acostumou com o suco. Bebe reclamando todo dia!

As marcas em seu pescoço demoraram, mas sumiram e como este é o nosso último fim de semana em São Paulo, pois a licença termina na próxima terça-feira, só preciso assegurar que ao retornarmos, Igor não se aproxime dela novamente.

Hoje o dia está favorável! Céu com poucas nuvens e um sol de mais ou menos 39 graus... o domingo perfeito para voltar ao Guarujá, já que semana passada o tempo estava nublado e nem aproveitamos, mas minha namorada quer ir ao clube.

Fazendo sua vontade, aceitei... vesti uma sunga azul, uma bermuda de praia e uma camiseta regata, calcei meu chinelo e fomos para sua casa, porque ela queria pegar algumas coisas.

Fiquei na sala de estar conversando com Adrian e ela subiu para seu quarto. Logo retornou vestida com uma saída de praia branca, de tricô bem discreta, tanto que não dava para ver o modelo do biquíni. Nos pés usava um chinelo da mesma cor e carregava uma bolsa lateral.

Nos despedimos de seu pai e saímos.

— Gostei desse vestido... ficou perfeito em você! — Realcei enquanto caminhávamos para o carro.

— É porque foram tiradas as minhas medidas para fazê-lo! Kate foi quem desenhou…  assim como o biquíni.

— Está explicado! Ela tem talento e faz desenhos incríveis! Sei que vou gostar do que está aí embaixo… — Comentei em tom malicioso e ela sorriu.

— Tenho certeza que sim… — Afirmou aproximando-se e me deu um beijo intenso, que aflorou meus instintos.

— Desse jeito eu vou acabar te levando para outro lugar… — Avisei que se não parasse de me provocar, não iríamos a clube nenhum, porque ela definitivamente me deixa louco.

— Está bem, parei! — Afastou-se e colocou o cinto de segurança. Eu a olhei sorrindo e balancei a cabeça em negação, liguei o carro e saímos.

Ao chegar deixamos nossas coisas no vestiário e seguimos para uma das mesas. Quando ela tirou o vestido deixando à mostra seu minúsculo biquíni, tive certeza que minha irmã está fora de seu juízo! Ela deve ter tirado as medidas de uma criança de 5 anos, mas não as de Allana!

É um modelo de cor laranja, muito bonito, reconheço... mas o tamanho não tem lógica!

A parte de cima é uma peça ciganinha, cujo desenho acompanha o molde de seus seios, realçando ainda mais aquele par perfeito. Já a calcinha, é de amarrar nas laterais, mas as tiras são mais finas do que as fitas de bronzeamento artificial e isso levará a atenção de todos, direta e justamente para onde não deve. A parte de trás então... nem preciso comentar! O que sobrou em descrição na saída de praia faltou no principal.

— Minha irmã por acaso estava bêbada quando desenhou isso? — Perguntei nitidamente incomodado.

— Não entendi… — Ela entendeu sim, só está fingindo demência porque quer que eu fale com todas as letras.

— Amor, olha o tamanho desse biquíni! — Esclareci de uma vez o que ela queria ouvir e ela contestou.

— Felipe, não comece! Já disse que odeio que tentem me controlar. — Falou olhando-me seriamente, mas não me deixei intimidar.

— Não estou querendo te controlar, mas esse biquíni é minúsculo! Ao menos podia ter me mostrado antes.

— E para quê? Para você TENTAR se impor? — Proferiu deixando claro que eu perderia meu tempo se tentasse contrariá-la.

Claro que não gostei de tê-la visto usando aquele biquíni, mas eu nunca tentaria impedi-la. Primeiro porque não é do meu feitio fazer isso e segundo porque faz parte de sua profissão. Sei que todos a olham e admiram, mas isso não agrega em nada porque sei o que ela sente por mim.

— Eu jamais faria isso ! Só não gostei de ter sido pego de surpresa, mas não vamos discutir…

— Achei que iria gostar. — Disse um pouco desapontada.

— E gostei! É realmente muito bonito e ficou perfeito em seu corpo, mas confesso que gostaria mais se fosse uma de suas lingeries, que só eu vejo. — Comentei e ela sorriu então dei-lhe um selinho. — O que quer fazer primeiro?

— Vamos jogar vôlei de areia?

— Certo, mas já fique sabendo que você não tem chances contra mim! — Afirmei e ela gargalhou.

— Ok… vamos para a quadra e veremos. — Falou sorrindo e me deu a mão, então seguimos para a área esportiva.

O jogo foi rápido, nem precisamos de tie-break, porque ela me deu uma "surra" vencendo os dois primeiros sets sem esforço nenhum. Tenho que confessar que ela realmente é muito boa!

Entramos debaixo do chuveirão para tirar a areia do corpo e em seguida voltamos para a mesa. Enquanto ela se acomodava embaixo do guarda-sol, aproveitei para pedir que nos trouxessem dois sucos.

— Cansada? — Perguntei ao retornar e lhe dei um selinho.

— Um pouco… — Falou sorrindo ainda segurando o meu rosto.

— Pedi um suco para você se refrescar!

— Ah, obrigada! Estou mesmo com sede. — Agradeceu pegando o protetor e tirou o cabelo para o lado. — Me ajuda?

— Claro! — Comecei a passar o protetor em suas costas e a danadinha se arrepiou. — Amor parece que você está com frio… — Brinquei e ela olhou para trás e sorriu, então o rapaz chegou trazendo o pedido .

— Eu não acredito nisso, Felipe! — Resmungou olhando para a bandeja e eu me fiz de desentendido.

— O quê? — Perguntei tranquilamente entregando o copo em sua mão.

— É vingança porque eu te dei uma surra no jogo, né?! — Falou me encarando.

— Não viaja... eu deixei você ganhar! —  Falei mesmo sabendo que não é verdade e ela soltou uma gargalhada, mas logo se conteve. — Agora seja boazinha e beba o seu suco verde como foi recomendado. Ou acha que eu não vi você jogando na pia hoje de manhã? — Agora foi minha vez de encará-la.

— Estava amargo! — Tentou se justificar mas não adiantou.

— Sempre está! Acho melhor você ir se acostumando, porque tem que tomar diariamente ou não vai curar essa anemia. Agora beba, por favor.

Mesmo contra a vontade ela tomou, então permanecemos ali descansando e após um tempo pedimos o almoço.

À tarde praticamos tiro ao alvo, e retornamos após às 16 horas. Sentei em uma espreguiçadeira com as pernas espaçadas e puxei minha pequena para sentar no meio. Além de aproveitar um pouco, também consigo evitar que todos fiquem a engolindo com os olhos.

— Ansiosa para voltar ao Rio? — Indaguei assim que ela encostou em meu peito.

— Preocupada com a reação de Igor quando souber de nós… — Declarou ao colocar os óculos e percebendo a tensão em sua voz, a abracei forte e dei um beijo em sua cabeça.

— Não pense nisso… vai ficar tudo bem. — Tentei acalmá-la mas a verdade é que também estou preocupado.

Estávamos conversando  e ao olhar para o lado, me deparei com o sujeito que vi no shopping.

Obsessão: Loucos Por Ela Onde histórias criam vida. Descubra agora