Capítulo 5

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Acordei logo cedo com a minha mãe fazendo barulho no quarto,abrindo as cortinas e janelas. Gritando palavras como: "Vamos acordando"," Levanta Yuna","Hora de embalar as coisas".

- Fecha isso,eu ainda estou com sono. - murmurei cobrindo o meu rosto.

Não dormi nada essa noite. Quando meu pai e eu chegamos em casa,já eram mais de duas da manhã. Ainda inventei de comer,fui tirar a maquiagem,tomar banho... Houve todo um ritual pré e pós banho até eu de fato deitar e dormir.

- E? - questionou irônica. - Não mandei ninguém chegar tarde da noite em casa. - Pude ouvi-la abrir as janelas. Logo,senti a quentura dos raios solares em minha perna.  Aigo!  -  Já acordou baby Hwang?! - aumentou o tom de sua voz. - Ainda tem muita coisa a se fazer,embalar e fora que precisamos despachar alguns móveis ainda hoje. - puxou meu lençol,fazendo que eu resmungue.

- Isso é trabalho do papai,não nosso. - retiro o lençol do rosto.

- Mas as caixas são nosso. Levanta logo Yuyu,testa minha paciência não. Hoje eu acordei de calcinha virada. Acho que vou menstruar.

- É cedo ainda. - sento na cama,coçando meu olho.

- É bom que o dia rende. - respondeu passando pelo labirinto de caixas e saindo do quarto.

Estico os braços me espreguiçando e levanto.
Fiz minhas higienes e necessidades matinais primeiro para depois pegar umas caixas que já estavam lacradas e descer com elas. Não havia quase nada na casa,chega era estranho de ver. Os móveis,quer dizer,partes deles pois já estavam desmontados,quer dizer,os que iriam para o despache. A grande maioria vendemos. Na nossa antiga casa em Seul haviam uns móveis já embutidos.

.... Mas pensando bem,não sei se eles ainda existem. Já fazem tantos anos.

.......

- Aconteceu algo entre você e o Jhonatan ontem? - Minha mãe quebra o gelo,enquanto embrulhávamos suas taças de cristais em jornais.

- Hum,nada demais. - Dou os ombros. - Só o mesmo de sempre... Chateação,jurando que ainda estamos juntos. Querendo forçar proximidade,procurando confusão... Coisas típicas de Jhon. - viro minha atenção para a mesma,que permanecia concentrada enrolando suas taças em jornais. - Se for para me fazer mal ou me estressar,ele com certeza vai fazer. Até eu render. - Com cuidado,guardei a taça. - Mas não sou a mesma de antes e suas palavras não me convencem mais. Já fui tola por muito tempo...

- Vixe... - Faz cara feia. - E por que você ainda sai junto com esse homem? Haja paciência,hein?! Ainda bem que ele não pisa mais aqui em casa,por que se pisasse,ouviria poucas e boas minhas.

Nossa conversa é - semi - interrompida por latidos do Tigrinho,em frente à porta do quintal.

- Deve ser por que ele faz parte do único grupo de amigos que eu tenho. - Ponho a taça na caixa e me levanto. - O que eu posso fazer? - Abro a porta e o mesmo corre. - Não posso barrar uma pessoa que é amigo dos meus amigos. - Voltei a me sentar ao seu lado.

- Já pensou em simplesmente não ir para os mesmos ambientes que ele? - Me olhou incrédula.

- Não é bem assim também mãe... - Passei a vista para o quinta,procurando ver onde o tigrinho estava.
Tigrinho saiu correndo para o canteiro de flores da minha mãe,levantou a patinha e fez xixi.

- Mãe,ele fez xixi nos seus girassóis. - Aviso.

- Oh mulher. - virou-se para trás. - Tu ver e não faz nada,poxa.

- É fertilizante. - sorri.

- Mané fertilizante,Yuna. O xixi dele é ácido! Vai acabar matando meus pobres girassóis.

Rock with you. - Hoshi  Onde histórias criam vida. Descubra agora