*Mapa no final do capítulo
*aviso de HOTMe esquivo por entre as várias criaturas a minha frente, trolls, elfos, doendes, algumas nixs, e outras que nem consiga distinguir a mistura do que as gerou. Todas me cumprimentando e sorrindo. Hoje está mais lotado do que o normal, não pensei que tantos feéricos viriam parar a festa de aniversário da Cidade Baixa. Nem parece que já se passou 1 ano.
-Cuidado! - rosnou Krull para um feérico que pisou no pé dele. O Troll andava atrás de mim.
As tubulações abandonadas abaixo da cidade são enormes, mas a multidão tira essa impressão.
Quando terminamos a caminhada que deveria levar alguns minutos em meia hora nos deparamos com uma casa feita de pedras presas por barro úmido e lodo florescente. Faz dois meses que eu mandei três espiões para Elfhame e eles nunca costumam demorar tanto para voltar, já estava começando a ficar preocupada. Duas batidas, espera, uma batida, espera, duas batidas... E a porta é aberta por um diabrete que mal alcança meus joelhos.
-Minha Senhora! - Geldri se curvou e me deu um sorriso largo cheio de dentes pontudos e... ensanguentados. Ele viu que eu reparei -Estava no meio da minha refeição, mas entre, o Senhor Calias está na sala.
-É muita gentileza. - passamos pela porta e atrás de mim escuto o barulho de uma cabeça batendo no arco da porta, seguido por um grunhido do Krull. Olhei para trás preocupada, mas ele me deu um sorriso, enquanto massageava a testa.
Passamos por três cômodos até chegarmos na sala. Um escritório com as paredes cobertas de livros, um lustre com joias brilhantes como fogo no lugar de velas, um tapete persa, com certeza roubado da superfície, e sobre ele tinha uma mesa redonda de madeira.
Me sentei ao redor da mesa, Krull ficou parado atrás de mim, como uma montanha silenciosa, esperamos alguns minutos até um feérico entrar na sala, uma criatura alta, de pele lilás, cabelos longos e roxos, orelhas pontudas, olhos dourados e enormes chifres.
-Quem é viva sempre aparece!
-Você me chamou.
-Eu também te chamei dois dias atrás e você ignorou a minha carta. - ele veio até a mesa segurando uma caixa em cada braço.
-Eu respondo a chamados importantes, não um convite para jantar.
-Que mulher cruel. - disse ele soltando uma caixa no chão com um estrondo e pondo a outra sobre a mesa. Parecem pesadas.
-É o seu presente para mim? - perguntei e ele gargalhou.
Levei minhas mãos até a caixa. Acabei puxando fôlego tão alto que até Calias se assustou com minha reação. A cabeça de um gnomo me encarava com uma expressão de terror, como se estivesse gritando de medo.
-Gloy! - um dos meus espiões. Em seguida, Calias colocou a outra caixa na mesa, já aberta, mostrando a cabeça de uma górgona, sem olhos, com algumas cobras ainda se debatendo. -Malia, faltava uma... Cadê a Ingrid?
-Ela não voltou. Nas atuais circunstâncias, não sei dizer se isso é algo ruim.
O que eu vou fazer agora? Já mandei dezenas de feéricos para Elfhame, nenhum deles me trouxe notícias, todos vieram dentro de sacos, caixas, com ramos de vieira crescendo de dentro deles, ou nem conseguiram retornar.
-Mas, a Malia conseguiu isso. - ele me entregou um bilhete pequeno e úmido - Estava dentro de uma das cobras dela. Mas pela letra, acredito que ela precisou escrever as praças."Madoc depois do Lago das máscaras. Estão vivas. Guerra. A rainha é"
Ela não conseguiu terminar... Elas? Todas as três? Minhas menininhas estão vivas? Estão em Elfhame com Madoc! Mas por quê ele ainda está com elas? Será que está fazendo algum mal a Jude e Taryn? Entendo que ele tenha ficado com Viviane, mas porque precisa das minhas outras filhas? Depois de tanto tempo...
-Estão vivas! - Krull sorriu, me tirou da cadeira e me abraçou, me girando no ar. Estava tonta e sorrindo como uma criança quando ele me pôs no chão.
-Isso é maravilhoso! - Calias também veio me abraçar, e eu retribui. -Isso quer dizer...
-Dizer...
-que você...
-que eu...
-Pode deixar as tarefas de lado só por hoje e ir aproveitar a festa. Comemorar as boas notícias. Deixe o luto pra amanhã.
-Não. - ele me soltou na hora e colocou um bico na cara.
-Você pode se divertir por uma noite.
-Eu tenho deveres. Ainda temos muito o que fazer até a Cidade estar mesmo pronta e...
-Eva, a Cidade ainda vai estar aqui depois de hoje e a Dama da noite pode dar o ar da graça em eventos de vez em quando. - eu sorri -Faz um ano que você construiu o nosso lar, então por que não comemora esse grande feito?
-Acho que... - ele começou a fazer aqueles olhos de cachorrinho -Ok, você tem razão.
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De volta do nada
Fantasy《Fanfic Povo do Ar》 Eva, mãe das filhas de Madoc, sobreviveu a sua tentativa de assassinato e começa sua jornada atrás de vingança.Estava determinada a reaver sua família. Sangue se paga com sangue. Anos haviam se passado sem que ela tivesse...