O patrimônio.

3. por mim?

No dia seguinte Ayla não apareceu para ir à escola, fiquei preocupada mas ela so deveria ter faltado por alguma bobeira, normal, mas passar o dia inteiro sozinha na escola foi um terror, me sentei no chão ao canto do refeitório

- cuidado meninas, se olharem muito os olhos queimam
Megan passa com suas 2 amigas, Katie e Nessa, Katie ri e Nessa so sorri sem mostrar os dentes

- como que pode os sanchez andarem com ela? Eles enlouqueceram de vez?
Katie diz e ri com Megan

- não fale assim Katie! Theo vai nem mais olhar para ela quando me ver
Ela sorri e saem andando, somente abaixo a minha cabeça e volto a comer, Theo nunca ficaria com ela, ou ficaria? Saio da escola e como de costume entro no carro com Cora permaneço em silêncio, ela me olha por um tempo e então diz

- algum problema minha princesa? Está quieta
Faço que sim com a cabeça

- só estou pensando no porque minha amiga não vir para a escola

- algum problema com ela para ocasionar essa preocupação?
Penso em contar sobre a relação de Ayla com seus pais, mas achei que se ela confia isso a mim não deveria contar a mais ninguém

- não, so coisa de amiga sabe? Acho que estou pensando demais

- não ocupe essa cabecinha com algo assim, ela só deve ter ficado com preguiça nada demais
Olho a paisagem e buscamos os meninos, a mesma rotina de sempre, hoje Antonie almoçou conosco, ele quase nunca está em casa e principalmente na hora do almoço, mas hoje parece que quis passar com a família, Mattheo foi comer em seu quarto, eu sinceramente não entendo porque ele age assim, tosco. O dia se passa muito bem, fiz biscoitos com Cora enquanto Theo tomava banho e depois nós três assistimos um filme antes de Cora ir trabalhar, logo minha mãe veio me buscar, conversou um pouco com Cora e então fomos para casa.

20:57 pm

Eu estava sentada no sofá vendo um filme com minha mãe que já dormia, ela era secretária mas consigo imaginar o quão cansativo isso podia ser, escuto batidas na porta e me assusto, fico com medo, porque não tínhamos conhecidos, muito menos para bater em nossa porta a essas horas, cutuco minha mãe que acorda assustada

- Oque houve? Eu não estava dormindo!
Ela diz sonolenta

- tem alguém batendo na porta, estou com medo de ir ver
Digo e ela se levanta

- vamos juntas então
Ela diz e eu a digo ate a porta ela olha pelo olho mágico e abre a porta

- Ayla?
Pergunto quando a porta é aberta, antes de nada a garota com um pinguim de pelúcia na mão de abraça enquanto soluçava de chorar, minha mãe me olha assustada e eu retribuo o olhar abraçando Ayla, minha mãe percebe e se afasta para que possamos conversar

- me desculpa vir aqui tão tarde, eu so...
Ela diz se afastando de meu abraço então olho em seu rosto, sua bochecha está vermelha, fico em choque e analiso Ayla se cima abaixo, vejo a pelúcia sendo segurada pelo braço e vejo no pulso de Ayla marcas roxas como se alguém tivesse apertado

- Ayla... oque fizeram com você?
Digo e o choro de Ayla aumenta e ela cai no chão me ajoelho em sua frente e a puxo para uma abraço, olho para minha mãe na cozinha que nos observa, ela diz " vou fazer um chá " e eu leio seus lábios e concordo, espero Ayla se acalmar e pego a mochila que até então não tinha visto em suas costas, guardo a mesma e ela se senta no balcão da cozinha com seu chá ao lado, me sento em seu lado e Ayla respira fundo com a cabeça abaixada no balcão

- eu não quero mais voltar lá Ayla... por favor não me faça voltar, meu pai chegou bebado e bateu pra valer na minha mae dessa vez, eu tentei separar mas ele me bateu também... minha mãe o defendeu e disse que eu era louca de entrar no meio de briga de gente grande, ela me mandou pro quarto e depois meu pai foi atrás, e então eu fugi, não quero mais ficar lá.
Ela diz e seus olhos se enchem de água denovo