12. Oque nunca fizeram.

8 2 7
                                    



                            Marcus, 7 anos.


Insistia para minha minha mãe me deixar ir la fora jogar bola enquanto olhava as outras crianças pela janela, e ela insistia em dizer que não, fico bravo e decido ir para meu quarto

- ei ei ei! Va cuidar da sua irma.
Bufo e então olho para a criança sentada no tapete e sorrio quando ela corre pegar uma bola para brincarmos, e assim fazemos, era quase quase 9:00 da noite quando a porta principal se abre com força, meu pai entra cambaleando e minha irmã se assusta e eu também. Meu padrasto chega gritando com minha mãe sobre como ela era uma inútil e que queria a comida e olha para mim e para minha irmã

- essas crianças estão gastando demais! Não quero saber disso mais
Ele diz embolado e nossa mãe pensa em dizer algo mas desiste, meu pai surta quando minha mãe diz que a janta não estava pronta e puxo Ayla comigo para o quarto e a deixo la e volto olhar meus "pais" eu nunca soube oque acontecia, mas sabia que ele machucava minha mãe, e eu tinha medo, me enfiava no meio dos dois e gritava.

- PAREM EU ESTOU COM MEDO!
dizia com meus dois braços esticados para que meu padrasto parasse e então ele me chutava, minha mãe so olhava.

Conforme cresci isso se tornou extremamente normal, eu não brincava ou ao menos saia de casa, eu ia para escola e cuidava de Ayla, maioria das vezes meu padrasto me batia mas eu nunca devolvia os socos, apartir dos 12 anos eu tentava ficar o mais longe de casa possível, sempre ficava na casa dos meus amigos, no total eram 3 Logan, Henry e Ryan.

- ah qual é Marcus, da um tapa ai
Ryan diz e eu nego com a cabeça

- eu não quero, não vai resolver nada.
Digo encarando Henry e Logan disputarem no video game eles eram 3 playboys que nunca passaram fome ou se preocuparam com algo na vida.

- talvez não resolva, mas te deixa bem de boa
Ele diz e ri, chapado.

  Nunca achei bom eu andar com essas pessoas que aos 13 anos fumavam maconha, mas eu precisava me afastar, fugir, mas era difícil. Meu padrasto começou a gastar mais que o normal, e a comida e luz começou a faltar em casa, eu trazia o lanche da escola para Ayla, e brincava com ela e a noite dormia com ela pois ela tinha medo do escuro e do monstro que ela dizia ficar na porta dela, eu dizia que era bobeira mas ela era muito teimosa.
  Logo ja era ano novo, eu sento na sacada de casa, balançando meus pés para fora, olhando todas aquelas luzes acesas, na mesma rua algumas pessoas com som alto e vários carros estacionados ao decorrer da rua, escutava a trilha sonora de meus pais brigando como sempre, imagino como seria estar no lugar daquelas famílias, comendo juntos, fazendo karaokês, brincando, sorrindo.

- Zelinho?
Ouço a voz de Ayla logo atrás de mim oque me faz olhar para ela e sorrir - porque seu braço tá roxo? - ela senta ao meu lado

- eu bati brincando na escola, como você está?
Abraço ela de lado voltando a olhar a cidade

- bem, mamãe e papai estão brigando denovo
Ela diz e tapo seus ouvidos beijando sua cabeça

- eu sei...
Os fogos começam a estourar indicando a virada do ano, Ayla sorri e olha com admiração para as luzes

- eu desejo ser super super famosa e rica para gente comer peru no natal e sobremesa no ano novo!
Ela diz de olhos fechados e dedos cruzados oque me faz rir e abraço ela

- Feliz ano novo Ayla.
Abraço ela que me abraça denovo

- Feliz ano novo Zelinho.
Zelinho era o apelido insuportável e fofo que Ayla havia me dado quando bem criançinha porque escrevi em uma carta para ela a palavra "zelo" e ela pediu para eu explicar e então começou a me chamar de Zelinho= quem cuida dela.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 15 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O patrimônio.Onde histórias criam vida. Descubra agora