- Não se preocupe, eu tenho um plano. Continue me guiando até o centro.
- Mas Al Farwaniyah fica em outra direção... - Disse Aaliyah, sem entender.
- Não podemos ir com esse carro, sabendo das tecnologias que o seu irmão tem acesso, devem estar nos rastreando nesse momento. Vamos deixá-lo no centro e pegar outro veículo. Além do mais, um Rolls Royce chama muita atenção.
- Tudo bem.
- Você tem alguma bagagem nesse carro?
- Tenho apenas uma mala pequena para emergências que fica no porta malas.
- Bom, parece que temos uma emergência.
Cruz disse antes de encontrar um lugar para encostar o Rolls Royce. Ainda estavam em uma área residencial. Ela correu até a parte traseira do carro, alcançou a mala e retornou para dentro do veículo, dando a partida novamente depois de entregar a bagagem a Aaliyah.
- Tem algumas roupas aqui. - Disse Aaliyah, revirando a mala.
- E hijab?
- Sim, tem um. Mas tem um lenço também, acho que você pode improvisar.
- Ótimo. Quão perto estamos do centro?
- Uns cinco minutos.
Quando chegaram ao centro, Cruz parou o carro num estacionamento aberto de uma rede de supermercados. Aaliyah colocou seu hijab e Cruz fez o que conseguiu improvisando o lenço para que cobrisse seu rosto.
Antes que saíssem, Manuelos recarregou sua pistola e a de Aaliyah com a munição da arma de Mansour que havia levado consigo.
- Tome. Esconda bem. - Disse Cruz, devolvendo a arma à Aaliyah.
Depois de colocar sua própria arma na cintura, pegou a mala de Aaliyah e saíram em direção a entrada no mercado.
- Você tem algum dinheiro?
- Cinco mil dólares e alguns dinares, mas também estou com o cartão de crédito.
- Aqui parece ter um caixa eletrônico, saque o que puder em dinares e quebre o cartão, podem rastrear suas compras. Se usar dólares, vai chamar muita atenção.
O supermercado realmente tinha um caixa eletrônico em seu interior. Era um Walmart, tinha de tudo.
Aaliyah sacou 10 mil dinares, o que julgou ser o suficiente até sairem do Kuwait, e colocaram o dinheiro na pequena mala.
Compraram duas garrafas de água, barras de cereal e um carregador de celular.
- Vamos precisar nos trocar, ou irão nos reconhecer pelas nossas roupas.
- Tudo bem, acho que tenho algo que sirva em você nessa mala.
Aaliyah se aproximou de um atendente e perguntou:
- Eafwan 'ayn alhamami? (Com licença, onde fica o banheiro?
- Fi almamari al'akhir ealaa alyamin. (No último corredor à direita). - disse o rapaz.
Aaliyah estava toda vestida de preto. Uma saia longa e uma blusa por dentro. Simples ao olhar, mas tudo ali era de grife.
Ela gostava de usar cores alegres e que chamassem a atenção, mas desde a morte de seu pai, eram raros os dias em que não vestia o luto.
Esse era um deles, por pura necessidade, foi o que pensou antes de pegar uma saia azul marinho e uma blusa branca, de botões. Aaliyah preferia os vestidos, mas tinha que considerar que agora carregava uma arma. Um vestido estava fora de cogitação.
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ENEMIES
FanficAté onde a vingança pode ser satisfatória? Até onde o arrependimento pode salvar? Uma história sobre Cruz Manuelos e Aaliyah Amrohi.