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Quase um mês tinha se passado desde o encontro no meu quarto. Ryujin tinha deixado meu quarto naquela noite pouco depois de repetir que eu estava fora de limites e que nada nunca aconteceria entre nós.

Não fazia sentido pra mim que ela estivesse tão decidida quanto a isso,
considerando que não éramos parentes. Então eu achava que tinha mais coisas que eu não sabia.

A pior parte sobre o que aconteceu no meu quarto foi que Ryujin começou a se distanciar. Não havia mais mensagens rudes, nem convites para jogar videogame. Quando estávamos ao mesmo tempo em casa, ela ficava no quarto dela, e eu no meu. Ela também passava mais tempo na lanchonete ou fora de casa.

Nunca achei que sentiria falta de seus insultos ou sua conversa rude, mas daria qualquer coisa para voltar ao jeito que estávamos antes, de beijá-la e dizer que queria foder com ela.

Ai.

Eu me encolhia sempre que pensava nisso. Mas naquele momento eu estava tão intoxicada por ela e queria saber como seria sentir aquilo mais do que qualquer pessoa.

Eu estava pronta.

Ela e eu tínhamos feito 18 anos nas semanas seguintes àquela noite. Nossos aniversários eram distantes apenas cinco dias. Então eu definitivamente me sentia velha o suficiente para dar aquele passo. Não era como se eu estivesse me mantendo virgem até casar.

Eu era virgem apenas porque nunca senti vontade de fazer isso com ninguém... Até, bom... Shin Ryujin.

Ela passou as últimas semanas deixando claro que isso nunca iria acontecer.

Mas eu sentia sua falta. Então, uma noite após o jantar, as coisas mudaram, e tive um pouco dela de volta. Normalmente, Ryujin nunca comia em casa, mas nessa quarta em particular, por alguma razão, ela decidiu se juntar a nós.

Desde a noite em que vi o quão mal Minho a tratava, tinha evitado meu padrasto, exceto no jantar. Minha mãe e eu não estávamos exatamente nos dando bem porque ela continuava insistindo que não podia se envolver no relacionamento de Ryujin e Minho.

Ryujin não estava me olhando na mesa. Apenas olhava para baixo remexendo na massa com o garfo. Em um momento, eu olhei pela janela para as roupas do vizinho estendidas e secando ao vento. Pude sentir seus olhos em mim. Parecia que ela estava esperando que eu me distraísse para que ela pudesse me olhar quando achasse que eu não notaria.

Quando me virei para ela, abaixou a cabeça de novo e voltou a brincar com a comida. Minho estava com um humor raro aquela noite, reclamando que o jantar simples não o agradava. Abruptamente se levantou e foi até a despensa.

— Yeji, porque merda você está enfiando todas essas calcinhas dentro de uma lata de Pringles? — Ele gritou.

Minha boca se abriu, e olhei para Ryujin. Nós nos olhamos por alguns segundos antes de Ryujin bufar e perder a compostura.

Rimos juntas. Não podíamos parar. Eu amava o som de sua risada.

Olhar para o rosto confuso de Minho me fez rir ainda mais. Quando paramos de rir, Ryujin ainda sorria para mim e disse baixinho, para que só nós ouvíssemos.

— Falei que não estavam em meu quarto.

Minho bateu a lata na mesa na minha frente. Eu abri e chequei o conteúdo.

— Não estão todas aqui.

Ryujin piscou.

— Fiquei com algumas. — Ela disse sedutoramente.

Revirei os olhos e atirei uma em seu rosto. Ela prontamente colocou-a na cabeça como uma touca. Só minha meia-irma poderia ficar gostosa com um par de calcinhas na cabeça. Ela continuou olhando para mim com aquele sorriso que eu adorava. Foi bom ter sua atenção de novo, mesmo que brevemente.

SISTER | RYEJIOnde histórias criam vida. Descubra agora