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Eu fiquei irritada que ela nem ao menos comentou sobre a carta depois de alguns dias.

Chaeryeong também não me deu escolha a não ser finalmente contar a ela sobre meus sentimentos por Jeongyeon.

Ela não parava de falar sobre como não entendia porque Ryujin nunca a chamou de novo para sair depois que se beijaram no jantar. Não aguentei mais e disse a ela tudo que aconteceu entre nós. Ela ficou chocada, mas pelo menos funcionou para fazer com que parasse de falar sobre Ryujin de uma vez por todas.

E não, ela não ficou chateada.

(Por mais incrível que pareça.)

Ryujin continuou me ignorando durante a semana seguinte. Ela pegou mais horas extras na lanchonete e no resto do tempo ficava no quarto com a porta fechada.

Ela obviamente sabia que eu tinha ouvido a garota no seu quarto naquele dia, porque eu deixei o livro no chão em frente à sua porta. Estava claro que ela não se importava em se desculpar ou saber como eu me sentia.

Então, quando Han Jisung me chamou para sair naquela semana, eu disse sim. Jisung era um dos caras mais doces da escola. Na verdade, eu não estava atraída por ele, mas precisava de uma distração e sabia que ao menos nos divertiríamos juntos.

Era um dos poucos meninos que eu considerava amigo, apesar dele obviamente querer mais.

A sexta à noite chegou. Arrumei o cabelo e coloquei um vestido azul royal que comprei numa promoção no shopping, mas o meu entusiasmo era o mesmo que tinha quando fui assistir ao filme com Chaeryeong, Yeonjun e... Ah, Ryujin...

Quando Jisung chegou, minha mãe abriu a porta para ele e gritou.

— Yeji, seu encontro está aqui!

Uma música baixa vinha do quarto de Ryujin e a porta estava fechada. Uma parte de mim queria que ela me visse saindo com Jisung, mas outra parte não queria lidar com ela.

Jisung estava esperando no final das escadas com flores, e isso me deixou
constrangida. Nunca poderia imaginar Ryujin esperando uma garota com margaridas.

Vamos admitir, ela não precisava.

Que droga! Mesmo quando tenho um garoto maravilhoso, cavalheiro na minha frente, meus pensamentos me levam até ela, a babaca que me faz sofrer!

— Ei, Jisung.

— Ei, Ji. Você está maravilhosa.

— Obrigada.

— Se importa se eu usar o banheiro antes de sairmos?

Hesitei em mandá-lo lá para cima no caso de Ryujin sair do quarto.

— Claro. É lá em cima. Vire à esquerda, no fim do corredor.

Esperei por ele num banquinho.

— Ele parece legal. — Minha mãe disse.

— Ele é. — Eu disse, colocando as flores em um vaso.

Esse era o problema. Eu me acostumei a amar a maldade misturada com a bondade.

Depois de cinco minutos, Jisung tinha um olhar esquisito no rosto quando
retornou.

— Está pronto? — Perguntei.

— Claro. — Ele disse sem me encarar. Andou na minha frente em direção ao Focus estacionado na garagem. Ele ainda estava agindo estranho quando entramos e antes de ligar o carro, se virou para mim.

— Me encontrei com sua meia-irmā lá em cima.

Engoli o bolo que se formou na minha garganta.

— Mesmo?

SISTER | RYEJIOnde histórias criam vida. Descubra agora