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O lar onde cresci começava a desaparecer do campo de visão, e junto com este iam todas as boas e más memórias, não digo que seja um sítio que não quero voltar, pois aquelas paredes contam a minha histórias, só elas sabem de cor todos os meus traços, espero um dia cá voltar, mas não agora, nem num futuro próximo, espero cá voltar, quando a minha finalmente assentar, quando experimentar aquela coisa que nunca tive chamada "vida normal".

Esta pequena viagem até á estação estava a dar cabe de mim lentamente, cada lugar que passava tinha uma pequena marca na minha história, e quando dizem que é fácil mudar de vida, eu digo que não, é bem complicado, apesar desta mudança ser o melhor para mim, ainda existem alguns medos, iram sempre existir.

Cresci a ouvir dizer que a mudança é uma coisa boa, e que nunca é tão difícil como parece. Mas isso não é verdade. é apenas mais uma mentira para acrescentar à lista. é tão ou mais difícil do que parece. E apesar de eu repetir para mim mesma que isto é o melhor para mim, alguns dos meus maiores medos nunca irão desaparecer. Se alguém da minha terra natal me ouvisse a dizer isto, ficaria sem dúvida espantado. Toda a gente sempre me encarou como sendo uma mulher forte, feroz. Talvez por causa daquilo tudo que passei, ou talvez eu seja mesmo assim. Mas há uma parte de mim que eu sempre escondi.

O meu lado fraco

O meu lado assustado

O lado oculto da Lua, como a maior parte das pessoas chamam

Prometi a mim mesma que nunca iria mostrar esse meu lado mais fraco, mas isso não é uma razão suficientemente boa para dizer que ele não existe. Como já disse, alguns dos meus medos nunca irão desaparecer.

Retiro a ultima mala da bagageira do táxi e despeço educadamente do motorista, que por sua vez, foi extremamente simpático comigo. O comboio que esperava para á minha frente e toda a minha pele arrepia-se, dou um grande suspiro e entro no grande e nada limpo comboio.

...

A viagem de três horas foi bem passada, entre as minhas músicas favoritas e os meus livros que mais me faziam viajar o tempo passou a voar. A estação de comboio da minha nova cidade não tinha metade das pessoas que a antiga, o que me deixou extremamente feliz pois não sou a pessoa mais sociável do mundo. O sotaque britânico não era tão carregado como o meu o que fez soltar um pequeno sorriso, pois achava o nosso sotaque uma das coisas mais preciosas da língua inglesa.

A pequena cidade era mais cinzenta, o céu não se encontrava limpo, pelo contrário as nuvens cinza escuro só mostravam que os aguaceiros estavam próximos. Mas a temperatura era agradável, não era frio, não era quente, não havia excesso de sol, bem, mal cheguei e já me sinto em casa.

O carro vermelho, que fora descrito milhões de vezes pela minha agente imobiliária, estava á minha espera á porta e dentro dele, uma senhora que apesar de já aparentar ter os seus 40 anos, não apresentava qualquer falha na pela, esta coberta por uma fina camada de base um tom a cima do seu, numa tentativa de a fazer mais bronzeada. Chego perto do veículo e logo o seu sorriso faz com que não tenha dúvidas que é a Sra. Saltzman.

"És Chloe, não és querida?" ela pergunta, enquanto sai rapidamente do carro ajudando-me com as minhas malas, um ato que observei atentamente devido á altura dos seus saltos altos.

"Sou sim." Respondo, um pequeno sorriso cresce nos meus lábios quando esta me entrega um copo de café mal entro no carro.

...

A conversa até á minha nova casa foi extremamente agradável, a Sra. Saltzman indicou-me imensos sítios para visitar, o que me deixou extremamente curiosa, falou também que o meu apartamento era em frente a de uma rapariga mais ou menos da minha idade, e que esta estava muito curiosa para me conhecer, o que vou admitir que me deixou um pouco envergonhada.

O carro, finalmente, parou em frente a um grande edifício branco e fiquei estupefacta comigo mesma, e ao mesmo tempo orgulhosa, por te conseguido comprar um apartamento deste.

Mal entro dentro da minha casa, fico de boca aberta, é simplesmente perfeita, logo na entrada dou de caras com uma grande sala, esta toda decorada com tons brancos e pretos e pequenos apontamentos prateados, fiquei maravilhada com o gira discos preto que reluzia de maneira única, o sofá preto parecia a coisa mias confortável do mundo e se não fosse a Sr. Saltzman já tinha salto para cima dele para ver como realmente é. Fui guiada para o meu quarto e também não fugia aos tons da sala, era feminino mas não demasiado, a grande cama centrada no meio era linda, os cobertores brancos perfeitamente esticados mostravam o cuidado que havia com este imobiliário, o meu closet era gigante e senti-me um pouco exagerada pois não tinha roupa nem para metade daqueles cabides. O quarto era pequena em comparação ao meu e senti que ele era completamente inútil pois não tinha ninguém que pudesse lá ficar. Depois de ver o resto da casa senti que escolhi o sítio perfeito, mal a senhora Saltzman saiu corri para a cozinha comendo a refeição que esta tinha deixado, carinhosamente, juntamente com alguns suplementos alimentares que ia precisar nestes primeiro dias para me organizar.

Levava leves garfadas da deliciosa lasanha, enquanto pensava nas coisas que tinha para organizar quando ouça a campainha a tocar.

Corro para a porta e quando a abro, é revelada silhueta de uma mulher, a sua figura era alta, magra, os seus olhos eram um azul escuro e os seus cabelos encontravam-se perfeitamente lisos estes caiam sobre os seus ombros de maneira sublime, o seu sorriso era brilhante e notava-se que tinha muita cuidado com ele, claro que estava perfeitamente vestida e senti-me intimidade devida á maneira que estava vestida perto da dela, os seus calções pretos estavam perfeitamente colados ao seu corpo realçando cada parte do seu corpo e seu top vermelho que revelava só um pouco da sua barriga dava-lhe um toque atrevido sem nunca perder a modéstia.

"Olá, eu sou a Ella, mas chama-me El." ela, rapidamente, me informa, e eu sorriu ao lembrar das palavras da minha agente imobiliária.

"Sou a Chloe." Apresento-me de seguida.

"Sê bem-vinda!" ela praticamente grita entregando-me um pequeno cesto com alguns itens de comer dentro.

"Entra!" convido e esta corre para minha sala oferecendo-se para desfazer as minhas malas.

...

A tarde passou a voar, e só me apercebi que já tinha escurecido quando olhei pela grande janela da sala.

"Então o que vais fazer hoje?"

"Provavelmente descansar, estou de rastos." Respondo o mais honestamente possível.

"Nem penses." Ela corta a minha ideia num ápice. "Hoje vais fazer amigos."

"Como assim?" pergunto curiosa mas sem nenhuma vontade de saber a resposta.

"Vamos a bar aqui a perto e apresento-te o meu grupo." Ela responde como fosse a coisa mais óbvia do mundo.

"Eu não tenho nada para vestir, estou cansada..."

"Eu tenho imensa roupa, e nem penses que vais ficar aqui." Ela insiste.

Acabo por desistir e sou praticamente arrastada para o apartamento da Ella, este que era extamente igual ao meu, apenas que os apontamentos a preto era rosa.

"Porque é que parece que nos conhecemos á anos?" pergunto ainda observando o grande closet da minha nova amiga.

"Gostei de ti." Ela responde tirando um vestido preto atirando-me com ele de seguida. "Veste-te, rápido!"

Vou até á casa de banho vestindo o vestido preto que me assentava bem.

"Só um pouco de batom!" a rapariga de cabelos castanhos surpreende-me entrando na casa de banho, tento fugir mas esta prende o meu rosto com a palma da sua mão e pinta os meus lábios com um vermelho bem vivo e quando olhei ao espelho ficava super bem com o meu habitual eyeliner. "Estás linda."

"Mesmo?" questiono, com medo que aquilo seja demasiado.

"Mesmo, agora vamos que os meus amigos estão á espera."

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digam olá á bulletproof!!

a versão em ingles está disponível no perfil da softpunk99!

espero que gostem! O trailer está aí em cima, na multimédia!

Bulletproof || l.h.Onde histórias criam vida. Descubra agora