XI

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Esfrego os olhos numa tentativa falhada destes se adaptarem à luz forte que entrava pela janela meia aberta, de seguida olho para o relógio preto, que para mim ainda difícil compreender, e reparo que já é em mais tarde do que pensava. Tiro os suaves e quentes lençóis e pego no meu robe envolvendo o meu corpo no mesmo com intenção de não acontecer algum tipo exposição indesejada, pois o tamanho dos calções que uso para dormir não é coisa mais preservadora de sempre e claro que o meu pior inimigo que eu chamo de sutian não podia dormir comigo, logo o tecido fino da minha t-shirt branca não escondia absolutamente nada.

Assim que me aproximo da porta o som, já familiar, das vozes dos amigos do Luke são o único som dentro daquela casa.

"Quando ela acordar pede-lhe mais um beijinho." O tom de gozo do Michael é evidente e com cada palavra do mesmo as minhas bochechas começam a ferver.

"Fala baixo." O Luke adverte. "E já disse que não é nada disso." Avisa num tom fraco para uma ameaça.

"O Luke apaixonado, nunca pensei." O dono dos cabelos cacheados mais desorganizados que já vi, vagueia e posso ouvir um forte suspiro seguido das gargalhadas masculinas extremamente altas.

"Mano, ela está a deixar-te apanhadinho." a declaração foi dita sem qualquer tipo de hesitação, mas esta voz grossa e marcante era completamente nova para mim.

Decido sair do quarto para parar a conversa, pois esta estava-me a dar, além de um desconforto gigante, uma sensação estranha, não, eu não estava apaixonada pelo Luke, afinal, foi só um beijo e este pode ser apenas um impulso provocado pela droga que ambos consumimos, mas claro que aprecio imenso o quão protector é comigo e todos os seus esforços para que nada me falte, mas isto não é amor, é apenas gratidão.

"Bom dia meninos." digo entrando na sala ampla e numa fracção de segundos todos olham para a televisão, esta que passava um programa sobre confeitaria, o que não me parecia o assunto mais adequado para eles. Rapidamente reparo num membro que era completamente novo para mim, logo associei a voz grossa de à segundos com o mesmo e assim que repara na minha curiosidade não hesita em se apresentar.

"Sou o Calum." Ele diz coçando a parte traseira da sua cabeça, mas em pouco tempo acrescenta. " Também sou membro aqui do gang'zito do Luke." goza e o loiro ri com a brincadeira sem nunca tirar os olhos de mim.

"É bom conhecer-te, até me apresentava mas já deves saber quem sou." 

"Se sei." O seu tom está cheio de ironia. "Mas também podes saber que estou aqui, para fazer justiça." a sua voz muda completamente e posso perceber que cada palavra é dita com sinceridade sendo que apesar que tudo eu não me sinto cem porcento segura nem nunca me iria sentir.

***

Depois de muitas palavras trocadas pude perceber que todo o grupo estava disposto a fazer qualquer coisa para me proteger e defender a justiça, mas além disso soube novas coisas sobre cada um deles, desde que o Ashton tinha dois irmãos até que o Michael era completamente viciado em jogos, descobri que todos sabiam tocar algum tipo de instrumento e assim que a música veio à conversa, tudo se tornou mais animado, é sem dúvida um tema que nunca me vou cansar e já percebi que o gosto do musical do Calum é simplesmente genial, não tinha mesmo qualquer defeito.

***

Vários dias passaram desde da conversa estranha entre os rapazes, mas lentamente a normalidade volteu, aquele desconforto que sentia com o Luke foi passando mas o seu não, é fácil notar que basta um leve contacto com a minha pele o deixa ligeiramente incomodado. 

Mas o que mais me estava a atacar estes dias é a saudade de respirar ar puro e não falo da varanda daqui de casa, falo de rua, de parques, de conhecer a cidade, de ver pessoas. 

Sento-me na cadeira branca e observo o loiro que se encontrava completamente vestido de preto, este fazia o seu lanche e sem qualquer pensamento tento que este ouça o meu desejo.

"Luke?" 

"Hmm." grunhe sem me encarar.

"Eu queria ir dar uma voltar, quero saber o que é sair daqui." digo confiante mas sempre com uma ponta de medo.

"O que?" este vira-se e olha-me com raiva mas ao mesmo tempo desconfiança. 

"Eu quero voltar a ser uma pessoa normal..." 

"Mas sabes que não é assim tão fácil." corta, mas é impossível não lhe dar razão.

"Sim Luke, tens razão, mas eu queria ir ao meu apartamento, podíamos arranjar maneira." quase que imploro pois o desespero é a única coisa que sentia no momento.

"Vou pensar nisso." ele conclui a conversa e eu não sei desisto ou volto a tentar.

***

O Michael entra pela casa pousando o saco plástico sem qualquer cuidado sobre a pia da casa de banho.

"Hora da mudança Chloe." ele grita e eu dirijo-me até ele. Ainda estava um pouco hesitante mas neste momento faria qualquer coisa para sair daquele apartamento.

Assim que entro na casa de banho e olha para a embalagem de tinta vermelha uma pontada de adrenalina atinge o meu corpo, sento-me de seguida no banco, que o loiro, gentilmente, disponibilizou. 

***

Passado mas horas o meu gémeo em cabelo vira a cadeira para o espelho e aí me deparo com um vermelho fechado, nunca pensei que iria gostar tanto, não é vermelho que chame imensa à atenção, é subtil mas ao mesmo tempo bonito. O Luke sorriu com a minha reacção e em segundos os elogios por parte dos seus amigos foram sendo ditos. 

"Sou um mestre." o Michael gaba-se e eu riu sem tirar os olhos do espelho. 

Eu sei que apesar do Luke mostrar que está feliz por eu estou extremamente radiante, ele está com a pé atrás o que me deixa com medo que se algo corra mal, todo o seu plano vá por água a baixo.

"Hoje a festa é em minha casa." digo entusiasmada e a expressão do loiro muda drasticamente. 

"Chloe." adverte.

"Nada de mal vai acontecer Luke, calma."

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Só tenho uma coisa a dizer: agora vou postar mais frequentemente!    

E O PRÓXIMO CAPÍTULO VAI SER TÃO AHHHHHHHHHHHHHHHH! 

a versão em inglês está disponível no perfil da softpunk99!!  

love u, bye,

babsmxx.







Bulletproof || l.h.Onde histórias criam vida. Descubra agora