Amigos

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CAUÃ

Cauã era modelo, um homem de fato muito bonito, gentil, honesto e carinhoso, seu corpo parecia ter sido esculpido pelos deuses, seus olhos castanhos tinham um tom envolvente, esbanjava simpatia, desde jovem e vale ressaltar que o moço era romântico, Cauã sempre foi muito romântico. O moreno volta e meia vinha ao Brasil, havia investido em uma carreira internacional e nas passarelas desse mundo, fazia muito sucesso. Quando namorava Amanda, na sua juventude, fazia questão de tratá-la como a princesa que ela era. Ele nunca esquecera disso, nem que havia sido seu primeiro namorado ou que havia sido o primeiro homem a tomá-la como mulher, a tocá-la de forma tão íntima e verdadeira. Desejava que fosse o único e ficava maluco só de imaginar que algum dia outro homem pudesse a tocar com tamanho desejo e devoção. Eles fantasiavam todas as tardes e noites enquanto estavam juntos que seriam um do outro, para sempre. Ele a amava e demonstrava sua afeição de todas as formas possíveis, desejava casar-se com a moça, porém seus pais tinham outros planos. Planos esses que acabaram por encerrar precocemente o romance dos jovens, outro Continente, com certeza outro Continente os afastaria. Nunca deixaram de se falar. Se tornaram amigos, os melhores. Depois de tantos anos ainda se amavam genuinamente, mas seguiram seus caminhos.

Cauã, sofria ao ouvir os relatos dos namoros e tentativas da amiga, queria que todos os homens a vissem como ele a via quando namoravam, com a mesma adoração, ou até mesmo agora que a via com tanta admiração. Ele desejava mais que tudo, que a Amada pudesse se olhar e reconhecer o mulherão que de fato é. Se pudesse, a faria se enxergar com seus olhos.


MARCUS

Marcus era um homem muito retraído e introspectivo, alto, de ombros largos e um corpo musculoso e definido, quase como se houvesse sido desenhado em cada detalhe. Carregava um olhar acolhedor e um tanto quanto inocente, quem diria que um homem do seu porte e que ganhava a vida batendo nas pessoas, poderia ser tão doce e gentil, provavelmente pouquíssimas pessoas, mas ele era! Buchecha - era assim que era chamado, graças aos colegas de luta, o motivo era um tanto quanto óbvio - tentaram chamá-lo de fofão, mas realmente não pegava bem para um jovem aspirante a lutador. O homem era realmente apaixonado pela família e pelos amigos, quando estava em casa o lutador de 1,90 parecia não ter mais que 1,50, tamanha era sua fofura, quando questionado sobre relacionamentos, Marcus se esquivava, estava focado, não precisava e nem queria distrações, sempre respondia para a sua adorável mãe que estava muito bem só. Antonio e Marcus sempre partilharam tudo na vida, eram grandes amigos, desde a infância, cultivaram juntos o amor pelas artes marciais, inicialmente o Jiu-Jítsu, Marcus seguiu em frente, hoje os dois trabalhavam juntos algumas horas por dia, na academia, graças ao emprego de personal trainer que Buchecha conseguiu para Antonio.


FRED

Fred era um homem de humor ímpar! Leve, de bem com a vida e extremamente determinado, lutou muito para montar seu próprio salão. Era o proprietário orgulhoso do "Enchanted" que abrira suas portas a quase cinco anos, o mesmo tempo que contratara aquele homem que se revelou seu inferno astral, só isso explicava tamanha irritação que sentia, mas era competente e atraía a clientela, motivo pelo qual o jovem inconveniente não seria demitido tão facilmente. Ele amava ver seu salão cheio, tanto quanto amava o admirar vazio ao final do expediente, iluminado apenas pela claridade suave que vinha da luminária da recepção, de fato olhar para seu sonho ali, materializado o fazia sentir feliz e realizado. Era um homem ingênuo e apaixonado que muito em breve seria surpreendido pelo seu...amado? É, realmente podia chamá-lo assim pois o amava, mesmo eles ainda não tendo definido um rótulo para sua relação.

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