Capítulo 3 - O primeiro olhar

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POV ANTONIO

– Caraaalho Sapato, o que te prometeram pra que você vir a uma festa, numa sexta-feira a noite? Porque não é possível, vou ter que registrar esse momento. – Fred falou surpreso, enquanto pegava seu celular.

– Irmão, eu nunca perderia seu aniversário, mesmo você preferindo uma balada a uma social, só com os mais chegados sabe...No conforto do seu ou do meu lar – Pisquei para ele, antes de abraçá-lo com força.

– Já acabaram com as juras de amor eterno? – Marcus debochou do nosso demorado abraço.

Fred e eu continuamos presos ali, rindo.

– Tá com ciúme princesa, vem que eu te dou beijinho e não vai ser na buchecha não viu – Ricardo o perseguia fazendo bico, ameaçando beijá-lo.

Nós todos rimos, daquele trocadilho horrível.

Após o nosso cumprimento e as brincadeiras daqueles homens que pareciam não ter mais que dezoito anos quando estavam juntos, Fred virou-se e abraçou um por um, incluindo aquele rapaz que era um estranho relativamente conhecido, o mesmo, apresentou-se educadamente.

– Antes de tudo, gostaria de parabenizá-lo pelo seu novo ciclo, que seja repleto de aprendizados, descobertas e realizações – estendeu a mão para Fred – Me chamo João Vic...- Foi interrompido e atingido por outro forte e inesperado abraço.

– Mano, não precisa nem dizer seu nome, sou seu fã JV, eu amo o Porta dos Fundos e acompanho seu trabalho a muitos anos – Fred exclamou, feliz.

– Chega, chega dessa melação e tietagem, vamos, quero bebida, quero a pista, vim aqui foi pra me divertir – Ricardo disse, enquanto separava os corpos dos dois homens que ainda se abraçavam – Onde estão seus convidados Fredinho? – ele perguntou, passando seu braço por cima do ombro do amigo.

– Logo ali – acenou para o outro lado da pista levantando o queixo.

Caminhávamos até o local, quando percebo que Marcus continuou parado, voltei para perto do meu amigo, que agora escuto engolir em seco, quando sigo a mesma direção que seu olhar, ele encarava fixamente a mulher de longos cabelos escuros que dançava em meio a pista, próximo aos nossos amigos.

– Ei cara, tudo bem? – Perguntei enquanto apertava seu ombro.

– Tudo, é só que...ela é muito linda – Suspirou o homem. Eu ri suave, reconhecendo o brilho daquele olhar.

– Realmente, devíamos ter te apelidado de fofão, você é muito emocionado irmão, que fofo – Brinquei enquanto o puxava para perto do nosso grupo de amigos.


...


POV. AMANDA

Eu estava pronta. Depois de algumas horas revirando meu guarda-roupas, consegui encontrar um vestido no qual me senti confortável, apesar de achá-lo um pouco curto demais, ele era adequado. Agora estava em um vestido branco, com uma maquiagem suave e saltos que já estavam me matando.

Depois que enviei uma mensagem para o Cris avisando que estava a caminho, peguei um uber, todos já estavam lá, pelo menos foi o que meu amigo me disse e eu sequer sabia quem eram esses 'todos'

– Droga, droga, droga, não comprei um presente – Constato nervosamente.  – Mas posso dizer ao Fred que esqueci em casa ou que entrego depois pois não cabia no carro. Mas que inferno Amanda Alice! Que presente você poderia dar que não coubesse dentro de um carro?!

Durante todo o trajeto, penso em mil possibilidades, nenhuma me agrada. Pois bem, vou ignorar minha falha e fingir que estava tudo certo.

– Amandinhaaa – ouço Cristian me chamar enquanto se aproxima. Eu o amava, mas por Deus, ele precisava se desfazer daquele topete.

Eu estava com um pouco de vergonha, não tinha uma amizade com o Fred e lá estava eu, fazendo parte de sua comemoração.

Cristian e eu permanecemos no hall de entrada por alguns minutos, até que eu tomasse coragem de me incluir na roda de amigos que via do outro lado da pista.

Conversa vai, conversa vem e eu fico muda, de repente sinto todo ar sair dos meus pulmões e um calor sobe por todo o corpo. Cristian me olhou confuso quando me viu estática, virou-se para onde estavam fixados os meus olhos e logo entendeu.

– Gostou do que está vendo, dona Amanda Alice? – falou com um tom sarcástico.

– Muito – eu o respondi, sem deixar de admirar aquele monumento que estava dançando de forma peculiar, próximo ao bar – Era só esse homem pelado na minha cama, um copo d'água e mais nada, eu passaria uma semana FÁCIL! – Conclui, dando ênfase a última palavra, enquanto sentia minhas pernas falharem, só de imaginar as coisas que faria com aquele homem.

Se por apenas um instante eu imaginasse o que ele faria comigo, sinto que entraria em combustão e me desfaria ali em meio a todos.

– Você acaba de tirar a sorte grande minha amiga, ele está conosco – Franzi o cenho enquanto Cristian continuava falando – O nome dele é Antonio, mas ouvi o pessoal o chamar de 'Sapato'.

– Era só ele me dando uma sapatada bem dada, sabe? – Deixei escapar, enquanto mordia meu lábio inferior.

Ao voltar meu olhar para Cristian, ele me encarava incrédulo, assim como eu, para falar a verdade. Cristian e eu mantemos nosso olhar fixo um no outro, num segundo estávamos sérios, mas no segundo seguinte soltamos uma gargalhada daquelas que faziam doer a barriga.

– Amanda sua safadaaa – Exclamou, enquanto continuava rindo. Agora eu estava mais relaxada, então Cristian e eu seguimos ao encontro do aniversariante e seus amigos, do lado oposto ao bar. 


POV ANTONIO

Eu havia ido até o bar, precisava beber uma água. Comecei a dançar contidamente, enquanto aguardava. Nesse momento, uma colega professora da qual eu sempre fugia, se aproximou, puxando assunto. Quando ela ria, tocava meu braço sutilmente, após algum tempo  passou a apertá-lo, minha água não chegava e aquela mulher se aproximava cada vez mais, me deixando mais sem graça enquanto tentava me esquivar do que agora eram alisadas em meu abdômen, até que, como se por intervenção divina, Fred apareceu, o que fez com que aquela mulher recuasse.

– Me parece que atrapalhei seu lance. – Ele disse, sugestivamente. 

– Ah sim! Com certeza. – Revido ironicamente. 

Volto meu olhar para o bar e reforço meu pedido, que agora sabia, o jovem barman esquecera de pegar, pois estava ocupado demais observando, de boca aberta, a loira que dançava do outro lado da pista. Foi automático, a minha reação refletiu a dele. 

Aquela mulher era um escândalo! Suas curvas estavam com toda certeza me convidando a tocá-las, seu corpo todo parecia ter sido desenhado para encaixar no meu e, mesmo de longe, era como se eu pudesse sentir o gosto dela. Aquele vestido era um convite exclusivo para mim e mais ninguém. Céus, eu me imagina retirando a peça, enquanto explorava cada deliciosa parte do seu corpo como minha língua, mãos e boca. Senti meus olhos arderem de desejo.

– Eii maluco? Vai ficar desidratando a Amandinha até que horas? – Fred estalava os dedos em minha frente, me tirando do meu devaneio... do meu Paraíso.


Amandinha?

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⏰ Última atualização: Oct 13, 2023 ⏰

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