Capítulo 15 - Desgosto

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Soraya Thronicke

— O que você faz aqui? — indago logo depois de sair do carro e pedir para que um dos seguranças levasse-o para o estacionamento.

O sorriso fraco que aparece em seus lábios, me faz saber do que se trata a sua presença.

— Vim falar com você. — respondeu, dando um passo aproximando-se de mim. - Você sabe que eu não gosto de resolver as coisas por telefone, e como você trabalha o dia todo...

— Resolveu vim no meu trabalho. — o interrompo, completando a sua fala.

Suas mãos estavam para trás, escondendo algo. Com passos curtos, se aproximou de mim, ficando próximo o suficiente ele mostra o ramalhete de rosas vermelhas.

Acabo sorrindo, mas a alegria não aparece em meus olhos.

— P'ra você, meu amor. - ao me entregar as rosas, enlaça a minha cintura com suas mãos, aproximando os nossos corpos. — Eu te amo.

É a última coisa que saí de sua boca antes de encostar os seus lábios nos meus. Acabo me rendendo em seus braços e permitindo que sua língua toque a minha, mas, a cena que aparece em minha mente não é de nós dois juntos. E sim, dela.

A mesma que aparece todas as noites antes de dormir ou em todos os momentos em que eu e o meu namorado trocamos carícias. O que a cada dia a mais me deixa confusa.

— Marcos... Amor — tentava falar em meio ao beijo, tomando um pouco de distância do seu corpo, consigo terminar a frase. — A gente está na frente do meu trabalho.

Ainda ofegante dou dois passos para trás, encarando o sorriso iluminado em seus lábios. E por cinco segundos, observo por completo o seu rosto.  Os seus olhos claros, as poucas sardas espalhadas, os seus lábios, os ombros largos sendo marcados pela camisa Polo.

"Esse não é o homem que você se apaixonou"

Uma voz ecoa na minha cabeça, mas não era a mesma, era uma voz doce que me mostrava o que realmente acontecia em minha frente e eu me recusava a crer. Eu não o amava. Mas não conseguia sair de seu braços e dar um fim em tudo.

— Você estar com vergonha? — ele pergunta sorrindo logo após de me ver abaixar a cabeça com um certo desconforto. Envolvendo minha cintura novamente, ele me trás para o seu peito. — Você me perdoa? Me perdoa por tudo que eu já te fiz passar e que te deixou triste? Eu prometo melhorar!

Mais promessas...

"Ele não vai melhorar, Soraya. Você sabe disso"

Pisco várias vezes, silenciando todas as vozes. Sorrio, conectando nossos olhares e aproximando nossas bocas em um selar rápido.

— É claro, meu amor. Mas você sabe que, aqui e agora, não é o momento certo para essa conversa. — e em um balançar rápido de cabeça, ele me puxa novamente para mais um beijo.

Mas interrompemos nosso momento quando um pigarreio ecoa atrás de nós, e acabo me virando de costas para Marcos e encontrando os seus olhos jabuticabas vidrados nos meus.

As íris estão sem seus brilhos, o que vem acontecendo desde o incidente com o café e a encontrei alterada. Simone deixou o meu olhar e pousou no homem atrás de mim.

Desejei saber ler mentes para ver o que se passava na sua quando desceu o olhar pelo seu corpo e subiu, balançando milimetricamente a cabeça negando ao voltar o seu olhar para mim.

— Sra. Tebet... É... Bom dia! — gaguejei, desviando do seu olhar para encarar o ramalhete em minhas mãos.

Sinto um aperto em minha cintura e um corpo se juntando ao meu, fechei os olhos respirando fundo na tentativa de regular a respiração descompassada após o beijo e pelo nervosismo de te-lâ em minha frente.

My Boss  // SIMORAYA Onde histórias criam vida. Descubra agora