O sentimento de insuficiência que rompia o peito de Park Jimin não era exatamente algo novo, mas apesar da assiduidade com que isso o dominava, outros inúmeros sentimentos pareciam estar destruindo-o cada vez mais ao longo dos dias. A vida não é fác...
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Jeon Jungkook
E mais uma vez estou eu aqui, atirado em minha cama, confuso com as coisas que estou sentindo – e são muitas. Milhões de pensamentos estão me atormentado e eu não consigo decifrá-los, explicá-los, nem mesmo entendê-los. Apenas sei que esses malditos pensamentos estão me matando aos poucos. A vontade que predomina é a de chorar. Chorar muito.
Eu não sei o que sinto por Jimin.
Apenas sei que quando estou com ele, sinto como se o mundo fosse um lugar melhor. Um lugar que tenho vontade de habitar. Ele me fez ver o mundo diferente mesmo sem tentar mudar minha visão ou meus pensamentos. Ele apenas chegou com o seu jeitinho e se alojou no lugar mais perigoso: diretamente em meu coração.
Me encantar por ele foi tão rápido quanto levar um tiro e tão doloroso quanto ser atingido por um raio. Nunca senti nenhuma dessas dores, por isso a comparação. Eu não sei explicar o que penso ou o que sinto. É confuso e muito, mas muito complicado. Além de doloroso.
Quando estou com ele, é como se todo o resto não existisse. Como se eu não tivesse problemas, como se tudo fosse mais fácil e melhor. Tudo tem mais mágica quando estou perto dele.
O engraçado disso, é saber que me sinto tão bem ao lado de uma pessoa com tantos problemas. Mais problemas do que eu, mais dores do que eu e, ainda assim, com um coração bem melhor que o meu. Ele só não consegue enxergar o quão boa para o mundo é sua existência. Mas eu enxergo e estou disposto a fazê-lo perceber que estou aqui com e para ele.
Estou disposto a esperar que ele permita que eu entre em seu mundo. Se isso realmente for paixão, estou perdido, caindo, sem me importar da queda. Eu não o desejo, eu simplesmente sinto que preciso dele. Eu confesso que ele é lindo, mas não o vejo como um objeto. Não o vejo como uma diversão, que era a maneira que eu via Hyuna.
Eu o vejo como alguém que quero por perto, de quem quero cuidar, alguém que quero abraçar, alguém para conversar. Ele é tão importante para mim, que eu nem consigo entender o motivo para tanta importância. Se ele fosse qualquer outra pessoa, provavelmente eu já teria desistido, mas algo me prende nele e me impede de desistir.
Algo me faz permanecer ao seu lado, mesmo nos momentos em que ele me ignora e manda eu me afastar. Jimin não entende que não vou me afastar, não importa o quanto ele tente. Jimin não vai conseguir fugir de mim. Não permitirei isso, nunca.
Encaro meu celular mais uma vez. Sempre que o pego sinto vontade de ligar para Jimin, nem que seja para ele me xingar ou me mandar fazer algo que preste. Daqui exatos seis dias vamos apresentar nosso trabalho e eu estou preocupado com o que irão pensar do que escrevi. Sou péssimo com palavras, mas juro que dessa vez dei o meu melhor.
Sem nem perceber, ligo para ele. Levo o telefone até o ouvido e esperei, nervoso. Quatro chamadas depois, Jimin atende, dizendo que não pode falar agora e que mais tarde retorna a ligação.
