Fica comigo

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Eu não soube, naquele dia, o que responder a Jungkook

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Eu não soube, naquele dia, o que responder a Jungkook. Não sabia se deveria pedir que ele ficasse ou se deveria deixar que ele partisse. Não sabia dizer o que era melhor para mim ou para ele, mas tenho quase certeza de que ambos sabíamos a resposta, apenas não tínhamos naquele instante a coragem necessária de admitir um para o outro.

Dois dias depois, enquanto ele me trazia a matéria em minha casa, ele me disse que ficaria aqui por mais três semanas e depois iria para Seul com seu pai. O mais velho estava procurando uma escola para transferir o filho, enquanto ele apenas se preocupava em fazer o que eu queria: Se manter em silêncio enquanto eu copiava a matéria. E ele ficava ali, quieto enquanto me observava, provavelmente pensando que eu não percebia seu olhar sobre mim.

Eu decidi que ficaria duas semanas em casa, tempo o suficiente para meus braços melhorarem e eu ter forças para voltar a estudar e encarar aqueles que riram de mim.

Antes que eu pareça rude demais por pedir que Jungkook se mantivesse em silêncio enquanto eu copiava a matéria, em minha defesa eu digo que tem uma explicação: Eu não aguento mais ficar longe dele, mas também não aguento mais esse Inferno de vida que eu tenho. Não quero voltar a me apegar a ele e então vê-lo partir, sendo que quando ele voltar, se voltar, não estarei mais aqui para ver ele novamente.

Minha relação com meu pai piorou. Fiz o que Jungkook disse e tentei conversar com ele, mas ele me ignorou e quando falou só piorou minha situação. Se Jungkook não tivesse chegado bem naquele instante, não sei dizer o que poderia ter acontecido.

Para alguns, isso é fraqueza, exagero, ou outros sinônimos que sentem fazer sentido, mas para mim seria tudo um grande alívio se simplesmente acabasse.

Outro motivo para eu me manter em silêncio perante Jungkook, é porque minhas conversas com ele se tornaram um tanto quanto depressivas. Basicamente, ele reclamava da vida dele, eu reclamava da minha e assim por diante. Contudo, ele se mantinha confiante de que tudo melhoraria, enquanto eu apenas chegava mais uma vez à conclusão de que havia apenas uma única saída para eu não sofrer mais. E ele então vinha com seus papos de que eu não podia acabar com a minha vida e que seria egoísta o suficiente para garantir que eu não obtivesse sucesso nesse quesito. E nós discutíamos novamente, com mais palavras agressivas e, no final, nos encarávamos e nos abraçávamos. Era nossa maneira silenciosa de admitir que não queríamos nos perder. Era a minha maneira de pedir que ele ficasse e me doía saber que, para ele, apenas isso não era o suficiente.

Os dias começaram a passar rapidamente e, quando percebi, faltavam apenas cinco dias para Jungkook ir embora. E eu, por mais que tivesse prometido, ainda não havia voltado a estudar. E sim, isso foi uma desculpa para ter Jungkook em minha casa por mais tempo. Porém, quando se está com menos de uma semana para aproveitar quem você ama, em uma greve mútua de silêncio, você se sente ainda mais triste que o normal. Era assim que eu estava.

— Será que se alguém tomar esse vidro inteiro de remédios, acontece algo ruim? — Questionei, segurando o vidrinho na frente de Jungkook.

— Eu cansei! — Exasperou, me assustando. — Quer saber de uma coisa, Ji? Eu cansei. Cansei de você dizer que quer morrer e que vai se matar. Me poupe de ouvir isso, porque me dói imensamente pensar em te perder. Mas, se você quer mesmo se matar, vamos acabar logo com isso. — Jungkook estava com os olhos cheios de lágrimas. Ele andou até o banheiro e voltou de lá com uma lâmina, o que me assustou bastante.

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