O sentimento de insuficiência que rompia o peito de Park Jimin não era exatamente algo novo, mas apesar da assiduidade com que isso o dominava, outros inúmeros sentimentos pareciam estar destruindo-o cada vez mais ao longo dos dias. A vida não é fác...
Esse capítulo é longo e pesado, já deixo avisado. Fala sobre morte, automutilação e claras crises de alguém com depressão. É o penúltimo capítulo, vai dar muita coisa errada, mas vai se acertar no final. Espero que gostem.
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Perder alguém que você ama é a pior dor que pode existir. Eu já havia a sentido duas vezes, a primeira eu era bem pequeno, quando perdi uma madrinha minha a qual eu era extremamente apegado e a segunda foi quando perdi minha mãe. Mas a dor de agora parecia ser ainda mais destruidora. Parecia que tudo dentro de mim estava se desfazendo aos poucos.
Eu sempre disse que se eu perdesse Jungkook eu perderia a mim mesmo e, bem, é justamente isso que estou sentindo agora. Sinto como se eu estivesse me desintegrando, como se todos os pedaços do meu coração partido estivessem agora indo embora.
Acreditar que aquilo havia acontecido me dava uma dor tão enorme que eu não conseguia nem mesmo descrever. Quando recebi a notícia, tudo o que eu consegui fazer foi derrubar o celular no chão.
Eu estava na casa de Hoseok, rindo com ele e falando sobre qualquer coisa que pudesse distrai-lo. Após aquela tarde maravilhosa que eu tive com Jungkook, tudo o que eu conseguia pensar era no quanto eu o amava. Eu o amava por simplesmente sua existência, o fato de saber que ele existia era a melhor sensação desse mundo.
E ainda naquela tarde ele segurou minhas mãos e disse que eu era o que tinha de mais especial no mundo. E eu o abracei, porque eu sentia o mesmo por ele. E ainda sinto, sempre sentirei. Jungkook é como uma parte de mim. A parte mais importante do meu ser.
E no dia seguinte a aquele, Jungkook foi para Seul ver seu pai, ele iria pela manhã e voltava no domingo, então eu resolvi visitar Hoseok para tentar distrai-lo das turbulências que aconteceram recentemente entre ele e Taehyung. Não havia sido nada muito grave dessa vez, mas uma ligação que ele recebeu de Mark o deixou meio encabulado e ele não sabia mais o que deveria fazer. Talvez fosse melhor deixar Taehyung de lado.
Mas eu o disse que ele não deveria fazer isso e depois começamos a falar sobre outras coisas. Como eu tinha falado com Taehyung, o que eu tinha que fazer era abrir os olhos de Hoseok, e assim como aconselhei o Taehyung, agora também havia aconselhado o meu amigo.
Só que nada pode me deixar feliz por muito tempo sem que algo de ruim aconteça. E uma ligação mudou tudo, mudou até minha personalidade de uma hora para a outra. Quando eu ouvi a palavra "óbito" e a pessoa que ligou, eu comecei a chorar de uma maneira desesperada e derrubei meu celular no chão.
Hoseok me encarou preocupado, eu apenas o abracei e comecei a gritar que aquilo não podia ser verdade. O universo não podia ter tirado mais uma pessoa de mim, não podia ter tirado essa pessoa de mim. Sentia meu corpo tremendo e tudo o que eu queria era uma voz que eu não poderia ouvir.
Eu gritava desesperado, tentando me sufocar no meio daquele abraço que Hoseok me proporcionava. Meu coração nunca havia doído tanto. Ouvir o que eu ouvi naquela ligação foi como estar andando de trem e, de repente, o trem não ter mais trilhos para andar.
