O sentimento de insuficiência que rompia o peito de Park Jimin não era exatamente algo novo, mas apesar da assiduidade com que isso o dominava, outros inúmeros sentimentos pareciam estar destruindo-o cada vez mais ao longo dos dias. A vida não é fác...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Na hora que cheguei em casa e despenquei no sofá após presenciar a forma que Hyuna ficou, senti aquelas malditas vozes voltarem com força a me atormentar.
Elas voltaram com força demais, lembrando-me do quão fraco eu era, lembrando-me do quão dispensável para o mundo eu era. E aquele sentimento, aquela angústia e aquela dor era muito horrível. Era péssimo me sentir daquele jeito.
Mas a diferença é que dessa vez eu senti que precisava lutar. Ao mesmo tempo em que eu ouvia as vozes ruins tentando me derrubar, eu ouvia a voz de Jungkook e do meu pai dizendo para mim que eu tinha que me manter firme. Eles pediam para que eu fosse forte, porque eu precisava ficar vivo. Eu não era dispensável, eu era alguém que valia a pena a existência.
Por esse motivo, fiquei sentado no sofá, abraçando minhas pernas e uma almofada ao mesmo tempo, chorando para ver se pelo menos a tristeza me abandonava.
Hoseok me ligou mais tarde e acabou vindo até aqui. Ele só me viu e já se aproximou, me abraçando forte. Me agarrei a ele, segurando com força a sua blusa.
— Shhh, Jimin, vai ficar tudo bem. Estou aqui com você agora. — Ele sussurrou em meu ouvido, ainda me mantendo por perto. — Quer conversar?
Encarei Hobi e ele começou a secar minhas lágrimas, que pareciam infinitas, inacabáveis.
— As vozes estão me perturbando de novo. — Solucei, tentando ser forte, mas não conseguindo e me agarrando a ele novamente. — Eu nunca contei sobre isso para ninguém além do Kookie e do meu pai, mas acho que você merece saber disso, sabe? Você está ao meu lado, afinal.
— Claro que estou ao seu lado. Pode me contar qualquer coisa que queira.
— Essas vozes, normalmente elas me guiam a fazer coisas ruins comigo mesmo e hoje, vendo a Hyuna daquele jeito, eu fiquei tão perturbado que pensei que iria acabar me machucando novamente, cortando meus pulsos ou outras partes de mim como já fiz várias vezes. — Me senti totalmente exposto por contar aquilo a ele, mas sabia que, assim como Jungkook, ele não iria me julgar. — E ao invés de ir para o meu quarto e arriscar encontrar uma lâmina para me cortar, ou ir para a cozinha pegar uma faca, eu fiquei aqui no sofá, abraçando minhas pernas e chorando. Era melhor do que me ferir de novo, não é?
— Você merece um prêmio por bravura, Minnie. Não deve ser nada fácil isso. — Ele deu um enorme sorriso para mim, ajeitando meu cabelo e voltando a secar minhas lágrimas. — Mas você deve estar morrendo de fome. Já é noite e, se ficou aí a tarde inteira, não deve ter comido nada.
— Não comi... — Murmurei.
— Eu vou preparar algo para você. — Ele se levantou e foi em direção a cozinha para fazer algo. — Quer algo em especial? — Neguei com a cabeça.
Não demorou muito para ele me dar uma omelete, os talheres, guardanapo e um copo com suco de morango.
— É a única coisa que eu sei fazer, então pelo menos isso eu garanto que é bom. — Ele deu risada e acabei também rindo, colocando o copo ao meu lado em seguida.
