•BLACK SKY/CÉU NEGRO• [NOVEL]

33- Salte no mar estrelado

Carlos Black foi o líder errante mais famoso nas regiões estelares alfa e beta. Se fosse há cem anos, sua fama não teria se limitado a essas duas regiões estelares, mas teria sido ainda mais proeminente. Ele havia lidado com forças governamentais e militares de vários planetas. Às vezes eles brigavam, às vezes conversavam, às vezes colaboravam e às vezes eram inimigos.

Ele vagou entre planetas diferentes, nem muito perto nem muito distante de ninguém. Ele sempre manteve a crença de que um líder errante competente deveria ter supremacia de liberdade, falta de restrições e... que não havia nada que não pudesse ser resolvido pela força.

Certa vez, ele teve uma espaçonave extremamente luxuosa, obtida por meio de uma transação de vida ou morte com o Departamento Militar Águia Branca de ¹Aquila Gamma. Tornou-se instantaneamente sua nova coisa favorita - as instalações internas eram tão perfeitas quanto as de uma cidade, e o nível de inteligência que seu sistema tinha era comparável ao da famosa espaçonave de exílio galáctico de Aquila Gamma, a Prisão Espacial.

Ele até deu um nome à espaçonave - Ave do Paraíso, simbolizando liberdade e eternidade.

Mas aquela espaçonave foi finalmente destruída nos cem anos de caos, destruída pelos tiros da Cidade de Prata, junto com quase dez mil aeronaves a bordo que não haviam sido evacuadas a tempo.

Com um estrondo, transformou-se em um aglomerado de luz entre o mar de estrelas.

Então, a partir de então, ele seguiu uma regra adicional: absolutamente nenhuma cooperação com a Cidade de Prata.

Isso dificultou seus dias. Afinal, a Cidade de Prata era extremamente rica e adorava agitar as coisas. Se ele não tivesse cortado a cooperação, Carlos Black e seu pessoal nunca teriam que se preocupar em não ter emprego.

Mas Carlos ainda insistiu.

Portanto, nas últimas décadas, eles tiveram que fazer paradas ao longo da estrada para resgatar coisas úteis quando seus suprimentos eram escassos.

Carlos passou pela região da estrela alfa há três meses, quando recebeu a notícia da explosão de Aquila Gamma.

Como andarilho, ele viajou pelo espaço o ano todo. Viajar por várias regiões estelares sem uma localização fixa trazia algumas vantagens - uma delas era que as notícias chegavam rapidamente.

Devido aos cem anos de caos, as interações entre os planetas mergulharam em uma guerra fria. Por um lado, tentavam encontrar formas de capturar informações sobre outros planetas, mas, por outro, esforçavam-se para garantir que a dinâmica do seu próprio planeta não fosse conhecida por outros. Esse cabo de guerra entre confidencialidade e roubo durou décadas, mas acabou beneficiando os andarilhos aparentemente inofensivos.

Por um tempo, apenas vendendo informações, os andarilhos obtiveram lucros enormes.

Porém, o que surpreendeu Carlos foi que a explosão de Aquila Gamma não foi igual a uma explosão normal. Não foi completamente destruído, mas foi dividido à força em incontáveis ​​​​pequenos fragmentos e espalhados pelo vasto universo.

Se não fosse por ele liderar uma pequena equipe e acidentalmente encontrar dois fragmentos, ele provavelmente nunca teria acreditado que existisse tal maneira de explodir.

Definitivamente, esta não foi uma ocorrência natural e alguma força humana deve ter interferido.

Mas o que o surpreendeu ainda mais foi que quando encontrou um fragmento, não havia nenhuma indicação no mapa estelar dentro de sua aeronave. Mesmo que o fragmento estivesse bem à sua frente, visível a olho nu, aquela parte do mapa estelar ainda permanecia vazia.