De Repente Omega

Omega Recessivo?!

Se alguém perguntasse a Itadori Yuji qual tinha sido a coisa mais idiota que alguém o tinha dito desde que tinha consciência, definitivamente ele o responderia dizendo que tinham sido as palavras daquele médico.

Um bebê?!
Como ele poderia estar tendo um bebê se ele era um beta? Era de conhecimento geral que betas masculinos assim como alfa masculinos, não podem conceber. Isso é algo que apenas os omegas masculinos tem a capacidade de fazer. Então como ele poderia estar prester a ter um?!

Omega recessivo.

Aparentemente durante todo o tempo em que ele acreditou ser um beta, na verdade era um omega recessivo.

Segundo o médico, betas normalmente deveriam refazer o teste de segundo gênero quando atingissem o final da adolescência, porque muitas vezes poderiam ocorrer algumas mudanças ou o resultado anterior estar incorreto, como no seu caso. Também disse que sempre ocorria de alguém que dizia ser beta, ir ao hospital por ter reagido a feromônios de um alfa o omega e assim o verdadeiro segundo gênero deles era revelado, mas que está era a primeira vez que alguém descobria que era um omega, porque estava tendo um bebê.

Após ouvir a explicação do homem mais velho, inúmeras outras perguntas surgiram em sua mente, dentre elas o porque de estar grávido. Yuji sabia que se ele realmente fosse um omega, era um recessivo o que significava que existiam poucas chances de engravidar; novamente o médico solucionou seu questionamento, dizendo que o pai do bebê definitivamente era um alfa dominante, pois os genes destes eram mais fortes do que os de um alfa comum.

Assim com muitas de suas dúvidas sanadas, Yuji uma pessoa que se adaptava bem a qualquer situação, simplesmente decidiu fazer o que o doutor o pedisse.

Entretanto Sukuna não estava satisfeito e fez a pergunta a qual o Itadori não tinha uma resposta.

-Quem é o pai desta criança?! Quem foi o maldito alfa que te engravidou?!!

Como se estivesse percebendo sua angústia com as indagações de seu irmão, o bebê em seu ventre se moveu indicando que não queria mais ficar dentro de seu corpo.

Yuji não queria ouvir quaisquer questionamentos de seus irmãos, pois não saberia o que poderia os dizer. Não sabia como Choso e principalmente Sukuna reagiriam, ao o ouvir revelar que não tinha a menor idéia de quem era o pai desta criança.

Porque apesar de não saber quem era, se seus cálculos estivessem corretos só existia uma única possibilidade, e era aquele alfa de olhos azuis que conheceu no dia de seu aniversário.

Aquele que tinha conhecido no banheiro daquela boate, que tinha o levado a um motel e que tinha partido sem se despedir o deixado sozinho no dia seguinte, e que por mais que tentasse se lembrar do seu rosto, tudo era um branco em sua mente; nem mesmo o nome do alfa ele sabia.

Ouvindo o seu gemido de dor, o médico expulsou Choso e um furioso Ryomen do quarto, para que o agora omega se preparasse para o parto, pois o momento tinha chegado.

Yuji não se lembrava de muitas coisas daquele momento importante em sua vida, além da dor que sentiu quando estava na sala de parto. Naquele instante em que seu filho queria vir ao mundo, ainda se questionava se tudo aquilo era real.

Ele realmente era um omega recessivo?
Ele realmente tinha engravidado e não tinha percebido?
Ele realmente estava tendo um bebê naquele instante?

Tudo era impossível de se crer, e se não estivesse acontecendo com ele naquele momento, ele jamais acreditaria. Diría que todos estavam loucos, que era um devaneio, nada além de uma alucinação estranha.

Porém após mais uma avalanche de dor que quase o fez desmaiar, ouviu um som agudo e estridente que fez seu coração errar uma batida em seu peito.

O choramingar de um bebê!
O choramingar de seu filho!
Seu filho!

Exausto e ofegante Yuji observou os enfermeiros se moverem ao seu redor, mas sua atenção estava centrada no local onde aquele choro ecoava. Após agonizantes minutos para o jovem de cabelos rosados, um enfermeiro se aproximou com um pequeno bulto e o depósitou sobre seu peito.

O Itadori jamais tinha se sentido tão emocionado antes, jamais tinha sentindo seu coração ser preenchido por uma alegria brilhante e cálida, como se naquele momento fosse a pessoa mais feliz de todo o mundo e que nada nem ninguém poderiam apagar aquele sentimento.

Com delicadeza o moveu em seus braços e observou seu rosto rechonchudo e avermelhado com carinho, Yuji jamais tinha se interessado por bebês, mas definitivamente seu filho era o ser mais precioso de todo o universo.

O observando atentamente, o Itadori viu cada pequeno detalhe de seu filhote, e se não tivesse sentido a dor de quando ele saíu de seu corpo, não acreditaria que ele era realmente seu filho.

Pele pálida, cabelos brancos, longos cílios e quando este entreabriu seus olhos, o omega finalmente se lembrou do rosto do alfa, com quem dormiu naquela noite de março.

Azuis!
Seus olhos eram de um tom extraordinário e inimaginável de azul, assim como os que viu pelo reflexo do espelho no banheiro da boate, como os que viu quando seus lábios eram beijados com desejo, como aqueles que pertenciam ao alfa que tomou todas as suas primeiras vezes.

Sentindo o calor daquela criança e a sua suave fragrância adocicada, o omega se sentiu triste por seu filhote, já que ao não saber nada sobre aquele alfa seu bebê cresceria sem um pai, obviamente não faltariam figuras paternas, já que tanto Choso quanto Sukuna iríam o ajudar, porém ainda assim ele não queria que ele crescesse sem um pai.

Yuji sabia muito bem como era aquele sentimento de falta, como era ter um buraco em sua alma que nunca podia ser preenchido, por mais que você tentasse fervorosamente. Entretanto não existia nada que pudesse fazer, sem um telefone, um endereço, um sobrenome ou apenas um nome, ele estava diante de um beco sem saída, mas isso não significa que por não ter um pai seu bebê sería menos amado, o Itadori sempre estaria ao seu lado, jamais o abandonaria, era algo que teve certeza ainda nos primeiros segundos em que o teve em seus braços trêmulos.

Agora um mês depois ele e o seu pequeno filhote já estavam em casa; por ter mais resistência que um omega comum, poucos dias depois do parto, Yuji recebeu alta com inúmeras recomendações médicas, já que agora pela influência de seu bebê, o seu corpo começaria a ter mais mudanças e se tornar mais parecido ao de um omega.

Algo ao qual o jovem de cabelos rosados estava vivenciando diariamente. A cada dia que passava sua pele se tornava mais macia e brilhante assim como seu cabelo, seu corpo antes musculoso agora era mais fraco e principalmente seus peitos, o Itadori sabia que algo assim aconteceria afinal de contas tinha uma criança a qual alimentar, porém ainda era assustador para ele ver leite saindo de seus mamilos inchados.

Mesmo após um mês Sukuna ainda continuava morando com eles, nas primeiras semanas graças a Choso Yuji conseguiu evadir as frequentes perguntas do Ryomen, mas nos últimos dias este se tornou um tormento que da primeira hora da manhã até o momento em que ele ía dormir, o questionava sobre o alfa que segundo suas próprias palavras, roubou sua pureza e inocência.

Naquela manha o garoto de cabelos rosados estava tão exausto, por seu filhote ter chorado a noite toda não permitindo que ele dormisse e somando a isso o fato que seus mamilos estavam extremamente sensíveis e doiam a qualquer toque de sua roupa, que quando Sukuna o perguntou mais uma vez sobre o alfa, ele não pode se conter e explodiu.

-EU NÃO SEI!!!! NÃO SEI!! ESTÁ SATISFEITO AGORA!! ESTÁ SATISFEITO EM SABER, QUE EU NÃO FAÇO A MENOR IDÉIA DE QUEM SEJA O PAI DO MEU FILHO!!!!

Yuji gritou toda a verdade a seu irmão enquanto chorava desconsolado no chão.

Depois daquele evento Choso o levou de volta para o quarto e pediu que ele descansasse pelas próximas horas e que ele cuidaria de tudo, se fosse em qualquer outro momento o omega tería negado, mas se sentia tão cansado tanto físico quanto mentalmente, que obedeceu suas palavras sem relutância.

Horas mais tarde ele acordou com o choramingar de seu bebé e ao o ter em seu colo viu que assim como tinha prometido, Choso cuidou muito bem dele. O Itadori tería ficado todo o restante do entardecer em seu quarto com seu filho nos braços, se não tivesse ouvido a voz de Sukuna em um grito irritado, não que fosse incomum ouvir tais sons vindos do homem de cabelos rosados.

Entretanto seu instinto o dizia que algo muito importante estava acontecendo e que ele era a engrenagem central que fazia tudo se mover.