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🌈⃝⃒⃤  Espero que gostem do capítulo!

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Por Draco Malfoy, algumas horas antes do ataque em Surrey

Estar em casa era um dos momentos mais chatos do meu dia, eu costumava passar o dia todo na biblioteca e no meu quarto. Naquela manhã, papai pediu que eu fosse buscar algo para ele no Ministério. Achei estranho, ele não gostava que eu fosse lá sozinho já que qualquer um podia me abordar.

Mas já que ele me pediu, óbvio que eu não diria que não ia. Vesti algo confortável e fui correndo, mais rápido do que seria se fosse andando. Aproveitei para fazer o exercício do dia.

Quando voltei, antes do previsto, a casa estava silenciosa e fria. Muito mais silenciosa e fria do que era normalmente. Deixei a pasta que papai me pediu em cima da mesa de centro e fui procurar por ele.

— Pai, você está aí? — perguntei indo até seu escritório — Pai?

Sua porta estava fechada, mas dava para ver pela fresta debaixo que havia duas pessoas naquela sala. "Mamãe não estava em casa, quem estava lá com ele?" Me perguntei ficando ao lado da porta, encostei o corpo na parede e fiquei o mais quieto possível.

"Lucius... você já sabe que o Lorde das Trevas retornou, precisa tomar uma atitude", disse uma voz um pouco rouca e falha.

"Rosier, se você não tem nada de útil para me dizer, por favor, vá embora antes que minha família volte."

"Sua família deveria ser sua maior motivação para que você pare de se esconder."

"Viu o tamanho da casa em que estamos? Não estou escondido", papai rebateu com escárnio. Aquilo me deixava preocupado e maluco, antes eles tentavam recrutar o meu pai no Ministério. Agora estão dentro da nossa casa.

E papai não parecia ter o mínimo de autopreservação.

"Lucius... você quer mesmo criar o seu filho no meio de sangues ruins, enfraquecendo a elite onde ele deveria crescer e mantendo seu sangue misturado com os trouxas?"

"Deixe-me pensar...", ouvi um tilintar de copos e de bebida, "Sim, quero sim. Agora dê o fora da minha casa antes que eu resolva chutá-lo."

Ouvi passos vindos em direção a porta e me escondi na dispensa ao lado, Evan Rosier deu as costas no corredor e saiu com sua capa porta afora. Papai ficou parado na alto da escada com um copo na mão e a bengala na outra.

— Já pode sair, filho — papai disse sem se mexer e eu caminhei até seu lado — Gostei, não fez barulho, não se anunciou. Mandou bem.

— Pai, ele estava na nossa casa... — apontei como se ele não soubesse disso, papai apenas assentiu — Você... será que pode desfazer essa cara de "eu sei disso"? Porque parece que realmente sabe mas não se importa.

— Acha mesmo que não me importo? — disse um pouco magoado e descendo as escadas para a sala e indo na direção da pasta que deixei ali.

— É o que parece, pai — desci atrás dele e o encarei — Um comensal da morte entrou na sua casa. Se continuar desse jeito você vai acabar morrendo. E eu não estou afim de ver isso.

Meu pai se virou e tocou meu ombro e rosto num gesto paternal que minha raiva não deixou que eu aproveitasse.

— Filho, quando homens mais fortes que você ameaçam sua vida e sua família você tem duas opções: a primeira é se dobrar e deixar que eles tomem seus príncipios, suas vontades e sua vida. E a segunda é ficar reto, deixar que passem por você ou barrá-los se for possível.

E se...? (Drarry +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora