MAKE ME LIVE - Dabi [Touya Todoroki]

in my head '

"

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O céu estrelado é a única obra que eu nunca canso de contemplar.

E esse é o céu que eu observo nessa madrugada, deitada na grama em frente a janela do meu quarto enquanto meus pensamentos em completa turbulência me assombravam.

Sinto meu corpo cansado, meus olhos pesados e o vazio me preenchendo como sempre. Viver é cansativo, viver no automático é mais cansativo ainda, eu não tenho paixão por nada, não morro de vontade de fazer ou falar alguma coisa, apenas obedeço e faço oque me mandam.

A única paixão e vontade que eu tinha era de ser uma heroína e salvar todos que eu pudesse, mas até essa vontade foi tirada de mim.

Alguns dizem que eu tenho muita sorte de estudar na U.A, porém eu não me acho tão sortuda assim, não me acho digna de algo assim. Antigamente eu com certeza me sentiria orgulhosa de saber que eu consegui entrar na U.A e logo serei uma heroína formada, mas hoje em dia eu simplesmente não consigo sentir nada. Acho que esse é o problema do vazio, quando ele te consome até as coisas que você mais desejava se tornam insignificante.

Respiro fundo e crio coragem para me levantar da grama. Não estou afim de ter outra briga com meu pai, se ele descobrir que eu estou acordada a esse horário ele definitivamente arrancaria minha cabeça. Pulo a janela e entro dentro do meu quarto, me jogo na cama e fecho meus olhos.

Eu estava exausta e cansada de tudo. Saber que teria que acordar amanhã e que o mesmo ciclo se repetiria era desesperador.

Acordar, ir para a escola, fingir que estava tudo bem e colocar alguns sorrisos e risadas no rosto; voltar para casa, me esforçar para fazer tudo certo e, mesmo assim, ouvir algum discurso do meu pai sobre como tudo que faço sai errado e o quão inútil sou. E talvez ele esteja certo, afinal, eu nem sequer deveria existir; fui um erro. Minha mãe se sacrificou para que eu nascesse, e eu nem sou merecedora disso.

Provavelmente, devo ser amaldiçoada.

Lágrimas rolam pelo meu rosto involuntáriamente, fecho meus olhos novamente e assim pego no sono.

Acordo com os raios de sol em meu rosto, esfrego meus olhos tentando acostuma-los com a luz. Levanto e me obrigo a tomar um banho, coloco o uniforme escolar e desço as escadas.

Meu pai estava tomando café enquanto fazia alguma coisa em seu computador. Agora que ele estava aposentado e não trabalhava mais como super herói suas horas em casa haviam aumentado, bom para ele, mas péssimo para mim.

Passo por ele e vou em direção à saída de casa. Ele sequer percebe minha presença, e talvez seja melhor assim. Quanto menos diálogo, menores são as chances de ele iniciar uma briga comigo.

Sigo o mesmo caminho de sempre para a escola, ouvindo música e observando a paisagem familiar. De repente, a música no meu fone parou e meu celular começou a vibrar. Ao olhar a tela, vi que era um número desconhecido me ligando; já imaginava quem poderia ser.