Capítulo 18 - Quem compartilha segredos

2.4K 263 295
                                    

PS. Votem e comentem muito, ok? Se não eu sumo de novo (brincadeira, mas nem tanto)

Yoongi

Não tinha conseguido pregar os olhos nem por um mísero segundo. Meu estômago roncava de fome, mas eu não queria sair da cama. Soyeon tinha se oferecido para tomar o meu lugar pouco depois de Jeongguk cair no sono, mas a ideia de deixá-lo parecia quase... criminosa. Então fiquei ali, com ele entre meus braços já dormentes, acariciando seus cabelos e sentindo a respiração tranquila contra meu peito.

Totalmente diferente do Jeongguk de horas mais cedo.

Eu já imaginava que ele tinha algum problema envolvendo a família, mas nunca pensei que poderia ser grave a ponto de fazê-lo ter uma crise tão profunda. Soyeon parecia ter uma boa relação com os genitores, então qualquer que fosse o problema não deveria ser pela orientação sexual de Jeongguk. Estava curioso, é claro, mas não pretendia tocar no assunto com ele. Se Jeongguk quisesse conversar a respeito, eu seria todo ouvidos, mas não o faria falar ou pensar sobre algo que parecia machucá-lo tanto apenas para sanar minha curiosidade. Não queria ver Jeongguk sofrendo daquele jeito outra vez.

Meu estômago roncou outra vez e eu engoli um suspiro. Não queria sair dali, mas estava com tanta fome que o barulho poderia ser capaz de acordar Jeongguk a qualquer momento. Por isso, tomei muito cuidado ao deixar a cama e só sai do quarto depois de garantir que Jeongguk estava agarrado ao travesseiro que eu usava. Com passos cuidadosos, segui para a cozinha e acendi a luz. Não me sentia cem por cento confortável em mexer na geladeira e armários, mas a fome estava falando mais alto do que o meu bom senso e eu também sabia que Jeongguk e Soyeon não se importariam.

Soyeon tinha guardado os lanches na geladeira e embora estivesse faminto a ponto de comer até pedra, optei por aquecer a comida na fritadeira elétrica. As batatinhas e o hambúrguer poderiam não ter o mesmo gosto que teriam caso estivessem frescos, mas ao menos não ficariam borrachudos e com gosto de micro-ondas. Apoiei as palmas no balcão, encarando o timer do eletrodoméstico como se pudesse fazer o tempo passar mais rápido. Talvez, por conta do barulho, eu não tenha escutado a aproximação de Jeongguk, mas não tomei um susto quanto seus braços me envolveram pela cintura e seu queixou repousou em meu ombro. Jeongguk me apertou e me cheirou com mais força do que seria necessário. Sorri pequeno e ergui as mãos para segurar seus braços.

— Você acordou porque eu não tava mais na cama?

— Uhum — ele resmungou. — Mas minha barriga roncou, então levantei.

— Vou aquecer o lanche pra ti — murmurei, mas Jeongguk não me soltou quando fiz menção de seguir até a geladeira. Na verdade, ele se manteve grudado ao meu corpo, caminhando junto comigo. Quase como uma mochila ou, no caso de Jeongguk, umas cinco.

Levou cerca de cinco minutos para toda a comida estar quente e eu coloquei tudo no mesmo prato. Servi dois copos de suco e então nos acomodamos na bancada. Jeongguk arrastou a cadeira para ficar mais perto de mim e eu me esforcei para comer com apenas uma mão, mantendo a outra em sua coxa, deixando carícias inocentes pela pele nua. Ele comeu quietinho, mantendo os olhos baixos e a postura tão amuada que chegava a ser desconfortável olhar para ele. Não gostava de vê-lo abatido daquela forma.

— Por que você não foi pra casa? — Ele perguntou, mantendo o olhar fixo nas batatinhas em seu prato.

— Você dormiu agarrado em mim.

— Podia ter me acordado — ensopou uma das batatinhas com maionese caseira e enfiou na boca, ainda sem olhar para mim. — Você não trouxe nada pra dormir aqui.

— E nem precisei — sorri quando ele me olhou se esguelha. Eu não tinha dormido, mas ele não precisava saber disso. — Tá tudo bem, Ggukie, não se preocupa com isso, ok? Ficar foi uma escolha minha.

Quem vai cair primeiro? | yoonkookOnde histórias criam vida. Descubra agora