9. Quem gosta de fazer birra

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Esse capítulo pode conter gatilhos e eu vou sinalizar com o esse 🌻 emoji os paragráfos que vocês devem pular. Na cena em questão o Jeongguk tem uma crise de ansiedade e eu tentei não detalhar muito, mas isso faz parte da narrativa dele e eu não poderia cortar isso. Vocês podem pular esses paragráfos porque nas notas eu vou explicar a cena, ok? Se cuidem e não se forcem por causa de uma leitura <3

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Yoongi

O gramado do lado oeste do campus sempre estava vazio e resolvi me esconder lá para fazer um lanche e tomar um pouco de Sol, no intervalo entre uma aula e outra. Não que fizesse qualquer diferença e eu deixasse de ser menos pálido, mas meu corpo precisava de vitamina e eu gostava de me olhar no espelho e pensar que tinha pegado uma corzinha, embora conseguisse apenas um leve rubor nas bochechas.

Um sanduíche, suco de caixinha, fones de ouvido e minha mochila servindo como travesseiro era tudo o que eu esperava daquela meia hora livre, mas é claro que o Universo estava novamente me testando e eu não pude aproveitar nem cinco minutos de paz antes de ter meus olhos cobertos por algo que só poderia ser um par de mãos, antes mesmo que eu pudesse me deitar no gramado.

— Advinha quem é?

Jeongguk. Era óbvio. Eu saberia que era ele até mesmo se ele não tivesse dito uma palavra sequer, mas o que realmente me surpreendia era o fato de ele estar no campus, quando havia me dito na noite anterior que não tinha aulas hoje pela manhã.

— Uh... eu realmente não faço ideia — murmurei em tom sarcástico, movendo as mãos para trás em busca de apoio para meu tronco.

— Vou te dar uma dica, ok?

— Vá em frente.

— Você está apaixonado por mim — alegou em um tom de voz presunçoso e eu não consegui conter a risada. — E eu fui a melhor transa da sua vida.

— Kwan? — indaguei em pura provocação, já que eu nem conhecia um cara chamado Kwan. — Você saiu de Daegu só pra vir se gabar aqui?

Em retaliação recebi um beliscão na bochecha esquerda antes de ter meus olhos descobertos e poder observar Jeongguk se jogar no gramado ao meu lado, com uma carranca ainda maior do que o nariz dele.

É, o meu momento de paz realmente tinha ido para o saco.

— Kwan é o caralho — xingou, como uma criança birrenta.

— Não fica com ciúme, benzinho — provoquei, estendendo a mão para apertar sua bochecha. — Você é um oito, pode melhorar.

— Oito é a minha...

— Que falta de modos — cortei, estalando os lábios em seguida em tom repreensivo. Jeongguk revirou os olhos, se aproximando mais para deitar a cabeça em minhas coxas. Puxou minha mão direita e levou aos seus cabelos, em um claro pedido de carinho. — Quando você pretende retocar essa tinta? — impliquei, sem mover os dedos nos fios macios. — A cada dia você aparece mais desbotado.

— Cuida do teu cabelo? — estirou a língua para mim. — Eu gosto do tom desbotado. O rosa cereja era muito chamativo — se explicou.

— Claro, porque os teus sapatos enormes quase não chamam a atenção — debochei.

— Parece que alguém presta muita atenção em mim... — abriu seu sorriso de dentinhos para mim, me obrigando a revirar os olhos.

— Eu sou observador por natureza, não se sinta especial.

— Se isso te faz dormir à noite, então tudo bem — deu de ombros, torcendo os lábios em desgosto em seguida. — Faz carinho em mim poxa, os teus dedos não vão cair se fizer isso.

Quem vai cair primeiro? | yoonkookOnde histórias criam vida. Descubra agora