Razão e coração

CONVERSA DE MÃE E FILHA

O jantar foi tranquilo, embora Antônio tenha se sentido irritado pelo modo como Vinícius tratava Irene. Vez ou outra fazia um comentário ácido e deixava claro que Irene era dele.

Após o jantar reuniram-se na sala para conversar, Falaram sobre negócios e Vinícius contou que sempre ajudou o pai nos negócios e recebeu a empresa como herança após a morte dele.

- Sabe Vinícius o nosso filho Daniel, era assim como você. Sempre gostou de acompanhar o Antônio no escritório, desde menino. Cursou administração e queria seguir os passos do pai. O Antônio sempre achou que ele seria um ótimo sucessor mas a vida quis que as coisas fossem diferentes do que nós imaginávamos.

- Porque você sempre empurrou o meu irmão pra essas coisas né Irne? Aliás meu irmão não, meu primo, já que ele era filho do meu tio Ademir e não do meu pai.

- Caio não é hora pra isso - Petra o repreendeu

- O moço precisa saber da verdade, ele não queria conhecer melhor a nossa família?

- Caio já chega! - Antônio se levantou- Eu não vou permitir que você desrespeite nem a mim nem a minha mulher, principalmente dentro da minha casa.

- Eu acho que já deu minha hora - Vinícius se levantou e foi até onde Antônio e Irene estavam apertou a mão do homem e deixou um beijo na mão da mulher- obrigado pelo jantar estava tudo maravilhoso, e novamente foi um prazer conhecer a senhora.

Assim que Vinícius saiu uma grande discussão começou, Antônio estava furioso com Caio. Chamou o filho mais
lp velho para o escritório e Luigi e Petra acompanharam irene até o andar de cima.

- Luigi, vai indo pro quarto eu preciso falar com a minha mãe - Petra disse assim que pararam em frente ao quarto da matriarca.

- Claro, amore mio.

As duas entraram no quarto ,
.e sentaram lado a lado na cama de casal, o silêncio era constrangedor até Petra tomar coragem e falar pela primeira vez.

- Mãe...você traiu o meu pai?

Irene a olhou perplexa, a surpresa daquela pergunta a desestabilizou.

- Não Petra não, eu nunca trai o seu pai!

- Então me explica o que aconteceu, você e o tio Ademir, se você já sabia que tava grávida quando casou cohm meu pai. Eu quero entender mãe. Depois da morte do Daniel, você enterrou esse assunto, você e o meu pai ficaram estranhos e ninguém falava sobre nada.

- Petra...- fez uma pausa - eu nem me lembro direito da noite que passei com o Ademir. Tinha sido uma noite movimentada no bar, eu tava bêbada e cansada, e só lembro de encontrar com o seu tio quando estava indo pro meu quarto, eu estava desorientada e ele insistiu em me acompanhar, eu sei que eu agradeci a ele por ter me deixado no quarto e apaguei da memória tudo o que aconteceu depois. Mas eu acordei na manhã seguinte, com ele ao meu lado na minha cama, e dois dias depois eu conheci o seu pai.

- Então você não tinha como saber?

- Não, Antônio e eu casamos três meses depois de termos nos conhecido, e eu só descobri que estava grávida alguns dias depois do casamento, eu realmente pensei que o filho era dele.

- E como você descobriu que ele não era meu pai?

- Você nasceu com um problema, e precisou de uma transfusão de plaquetas, o Daniel era a melhor opção por ser seu irmão consanguíneo. Mas qundo nós fomos fazer os exames pra doação eu descobri que vocês não poderiam ser filhos do mesmo pai. E então eu soube que o Daniel era do Ademir, só podia ser dele.

- e porque a senhora não disse nada?

- Eu tive medo, medo de perder o seu pai, de perder você e o seu irmão. Se o Antônio soubesse a verdade é me colocasse pra fora o que seria de mim? Como eu ia me manter com duas crianças? pior ele poderia tirar vocês de mim. Eu não quis arriscar, seu pai estava apaixonado por você, feliz da vida em ter uma menininha eu não podia acabar com a alegria dele.

Inesperadamente a menina, puxou a mãe pata um abraço.

- Eu te amo mãe.

- eu também te amo, meu amor.

Antônio que estava parado na porta eu ouviu grande parte da conversa entrou no quarto.

- Irene, Nós precisamos conversar.