Capítulo I

1.9K 175 9
                                    

"Tão bonita quanto a mãe e tão temperamental quanto o pai. Nos anos em que viveu na corte, muito se falava do quanto Visenya Targaryen era o epítome da beleza valiriana, e como sua mão seria disputada pelos principais lordes dos Sete Reinos quando crescesse.

Antes da guerra política dividir de forma definitiva a Casa Targaryen entre a facção dos Verdes e dos Negros, Visenya costumava ser muito próxima do príncipe Aemond. Alguns falam que a amizade de ambos se deveu à falta de opções, já que ambos eram as únicas crianças com idades próximas vivendo na corte, outros afirmam que a ligação dos dois era profunda demais para que ignorassem, apesar das constantes tensões entre a princesa Rhaenyra e a rainha Alicent.

Ao contrário de Aemond que demorou até que reivindicasse um dragão para si, Visenya se tornou cavaleira na tenra idade de cinco anos, quando domou o maior dragão que a Casa Targaryen possuía na época: Meraxes. Seu pai Daemon a acompanhou com Caraxes durante seu primeiro vôo sob os céus de Porto Real. Muito se engana quem pensa que o jovem Aemond ficara ressentido por tal acontecimento. Isto apenas o deixara mais determinado a domar um dragão tão poderoso quanto o dragão que uma vez pertencera à rainha Rhaenys Targaryen, e assim pudesse cumprir a promessa que fizera à sobrinha de voarem juntos até os confins do Norte.

A proximidade de ambos desagradava bastante a rainha Alicent, que não tardou a trabalhar para que o filho começasse a se distanciar de Visenya. Porém, era praticamente impossível afastar o jovem príncipe da sobrinha. Não seria surpresa se ambos viessem a se casar no futuro, mas isto foi antes da morte de Lady Laena Velaryon e do que se sucedeu pouco depois."

Fogo e Sangue

A brisa estava gelada naquela manhã

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A brisa estava gelada naquela manhã.

Gelada demais para voar de Pedra do Dragão até Porto Real usando roupas inadequadas para o frio.

Visenya voava com Meraxes pela Baía da Água Negra há pelo menos meia hora, e somente naquele momento a temperatura havia aumentado — quando a silhueta inconfundível da Fortaleza Vermelha ficou visível sob as nuvens. Os ventos congelantes do alto mar não tinham mais tanto efeito ali, especialmente em uma cidade onde abrigava dezenas de dragões. O couro das luvas rangeu quando seus dedos se apertaram mais ao redor das rédeas de Meraxes, e com um movimento singelo, guiou o dragão a fazer um mergulho profundo para ficar mais nivelada com a cidade.

Meraxes deu uma volta completa ao redor dos limites da Fortaleza Vermelha antes de seguir caminho. Naquela altura, conseguia ver os olhares espantados e maravilhados dos cidadãos comuns nas ruas enquanto Meraxes os saudava com sua imponência e graciosidade. O cenário se repetiu até os confins da cidade, onde Visenya preparou o animal para pousar no centro do Fosso dos Dragões.

Muito bem, Meraxes. Tenha calma agora. Você sabe o quanto é grande — por mais que Meraxes fosse muito grande, Visenya não sentiu necessidade de elevar a voz; o elo entre o dragão e seu montador era profundo demais entre os que carregavam o sangue Targaryen para tal necessidade. Seu dragão sempre sentiu suas intenções e sempre as obedeceu antes mesmo de Visenya falar alguma coisa.

OS HERDEIROS DA CASA DO DRAGÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora