Capítulo 36

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Ponto de vista - Narrador

2 semanas após Hoseok ter fugido...

O sol escaldante de Gwangju batia impiedosamente sobre o pequeno sítio que agora era o novo lar de Hoseok. Ele havia fugido da conturbada relação com Taehyung, seu companheiro, e se refugiou na cidade natal, deixando para trás o tumulto da cidade grande e as marcas profundas que o relacionamento deixou.

A vida no sítio era completamente diferente do que ele estava acostumado. Hoseok, uma vez ambicioso e ganancioso, agora se via envolto em uma rotina de trabalhos árduos, que ele jamais imaginara fazer. O mugido distante das vacas, o som dos galos cantando ao amanhecer e o aroma da terra fresca o lembravam a cada dia que ele não estava mais na cidade.

Hoseok passava seus dias ajudando sua mãe, uma mulher forte que trabalhava incansavelmente para sustentar a ambos. O parto de Nari, sua filha, estava cada vez mais perto, e isso adicionava uma camada adicional de preocupação à vida já desafiadora do sítio.

Mesmo que Hoseok sentisse uma pontada de remorso por ter deixado Taehyung, ele sabia que precisava deste distanciamento. Seu coração estava cheio de feridas que precisavam cicatrizar. Enquanto a cidade ficava cada vez mais distante, a vida no sítio oferecia uma oportunidade de redescobrir quem ele realmente era.

Hope estava ciente de que, em algum momento, teria que encarar a verdade e explicar tudo a Taehyung. No entanto, o medo constante da reação do Kim o deixava paralisado. Ele sabia que Taehyung estava convencido de que havia sido traído, e essa convicção poderia levá-lo a querer se vingar, ou pelo menos era o que Hoseok pensava, afinal ele e Taehyung não haviam conversado depois da armação de Kim Tayler.

As noites eram as piores. Enquanto deitava em sua cama improvisada, Hoseok não conseguia evitar os pensamentos que o atormentavam. Ele se perguntava se Taehyung já estava procurando por ele, se estava fervendo de raiva e desejo de vingança. Os sons da noite, os grilos cantando lá fora, eram encobertos pelo bater acelerado do coração de Hoseok, que ecoava como um tambor em seus ouvidos.

Cada som súbito o fazia pular, e as sombras pareciam esconder ameaças invisíveis. A incerteza do que o futuro reservava pesava sobre ele, e ele se sentia acuado pela culpa e pelo medo. Não havia como negar que ele amara Taehyung intensamente, apesar de todas as imperfeições do relacionamento. Agora, essa mesma paixão era um fardo que o impedia de seguir em frente.

No entanto, o nascimento iminente de Nari, o forçava a encontrar uma maneira de superar seus medos e enfrentar a verdade. Ele sabia que precisava ser um pai forte e protetor para sua filha, mesmo que isso significasse confrontar um passado que ele desejava esquecer.

Hoseok estava sentado à sombra de uma árvore, observando o céu azul claro enquanto Sohui, sua mãe, se aproximava, carregando uma cesta de roupa lavada.

— Logo a pequeninha nasce. — Diz a mulher nitidamente animada em ser avó. Senhora Jung sempre apoiara Hoseok em tudo, mesmo com todas as suas travessuras e em relação a netinha não seria diferente, mesmo que o outro pai dela não seja do seu agrado.

— Sim, mãe. Mal posso acreditar que em breve eu serei oficialmente pai. — Suspira.

— É um momento especial, filho. Você está ansioso? — Coloca a cesta no chão e senta-se ao lado de Hoseok.

— Estou, mãe. Mas também estou preocupado. Sinto que não tenho muito a oferecer a Nari aqui no sítio. Com Taehyung, ela teria tudo do bom e do melhor, e agora... — Olhando para o horizonte.

Sohui coloca uma mão no ombro de Hoseok.

— Filho, escute bem. O que você tem para dar a Nari é amor, cuidado e um lar seguro. Isso é mais do que suficiente. Você é um pai dedicado e fará o que for preciso para cuidar dela.

GRÁVIDO DE UM MAFIOSO| VHOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora