Capítulo 34

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De todas as decisões que eu poderia tomar talvez eu tenha optado pela mais covarde e desonesta de todas, mas eu estou com medo, eu quero ter um final de gestação tranquilo e quero que a minha filha nasça em segurança. Nesse momento nada é sobre mim ou sobre o Taehyung, é sobre a pessoa mais inocente de toda essa história: Nari.

Já fazia semanas, talvez meses que eu não falava com Sohui. Mas ela sempre me mandava mensagens perguntando sobre mim e falando sobre a sua vida, mensagens as quais eu venho ignorando por não suportar mais mentir para a minha mãe.

De acordo com suas mensagens ela voltou para o velho sítio dos meus avós em Gwangju e era exatamente para lá que eu iria.

Taehyung ficaria furioso, mas não me encontraria nem tão cedo.

Apoiei minha cabeça na janela do ônibus e suspirei pesado começando a me arrepender quando esse saiu de Seoul, porém não tinha como voltar atrás mais.

Não sei se é tão melhor assim enfrentar a ira da minha mãe ao invés da do Tae, mas pelo menos Sohui é compreensiva.

Fechei meus olhos me permitindo cochilar o restante do caminho, eu não queria ficar pensando nas consequências das minhas escolhas agora.

[...]

Assim que cheguei Gwangju, coisa de 3 horas de viagem, peguei um taxi até o sítio que tanto guardava memorias da minha infância e dos momentos bons antes os meus avós morrerem e então ele ficar abandonado, bom até minha mãe decidir voltar do nada.

O sítio era definitivamente tudo o que eu odiava: Simples, no meio do mato e pobre. E mais uma vez eu quis voltar para a vida luxuosa que o Taehyung me proporcionava. Será que eu não estou sendo ingrato?

Suspiro e me aproximo da velha casa batendo na porta.

– Hoseok? – A mulher baixinha me olha espantada ao me ver parado ali. – Eu não sei se eu te abraço ou se eu te dou um belo de uns tapas. – Diz já optando pela primeira opção, me dando o abraço aconchegante de mãe que eu tanto precisava nesse momento e então eu me permitir chorar feito uma criança nos braços dela, por saudades, arrependimento, culpa, medo, tudo junto e misturado.

– Me desculpa, mãe. Me desculpa por ter sido um péssimo filho, por ter sumido sem te dar satisfações, por ter te ignorado todo esse tempo. – Digo entre soluços.

A mulher em minha frente também estava a chorar, me olhando como se ainda não acreditasse que era eu.

– Eu pensei que você estava morto, garoto. Pelo amor de Deus, nunca mais faz isso comigo. – Fala de um jeito engraçado que me faz rir. – Entra!

Entro na casa odiando a pobreza que ali habita. Eu sempre odiei essa casa no mesmo nível que eu odiava a casa alugada em Seoul por ser muito humilde.

Me sentei no sofá velho um tanto quanto desconfortável por ele não ser nada parecido com o de Taehyung.

– Você aceita alguma coisa? Uma água? Um suco? Eu fiz bolo se você quiser. – Sorri.

– Não obrigado, mãe. Eu estou sem fome.

– Você tá de quantos meses?

A olhei espantado.

– A senhora reparou?

– Não, Hoseok, eu não ia reparar na sua barriga de quem tá quase parindo não.

Rio sem graça.

– Quase 9 meses.

– Tá quase pra nascer. – Sorri, mas eu sei que no fundo ela estava querendo me dar o maior sermão da minha vida. – É menino ou menina? Já tem nome?

GRÁVIDO DE UM MAFIOSO| VHOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora