𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟒

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Alara Prescott Kincaid.

Não, eu não contei para ninguém sobre a carta.

Quer dizer, por que contaria? Para deixar todos em pânico? Não. A embalei novamente, e guardei em uma caixa no guarda-roupa. Talvez, se algo mais sério acontecer eu ligue para minha mãe. Mas por enquanto, prefiro deixar esta informação guardada para mim.

Já se passavam das três horas da manhã quando finalmente Tara respondeu a minha mensagem.

"o final da festa não foi muito legal. Sam apareceu aqui e surtou, nós brigamos."

Se eu estou surpresa? Obviamente não. Eu tinha quase certeza de que Samantha iria fazer um escândalo. Mas eu não a culpo tanto, afinal, fomos quase mortos, e amigos próximos morreram.

"Certo, no final da tarde passo aí para conversarmos, Se cuida, Tara."

Após enviar a mensagem, deixei meu celular sobre a escrivaninha e me forcei a dormir.

Mas toda vez que meus olhos se fechavam, a imagem e as palavras daquela maldita carta tomavam conta de minha mente.

— Ainda não consigo entender como você consegue tomar café puro, sem nenhuma gota de adoçante. — Fiz uma pequena careta ao ver Gale ingerir um generoso gole da bebida.

— Diz isso porque nunca experimentou. — Ela oferece a xícara em minha direção — Quer?

— Não, obrigada.

— Não sabe o que está perdendo. — Ela deu de ombros.

— Vai ficar até que horas fora hoje? — perguntei.

— Depois do trabalho irei ao hospital ficar com Dewey, Provavelmente chegarei em casa tarde.

— Na ida, pode me deixar no apartamento de Tara?

— Claro. — Ela deixa a xícara dentro da pia, e me encara por alguns segundos. — E voltará como?

— Eu me viro.

— Uma pergunta. — Ela franzia os olhos, e podia-se notar a perplexidade em seu rosto. — Ontem, no hospital.

— Sim?

— Eu não estava muito perto, mas consegui enxergar um homem, indo até você e lhe entregando algo. O que era?

Eu deveria contar? Sim.
Até porque não era nada normal receber uma carta de ameaça e ser chamada de Alara Prescott, quando, por acaso, o meu sobrenome não constava no crachá.

— Não era nada.

— Tem certeza? — Ela ergueu uma mão até seu cabelo, prendendo-o em um pequeno coque. — Eu jurava que o vi entregando uma carta.

— Ah, sim. Mas foi engano.

Ela me olhou, e estreitou ainda mais os olhos.

— Que eu saiba não existe nenhuma médica ou funcionária chamada Alara, no hospital.

— E porque haveria de ter? Ele pode ter me confundido com alguma paciente. — Alimentar um pouco mais uma mentira não me parece de mais.

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⏰ Última atualização: Aug 11, 2024 ⏰

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 𝑰𝒏 𝒃𝒆𝒕𝒘𝒆𝒆𝒏 𝒖𝒔 - Sam carpenter Onde histórias criam vida. Descubra agora