007|| 2020

65 12 6
                                    

Não se esqueçam de votar e comentar.

QUEEN'S POINT THE VIEW
LOS ANGELES, CALIFÓRNIA📍

Senti o ar da manhã invadindo meus pulmões enquanto eu andava pela praia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Senti o ar da manhã invadindo meus pulmões enquanto eu andava pela praia. Aquele lugar sempre me transmitia calma, mesmo que meu medo irracional de tsunamis tivesse me mantido por anos longe dali. Estava divertido testar o teletransporte, visitei até o Orpheum e fingi cantar com alguns jovens que ensaiavam o palco ali. Espero que o dia deja melhor para eles do que foi para mim na época.

Voltei até o galpão, ouvindo a voz estrondosa de Julie dentro da garagem mas não quis intervir e nem mesmo atrapalhar. Ela disse que não sabia cantar e eu não me intrometeria em algo tão particular. Somente ouvindo a voz dela consegui captar a dor e a leveza que se misturavam dentro dela através das notas e das letras de sua mãe.

Assim que o piano cessou, eu caminhei a passos lentos para dentro, recebendo um olhar que misturava vergonha e compaixão de Julie e apenas senti uma imensa vontade de abraça-la.

— Oi! - Digo acenando quase sem movimento nenhum enquanto ela suspira pesadamente, cumprimentando com a cabeça. - Eu finjo que não ouvi, ou...? - Ela me interrompe.

— Está tudo bem. Eu não canto desde... Minha mãe... - Ela diz olhando fixamente para o chão enquanto eu ia até ali e sentava no piano com um impulso.

— Eu entendo, de verdade. - Digo chamando atenção dela, que me olha como se pedisse para eu continuar. - Quando Luke, Reggie e Alex morreram eu senti que uma parte de mim havia ido junto. As pessoas sempre se aprontam para perderem os mais velhos, mas nunca os iguais e isso pode acontecer a qualquer momento. - Suspiro olhando para ela. - Era nossa noite especial... Depois disso eu passei um ano sem conseguir seguir em frente. Sabe o que acontece quando você não segue em frente? - Indago a fazendo negar com a cabeça. - Você acaba como eles.

— Queen, como você morreu? - Ouço a pergunta ao mesmo tempo que minha respiração prende e uma garota entra pela porta chorando, me fazendo ver os meninos.

Aquela era Flynn, melhor amiga da Jules. Ela implorou durante uns 5 minutos para a garota voltar para aula de música, dizendo que se não fizesse elas se afastariam e teve uma espécie de banda no meio da conversa. Eu pouco entendi, mas estava com medo o suficiente de sair e descobrir se eles haviam ouvido o pouco que falei para Julie mas que exigiria um desenvolvimento.

Julie saiu da garagem com a garota, acenando para os meninos e em seguida fingindo espantar uma mosca, me fazendo deslizar para o piano, tocando algumas notas perdidas observando eles entrarem.

— Ela canta. Canta muito! - Reggie diz arregalando os olhos ao raciocinar.

— Queen, por que não deu um abraço nela? - Alex questiona me fazendo torcer o nariz.

— Não consigo encostar nela. A gente se atravessa! - Explico o óbvio vendo Luke virar para ele.

— Cara, abraço de fantasma não é tão legal quanto você pensa! - Ele diz e eu vejo a indignação crescer no tom de voz do loiro.

— Você não deixou a gente entrar porque não aguenta ver a Queen chorar. Na verdade, não gosta de ver ninguém chorar!

— Eu não estava... - Começo, mas Alex me corta, continuando.

— Eu devia saber. Fiquei chorando numa sala escura por 25 anos e não recebi um abraço de nenhum de vocês! - Ele resmunga enquanto Reggie se aproxima de braços abertos. - Não encosta em mim!

— Por isso ninguém te abraça. - Reggie concluí, sentando no piano e me puxando para ficar na frente dele, me abraçando, fazendo Alex revirar os olhos.

— A primeira coisa que temos que fazer quando estivermos com a Julie é perguntar porque ela mentiu sobre o piano! - Diz Luke.

— É óbvio. A música não cura mais o que curava. Não da mais as mesmas sensações que antes. Apenas dói, é como um vazio para ela tocar sem a mãe porque ela nunca havia feito isso antes e não sabe como fazer! - Falo e parece que os meninos entendem que não estou exatamente falando de Julie. Minhas pernas tremeram levemente. - Ela apenas precisa se adaptar. Depois disso, vai voltar a tocar!

— E você se adaptou? - Alex pergunta, fazendo eu desviar o olhar. Eu não precisava responder para eles saberem o que eu queria dizer.

— A Julie foi incrível no piano hoje. E você também era! - Reggie diz acariciando meus cabelos.

— É. - Luke corrige. - Assim como você é. Não perdeu o talento, princesa! - Ele diz fazendo com que minha nuca se arrepiasse e um sorriso idiota crescesse entre os meus lábios.

Princesa. Ele sempre sabia o que falar e quando falar. Luke Patterson é minha condenação até mesmo após a morte.

✻ ═══════ •❅• ═══════ ✼

Não se esqueçam de votar e comentar para ajudar!!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não se esqueçam de votar e comentar para ajudar!!

ENCHANTED NOTES- Luke PattersonOnde histórias criam vida. Descubra agora