Como você pôde?

46 1 0
                                    

Ivana sorri ao ver as provas que incriminam Leonor em suas mãos. 
– Isso é tudo? – Ela pergunta olhando com desdém para o detetive em sua frente.
Ele assente. 
– Sim senhora! – Diz calmo. – Agora em relação ao outro filho dela, irei descobrir mais coisas e te avisarei assim que possível. 
Ivana assente sorrindo. 
– Venha comigo até ao escritório. – Fala sorrindo caminhando lentamente sendo seguida pelo o mesmo.
Ela entra e dá espaço para que ele faça o mesmo. Vai até a mesa e pega um talão de cheques da gaveta, pega uma caneta em mãos e o preenche assinando. 
– Aqui está! Seu tão esperado dinheiro, e um bônus por você ter se mostrado a não ser tão burro assim e ter descoberto mais coisas daquela bruxa! – Diz sorrindo lhe entregando o cheque.
Ele o pega e arregala os olhos. 
– Mu-ito obrigado moça! Isso dá e sobra. – Afirma sorrindo olhando para o cheque ficando impressionado com toda aquela quantia que via. 
– Depois que você me trazer mais informações sobre aquele filho bastardo da bruxa, irei te pagar ainda mais. – Sorri para ele. – Agora já pode se retirar. – Fala, e assim ele faz saindo todo feliz com o cheque nas mãos. 
Ivana pega novamente aquelas provas nas mãos. 
Era um Pen Drive, em um saquinho plástico junto a um papel com manchas amareladas, com algumas letras, indicando que aquela carta havia sido escrita a muito tempo atrás. 
Ivana puxa a cadeira se sentando e tirando o pen drive, abrindo o notebook que havia na mesa e o colocando no mesmo. 
Mexe em algumas coisas no notebook e logo começa a assistir o vídeo, era de uma câmera de segurança dentro da casa da irmã de Leonor. 
De repente a irmã dela aparece no vídeo demostrando que estava alterada, não demora muito e Leonor aparece de um jeito bem calmo conversando com ela. 
Elas conversam por vários minutos e num gesto rápido Leonor saca a arma e dá um tiro na testa de sua irmã, que cai no chão sem vida. Ela olha para o cadáver da mesma por alguns segundos e logo saí da casa às pressas. 
Ivana sorria com aquilo.
– Leonor é tão estúpida que nem um crime sabe cometer direito… Ela deveria ter umas aulinhas comigo. – Diz sorrindo brincalhona, tirando o pen drive do notebook em seguida. 
Guarda o mesmo no saco plástico que veio e pega aquela carta velha em mãos, começando a ler em seguida.
"Sinto que estou correndo um sério risco de vida. Minha própria irmã vem me ameaçando já faz um tempo. Porque me viu declarando meu amor para o seu marido! Eu estou perdidamente apaixonada por ele, infelizmente isso acabou acontecendo e eu não pude evitar. Ela sem pensar duas vezes me ameaçou e disse que não seria problema algum me tirar do seu caminho, porque jamais alguém iria tirar Frederico dos braços dela. Sei muitas coisas sobre Leonor. Ela tem um outro filho mais velho do que o meu sobrinho José Miguel. Ela o teve ainda na adolescência e o deu para a adoção. Infelizmente nunca ninguém da família pode conhecê-lo e com certeza nunca vamos, pois nem ela sabe onde está o próprio filho. Ela é muito complicada e fria, tenho medo dela para ser sincera. Se um dia alguém achar essa carta pode ter certeza de que não estou mais neste mundo. E que provavelmente ela me assassinou." 
Ivana termina de ler a carta e fica pensativa. 
– Preciso agir contra essa bruxa. Vou esperar um tempo e vou jogar essas duas bombas juntas. A primeira revelando que Leonor é uma assassina, e a outra revelando que ela tem mais um filho, que já está morto.– Sorri satisfeita por ter provas que a prejudicasse. – Em pensar que ela disse que eu era uma assassina e que minha filha não deveria estar comigo. – Fala com ódio olhando para um ponto fixo. – Mas é sempre assim, aquele que sempre nos critica é mil vezes pior. 
Diz se levantando desligando o notebook e pegando nas mãos aqueles itens saindo logo em seguida do escritório. 
Vai até seu quarto e guarda aquilo tudo em um lugar bem discreto com chaves. 
Iria planejar como fazer aquilo chegar nas mãos da polícia e nas de José Miguel. 
Sai de seu quarto descendo as escadas e caminhando em direção ao jardim. 
Chega até lá e se depara com sua mãe sentada em um dos bancos com Alice nos braços enquanto mostrava algumas flores para a bebê que mexia os braços toda feliz e sorridente.
– Filha,  precisa ver como a Alice ama flores, ela fica toda feliz quando eu as mostro pra ela. Esse lado com certeza ela herdou de mim, não é princesa? – Isabel sorri toda orgulhosa olhando para a neta e beijando seu rostinho. 
Ivana dá um meio sorriso fechado, ainda pensativa sobre os assuntos que estava resolvendo. 
– Ivana, o que ouve? Parece estar preocupada com algo. – Isabel estranha o jeito da filha. – Quem era o homem que estava aqui te procurando? – Pergunta curiosa. 
Ivana revira os olhos.
– Incrível como as criadas imundas dessa casa são fofoqueiras! – Diz brava. – Vou ter que colocar uma mordaça na boca delas como os escravos usavam! Até que não seria má ideia. – Ivana ri se divertindo imaginando a cena. 
Isabel nega nada contente com o comentário da filha.
– Ivana por favor!! Que comentário mais sombrio, e eu já vou logo dizendo que não gosto que fique maltratando as empregadas, não sei porque você é assim… nem eu e nem o seu pai demos essa educação a você. – Diz calma preocupada com aquele jeito da filha. – E também não gosto nenhum pouco que Alice cresça vendo você maltratando os criados dessa maneira. Ela pode querer fazer igual quando estiver maior. – Isabel continuava séria.
– Aí mamãe que exagero! Sempre tratei os criados dessa maneira e você nunca se importou. Eles são apenas criados! Não merecem ser tratados com respeito… por favor. – Fala com tédio revirando os olhos. 
Isabel suspira.
– Vejo que não adianta nada te aconselhar filha. – Diz por fim voltando a atenção a neta que ainda estava entretida com as flores a sua frente e ficava balbuciando tentando falar algo.
– O problema é que você é exagerada! Sempre foi. – Ivana diz com uma voz firme sem paciência.
Alice olha para a sua mãe e sorri totalmente inocente. 
– Eu só me preocupo com esse seu jeito explosivo filha… – Isabel diz calma.
– Faz muito tempo que deixei de ser criança, e não preciso ficar ouvindo seus sermões o tempo todo. Isso cansa qualquer pessoa. – Diz cruzando os braços e olhando para o lado. 
– É exatamente por isso! Você não é mais criança, já é uma mulher, e agora é mãe! Precisa dar um bom exemplo para a sua filha. – Isabel fala de um jeito amigável.
– Pronto! Agora só o que me faltava é você me dizer que só dou mal exemplos para a minha filha e que não presto como mãe. – Ivana diz incrédula. 
– Por Deus filha! É lógico que não é nada disso! Eu só tenho uma certa preocupação por você, pela a Alice, não faço ideia de quem seja o tal homem que veio te procurar. Você sempre fez suas loucuras, sempre foi difícil lidar com você, desde adolescente, nunca consegui te controlar, e muito menos agora. Por isso eu tenho medo com quem você se envolve… e tenho mais medo agora pela a Alice. – Isabel diz com uma expressão preocupada e triste ao mesmo tempo. 
Ivana suspira lembrando do último homem que se envolveu, que era um psicopata e tinha ameaçado sua filha. 
Sua mãe nem sonhava com isso, e era melhor assim.
Além do mais ela já resolveu aquele probleminha.
– Aquele homem não era ninguém para se preocupar! – Fala séria. – E garanto que não penso em me envolver com ninguém mais, até porque José Miguel me quer ao lado dele, quer que eu vá morar junto com ele. – Conta aquilo para a sua mãe que não sabia de nada ainda. 
Isabel sorri abertamente com a notícia.
– Essa é uma excelente notícia filha! E você aceitou? – Pergunta curiosa.
– Ainda não disse nada. Disse que iria pensar e irei dar a resposta pra ele em breve. – Ivana diz dando de ombros.
– Você precisa aceitar, querida! Isso vai ser muito importante para a Alice, sem contar que José Miguel estará sempre perto dela. Ele é um ótimo pai! E tenho certeza que será um ótimo companheiro para você também. – Isabel diz com sinceridade. – E depois você fez de tudo para que ele deixasse sua prima, até engravidou. E agora não vai aceitar ter uma vida com ele? – Isabel diz óbvia.
Ivana dá de ombros.
– Sendo bem sincera, a minha gravidez não foi planejada. Somente aconteceu naquela noite dele bêbado. Claro que depois que descobri estar grávida fiquei radiante pois tive como separar ele da Valentina. Tive muita sorte. – Diz sorrindo convencida. 
Isabel nega.
– Aí Ivana você fala de uma maneira… – Isabel deixa no ar. – Mas enfim, quero que seja feliz, sempre quis isso para você, um bom homem, um bom pai para a sua filha. Sempre irei te desejar o melhor meu amor. – Isabel é carinhosa nas palavras. 
Ivana suspirou revirando os olhos e concordando.
Alice aponta para uma das flores e levanta a cabeça olhando para sua avó.
Isabel pega uma flor pequena sem espinhos e dá para que a bebê possa ver. 
– Cuidado com isso mamãe! Sabe que ela vive pondo as coisas na boca. – Ivana diz em alerta. 
– Não se preocupe filha, estou atenta com ela. – Isabel fala beijando a bebê.
– Assim espero… lembre-se que mesmo que eu te deixe ficar perto dela eu não consigo confiar em você como antes. – Diz séria olhando para a sua mãe, que abaixa o olhar não tirando a razão da filha. 
– Vou lá pra dentro, irei comer alguma coisa. – Ivana diz se virando e saindo do jardim em seguida sem dizer mais nada. 
Isabel suspira. 
– Aí meu amor… sua mãe sempre teve um gênio tão complicado. – Diz olhando para a Alice. – Mas pelo menos ela te ama e te trata com carinho, as vezes acho que você será a única que irá receber amor da parte dela. – Fala pensativa abraçando a bebê que estava com a flor ainda em mãos observando cada detalhe. 
Passaram alguns minutos e Alice já se encontrava dormindo em seu carrinho enquanto Isabel cuidava de algumas flores. 
Doutor Hernesto chega de surpresa atraindo sua atenção. 
Ele se aproxima e lhe dá um beijo no rosto dela que sorri. 
– Dá pra ver o quanto você ama essa menina. Não se desgruda dela por nada. – Hernesto comenta sorrindo enquanto olha para a bebê dormindo tranquilamente. 
– Sim é verdade! Finalmente Ivana me deixou ficar perto dela novamente, e isso foi um alívio pra mim. Não aguentava mais ver esse anjinho e não poder segurá-la em meus braços e mimá-la. – Sorri dando de ombros. 
Hernesto a olha orgulhoso.
– Fico muito feliz que Ivana tenha cedido. Você é uma avó muito dedicada Isabel. – Ele pega no ombro dela.
– Alice é a luz dessa casa. Veio para trazer alegria, e também é minha primeira neta, e talvez será a única porque não sei se Ivana pretende ter mais filhos futuramente. – Fala normalmente. – Em pensar que eu já era pra ser avó a um tempo… se Ivana não tivesse interrompido aquela gravidez do Alonso. – Fala com tristeza. 
– Fica tranquila, tenho certeza que Ivana jamais voltaria a fazer aquilo. – Hernesto tanto consolá-la. 
– Quem entende a minha filha não é mesmo? – Fala dando de ombros. – Mas tenho fé que ela está melhorando, as consultas estão fazendo muito bem pra ela. – Diz confiante e sorrindo.
Assim era o que todos esperavam um dia.

Tudo Diferente (Soy Tu Dueña) Onde histórias criam vida. Descubra agora