Nos dias seguintes após o constrangimento no escritório dele, Teodor pareceu me evitar e raramente estava em casa para o jantar e o café da manhã. Portanto, voltei a cozinhar somente para mim e para Valentina.
Na escola, a pequena Tina conseguiu fazer muitos amigos na sua sala e já não passava o intervalo sozinha. Eu sempre dava uma olhada nela na hora do recreio e ela estava sempre brincando com outras crianças.
O vínculo foi tão forte que ela já me perguntou se poderia fazer uma noite de pijama com suas amigas lá na casa.
Na sala dos professores tem o canto do café, que além do próprio café, tem chá, biscoitos, pãezinhos e algumas guloseimas. Apesar de já ter tomado o café da manhã, eu nunca recuso mais uma xícara de café e uns biscoitos.
Eu sempre sou uma das primeiras a chegar na escola, portanto, sempre tenho um tempo extra para revisar meu plano de aula do dia até a minha aula começar.
O sino da escola tocou, avisando que a primeira aula iria começar e os alunos deveriam ir para suas salas de aula. As professoras que estavam na sala saíram e eu vi, pela minha visão periférica, que Lucas havia entrado.
Continuei focada em meu plano de aula, torcendo pra ele não vir falar comigo.
- Bom dia Jasmine - ouvi ele dizer quando se sentou na minha frente.
Levantei meus olhos, e ele olhava pra mim com olhos gentis e um sorriso amigável no rosto. Estava com uma camisa social preta, o que realçava seus traços masculinos.
- Bom dia Lucas - dou um leve sorriso pra ele
- Qual o horário da sua aula?
- É a aula antes do intervalo.
- Ah, legal. A minha é a segunda. - Ele disse como se eu tivesse perguntado.
- Você sempre morou em São Paulo? - ele realmente estava a fim de conversar hoje.
- Sim. Nasci e me criei aqui. Sempre na região do centro
Tentei ser o mais direta possível, e não devolver a pergunta para que ele se sinta encorajado a continuar. Um silêncio constrangedor se instalou na mesa e só era possível ouvir alguns colegas entrarem e saírem da sala dos professores. Quando ele ia falar alguma coisa, o sino da escola tocou, avisando que a primeira aula havia acabado.
- Bom, tenho que ir. É minha hora de dar aula - ele disse, se levantando e pegando sua bolsa.
- Boa aula. - Dei um sorriso forçado ao responder
- Obrigada, pra você também.
E assim ele saiu. E pra evitar que eu tivesse que encontrá-lo novamente depois da aula dele, fui para a minha sala-cozinha preparar a minha aula com mais calma.
A manhã passou bem rápido e chegou o horário do almoço. Antes, eu até comia com a Valentina, porém, agora que ela arrumou seu grupinho, passei a fazer as refeições com os professores.
Eu já estava sentada na mesa quando chegaram os outros professores. Silvana sentou ao meu lado, Lucas se sentou na minha frente e Abigail sentou ao seu lado.
- Comida caseira? - ouvi Silvana perguntar
- Sim, eu prefiro comida caseira.
- Isso é realmente bom. Você acaba economizando dinheiro, o almoço daqui é um absurdo de tão caro - Marcia disse se sentando do meu outro lado.
- Eu até concordo, mas eu sou uma merda na cozinha. Eu teria um puta prejuízo se eu trouxesse comida. Prefiro comer a da escola, e nem me preocupo em lavar a louça depois. - Abigail comentou, fazendo careta para seu almoço.
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Ao Cair da Noite
Roman d'amourJasmine é uma jovem com muitos sonhos mas sem oportunidade. Parece que nada está ao seu favor, principalmente o mercado de trabalho. Quando ela entra para a estatística dos desempregados ela se sente no fundo do poço. Voltar à casa dos pais está for...