PrinSosia [kth + jjk] ♤

Capítulo 22 - Uma farsa

Capítulo 22 - "Talvez eu não chore, mas dói. Talvez eu não diga, mas sinto. Talvez eu não mostre, mas me importo."

(Autor desconhecido)

#CoroaFalsaTK 🏰👑

Jungkook

Gostaria de saber por onde começar mas não sei nem onde foi o começo disso tudo. Gostaria de saber se foi quando saí apressado de Montana e entrei em um carro implorando para Wonho me levar a BellaBour não me importando se faltavam seis horas para uma viagem de negócios e viajar para outra cidade me faria perder o voo, especialmente quando me atrevi a não deixar Wheein a par disso. Gostaria de saber se foi quando um turbilhão de sentimentos e emoções se apossaram da minha mente quando subi com o coração pulsando nas orelhas e bati na porta do quarto de Taehyung pronto para pedir desculpas e contar toda a verdade. Gostaria de saber se foi quando tudo deu errado.

Me pergunto se foi a partir daí que minha vida parecia ter sido configurada para acontecer automaticamente sem que eu fizesse ideia dos lugares e das pessoas ao meu redor e meus pensamentos fossem constantemente "Taehyung Taehyung Taehyung". Wheein se recusou a ser ignorante e entendeu o meu lado pois sabia da profundidade que aquele dia significava para toda a família e especialmente para Taehyung. Ela permitiu minha irresponsabilidade até a hora de chegarmos no hotel europeu com muitas luzes e muita riqueza, onde me deixou sozinho no quarto com a sensação de que tudo passou rápido demais como se alguém tivesse colocado minha vida no "2x".

Nos momentos onde o meu redor se silenciava e minha mente conseguia sucumbir nos próprios pensamentos me perguntei se o começo foi quando passei aquela noite acordado e decidi que iria esquecer que existiam outros problemas além do que estava prestes a encarar em Viena. Tinha decidido que faria tudo perfeitamente bem; decidido que seria um príncipe; decidido esquecer o olhar que Taehyung me deu antes de soltá-lo na cadeira completamente e me sentar no chão.

Meu eu mais ranzinza diz que o começo foi quando aceitei participar dessa loucura de fingimento senão não estaria preso no apartamento da pessoa que mais tentei esquecer enquanto estive longe após consequências das minhas próprias atitudes — que não sei terem sido sensatas ou não.

Rafael Sánchez foi muito canalha e rabugento quando veio me atacar com palavras baixas sobre a família real, o príncipe e a situação "real" de MonteFort sobre o biogás, o que é mentira. Porém, estava certo quando disse que tudo se tratava de um fingimento, apesar de que nunca ousaria em concordar. Sua voz grossa e as palavras ásperas que saiam da sua boca foram preparadas e lapidadas para tirar qualquer representante de MonteFort do sério, percebi isso assim que veio até mim com a compostura de um bárbaro e me perguntou "Quem vocês pensam que são?" e desatou numa enchente de acusações falsas ao invés de falar primordialmente sobre o conteúdo da reunião, afinal, tínhamos acabado de sair dela. Admito que me deixei cair na pilha em determinado momento mas o que me fez de fato apostar no cavalo mais lento da corrida e levantar a mão para acertar seu rosto foi quando o jovem rapaz de pele oliva e cabelos pretos disse:

"— Eu sei que há um fingimento, príncipe Jeon, todos sabem que seu palácio está estranho e eu sei que algo está ocorrendo desde que aquele acordo medonho acabou e nos tiraram de lá às pressas. Eu sei e vou mostrar ao mundo como seu país é sujo, não importa a puta de político que você seja e consiga colocar esse segredo por debaixo dos panos. Vocês são uma facção do mundo que não passa de um grande grupo de comedores de cachorros."

Foi o suficiente.

Aquilo bateu em mim de várias formas: medo, porque de fato existe algo rolando; ofensa, pois o comentário racista direcionado ao povo de MonteFort também recaía em mim que tantas vezes li em posts maliciosos da internet; raiva; por tentar manchar algo que havia se tornado parte de mim. Admito que a quebra de tempo entre assimilar o que ouvi e sentir minha mão arder ao tocar em seu rosto não foi bem pensada, porém ainda acho bem feito. Agora quanto ao tremendo burburinho sobre o meu posicionamento na reunião da OPEP ainda é algo que não consigo pensar muito. Houveram muitas críticas positivas e apoio, assim como todo dia tem mais e mais, contudo, a parte da crítica negativa é algo que não pensei que seria tão atormentada por aquelas palavras. Os protestos em frente ao palácio só sacrificam com força minha atitude e quase me fazem repudiá-la apesar das boas intenções.