PrinSosia [kth + jjk] ♤

Capítulo 23 - Quando há intuição

Capítulo 23 - "A impressão erra. A intuição não"

(Autor desconhecido)

#CoroaFalsaTK 🏰👑

Jimin

Eu gosto do cheiro da noite. É algo único. Um tipo de fragrância salpicada com flora, os mais diversos sentimentos e uma belíssima sensação de frescor. Acho que isso é o mais próximo que posso chegar de uma descrição do cheiro da noite.

É único demais para ser descrito.

Desde pequeno sempre fui muito fã do noturno. Odiava ter que ir dormir e acabar perdendo tudo o que uma noite inteira poderia me proporcionar, mesmo que não fosse muita coisa considerando que eu era apenas uma criança com idade suficiente para sair sozinho da cama mas que precisava de ajuda durante o banho. Mesmo assim era péssimo, por muitas vezes fingia estar dormindo até minha mãe abandonar o quarto e finalmente poder abrir os olhos e observar todas as sombras estranhas que enfeitavam o cômodo, numa simples consequência da iluminação fraca da rua que batia nas paredes. Também abria a janela, o cheiro... ah, o cheiro. O cheiro da hora da noite é calmo, terapêutico e aquele Park Jimin de cinco aninhos sabia disso. Ele se sentia inspirado com tudo aquilo; com aquelas sombras, com aquele cheiro. Foi ali que ele começou a criar histórias sobre aquilo.

Foi ali que eu comecei a escrever.

No início foi estranho, muito estranho, nada muito claro ou compreensível. Desenhava mais do que escrevia, minhas histórias aos cinco anos eram completos garranchos misturados com ilustrações que podiam ajudar num entendimento decente mas que de longe não pareciam significar nada. Minha mãe de certa forma adorou essa época pois me fez treinar ortografia em cartõezinhos irritantes e mesmo sendo irritantes — queria rasgá-los sempre que começava o treino — continuava treinando porque de acordo com ela minhas histórias seriam melhores. E a velha estava certa. A partir dos meus sete tudo parecia bem melhor, minhas ideias eram mais claras e eu passava horas e horas escrevendo com uma letra perfeita um hangul perfeito. Foi um ótimo começo, eu admito. Nada de garranchos incompreensíveis e ilustrações para sustentá-los, apenas textos e textos, longos e cheios de detalhes. O professor Hwang dizia que eu era talentoso, dizia para que eu nunca ousasse desistir ou desperdiçar esse talento em um trabalho normal. E eu o ouvi. Desde aquela época faço o possível para sempre mostrar o melhor da minha escrita nas minhas histórias, mas, apesar de tudo, meu amor por cada conjunto de letras que escrevo.

— Alther. Documento enviado. — Joguei os braços para o alto, numa tentativa de fazê-los mais leves após horas curvados na frente do computador.

Tenho quase certeza que estou com tendinite.

Esse meu amor pela escrita e por histórias se expandiu de uma forma inimaginável: comecei a postar meus trabalhos em uma plataforma. No início foi como um teste, uma forma de estudar como estava minha organização de roteiro, cenário, cronograma de capítulos e opiniões. De primeira não imaginei que alguém fosse se interessar por uma história chamada Shin Lang Coast - Pés de Lagarto, mas se interessaram. Lembro que fiquei bem ansioso e imediatamente desisti de continuar as postagens, mas meu melhor amigo, Jeon Jungkook, puxou meu cabelo e disse que eu não deveria fazer isso pois outras pessoas além dele mereciam ler coisas tão legais como as que escrevo, e assim continuei. Terminei a fantasia de Shin Lang Coast, depois fiz outras duas fantasias, depois um romance, depois um terror psicológico e depois nasceu Guardiania. Essa com certeza foi a minha maior loucura e tentativa. Escrever uma história com personagens e elementos de outra história que já existe? Uma loucura! Pensei até ser estupidez mas essa estupidez me rendeu trinta mil leituras por capítulo. Senti minha boca secar, o peito apertar e todas as reações que um escritor sente no minuto em que percebe que pessoas leem as coisas que ele escreve.