Os contos de Stan

Conflito

Era um dia normal como todos os outros, eu e meu avô fomos fazer uma entrega para o rei, a ida ate o palácio dura alguns minutos a pé, nos caminhamos levando uma encomenda de espadas e algumas armaduras para os soldados .

-Ei vovô

-Sim?

-Eu estava pensando e.... acho que vou aceitar aquele nome que o senhor queria me dar

-Tem certeza pequeno?

-Sim vovô, acho que gostei do como Stan soa, parece legal

-Certo então, a partir de hoje você sera Stan Aesther, você carregara meu sobrenome

Stan abraça seu avô de um jeito carinhoso e os dois voltam a andar. Algum tempo depois, os dois chegam em um enorme portão, a partir dali era possível se ver um enorme jardim, os dois entram pelo portão e seguem a pequena trilha pelo jardim, na distancia era possível se ver um luxuoso castelo em que se reside a família real. Nos andamos um pouco mais pelo jardim e então chegamos no castelo, as enormes portas a nossa frente se abrem e nos entramos no castelo, as paredes de pedra eram decoradas com pinturas da família real, o chão era coberto por um enorme tapete, velas iluminavam os corredores dando um ar levemente assustador para aquele local, nos caminhamos pelo corredor e finalmente chegamos na sala do  trono, o único lugar em que era possível se ver a luz do sol.

- Sejam bem vindos ferreiros, espero que a viajem ate aqui tenha sido agrádavel para ambos.

O rei diz em um tom calmo enquanto se levanta, ele é um homem jovem de cabelos pretos e uma postura imponente, ele veste roupas elegantes e uma coroa preenchida com pequenas joias.

- Boa tarde majestade, peço perdão pelo leve atraso, aqui estão as armaduras e as espadas como prometido.

Meu avô diz enquanto solta o carrinho e mostra cada uma das peças para o rei, que as analisa em silencio. 

- As peças estão muito boas como sempre Malleos, agora me responda uma coisa, o que é esta pequena coisa? 

O rei pergunta enquanto aponta para mim.

- Este é meu neto, ele se chama Stan e está comigo faz alguns meses

O rei me olha de cima a baixo, me analisando como um predador analisa uma presa.

- Olá

Eu digo enquanto aceno para ele, tentando demonstrar ser gentil, o rei suspira e olha novamente para o meu avô

- Espero que ele não arrume problemas, monstros podem ser bem arruaceiros 

- Posso lhe garantir que meu neto é muito comportado vossa majestade

Eu não sou exatamente o melhor exemplo de ser obediente, mas acho que sou bem comportado na maioria do tempo.

- Certo, mandarei devolverem seu carrinho daqui a algum tempo, obrigado pelo serviço

O rei diz enquanto joga um saco de moedas de ouro para meu avô e nos vamos embora.

Enquanto saiamos pelos enormes portões do jardim, uma duvida martela minha mente.

- Vovô

- Sim?

- por que o rei disse que monstros são arruaceiros? Os monstros normalmente ajudam os humanos com varias coisas.

- Bem, eu não tenho te deixado atualizado das noticias recentemente, uma criatura terrível chamada Gertroid está a solta destruindo diversos reinos e saqueando suas riquezas, vários reinos foram derrubados e os restantes estão tentando se juntar para derrotar aquela coisa, por isso essa encomenda que fizemos.

Meu sangue ferveu no instante em que ouvi isso, Gertroid é um dos imortais que criei para tomar conta da humanidade, eu não sabia das atrocidades que ele vinha fazendo por não estar usando minha onisciência, além do mais, é estranho saber dos segredos dos outros.

- Que terrível.

- Eu concordo, podemos apenas rezar para os deuses que essa coisa seja derrotada.

Nos caminhamos por bastante tempo ate que conseguimos avistar a vila, porem, uma enorme explosão poderia ser ouvida e gritos vindos da vila, nos corremos ate la e quando chegamos, vemos diversas casas destruídas e fumaça por todos os lados, no céu, era possível ver uma criatura humanoide cinza, ela tinha asas parecidas com a de um dragão.

- Vila miserável, não tem nada de valioso aqui, acho que terei que levar suas vidas como uma forma de conquista!

A criatura diz levantando uma de suas mãos, e conjurando bolas de fogo que explodiam tudo ao redor dele.

- Stan, vai pra ferraria, você vai ficar seguro lá, eu preciso tentar ajudar os feridos!

- Mas vovô eu...

- Agora Stan!

Malleos grita enquanto corre na direção dos destroços e desaparecendo na fumaça, pela primeira vez na minha vida eu vi tudo que eu mais amava caindo aos pedaços, eu vi o lugar em que morava sendo queimado, eu vi as pessoas que eu considerava família carbonizadas a minha frente, muitos corriam feridos tentando alcançar a saída da vila, eu estava completamente sem reação, porem, um sentimento cresceu dentro de mim, o ódio.

- Parem de se esconder seus vermes! eu vou achar todos vocês, primeiro matarei os adultos e depois devorarei as crianças

A criatura diz enquanto pousa, ele caminha pelos destroços da vila a procura de sobreviventes, porem, ele sente uma presença atras dele, quando ele se vira ele vê um pequeno hamster caminhando lentamente na direção dele.

- Olha só, parece que o tampinha aqui quer ser um héroi, que piada.

Ele levanta sua mão e atira uma bola de fogo na direção da pequena criatura, que para o ataque com sua mão e o apaga.

- O que?! 

Os olhos da criatura se enchem de surpresa quando ele percebe o que estava a sua frente.

- M-Mestre?! O que você faz aqui? E-Eu juro que isso é um engano eu posso explicar essa situação

O hamster pula na direção dele enquanto agarra o pescoço dele com uma de suas patas e o joga no chão.

- Escuta aqui seu desgraçado, aqui é a minha casa, minha vila, meus moradores, e você acabou de desobedecer minhas ordens!

Stan diz enquanto uma de suas patas começa a crescer e ganhar garras, ele levanta gentilmente seu braço e começa a lentamente desmembrar a criatura a sua frente que começa a gritar  de dor.

- Suas feridas não vão se curar instantaneamente mais, sua ganancia te corrompeu e te fez virar algo terrível, vou te dar a honra de morrer e ter a chance de ter uma nova chance na sua próxima vida.

Stan abre o peito da criatura a sua frente enquanto o rasga no meio com suas garras, logo após isso largando o corpo sem vida no chão.

Depois disso minha vida ficou ruim, os moradores da vila me viram matar Gertroid, tendo se sentido ameaçados por ter vivido ao lado de algo tão perigoso como eu, eu fui expulso e não consegui me despedir do meu avô, eu acabei indo para uma floresta e acabei encontrando uma caverna, a qual eu fiz ser minha casa nova.