O conto do pós vida se repete

Capítulo 34

Passou-se uma semana e Fox estava no centro Pokémon em frente aos computadores de ligação. Seus dedos teclando uma sequência de números. Cinderace estava sentado em um banquinho ao seu lado olhando com curiosidade para o monitor. Alguns transeuntes que passavam olhavam para Cinderace com olhos estranhos, nunca tendo ouvido falar desse Pokémon. Mas como era fofo e bonitinho ganhou comentários positivos.

Fox ouviu cada um deles é cutucou de lado Cinderace que parecia ter ouvido também. "Você é fofo e adorável sim, não negue. Todos da equipe são." Afirmou ele casualmente mas sorriu de canto do rosto ao ver Cinderace corando de vergonha com os elogios. Haunter teria se deliciado com os elogios de forma arrogante mas por dentro seria humilde, Victini e o resto seriam mais moderados.

A ligação foi feita quando a imagem do professor Carvalho apareceu na tela. Sua expressão complica enquanto tentava sorrir de forma menos suspeita possível. Fox viu e sentiu bandeiras vermelhas soarem em sua cabeça. Nunca vira o professor nesse estado durante sua estadia, nem quando um grupo de Rhyhorn liderados por um Rhydon destruiu parte de sua reserva.

"Olá Fox, como tem sido sua jornada?" Perguntou professor aliviando a expressão. "Tem ido muito bem. Consegui enfrentar Surge e Raboot evoluiu junto de Haunter. E o homem é um cara bastante legal, conversei um pouco." Comentou Fox apontando para Cinderace que sorriu e acenou para o professor. Sempre se lembrará do velho gentil que lhe dava comida deliciosa de vez em quando.

"Olha só, que surpresa agradável! Cinderace, certo? Ele parece estar em muito bom estado." Afirmou o professor olhando para o coelho da mesma altura de Fox. Ele achou a situação um pouco cômica mas logo um pensamento passou por sua mente o distraindo.

Fox notou e decidiu perguntar diretamente. "O que está acontecendo, professor? Você parece estranho desde o início da ligação." Perguntou Fox preocupado. O velho foi a melhor pessoa que encontrou após chegar nesse mundo de forma tão brusca e repentina após morrer.

Professor Carvalho lutou com suas palavras, sem saber o que dizer. Quaisquer palavras que ele quisesse dizer não saiam. Ele suspirou e clicou em seu celular. "Não consigo lhe dizer. Irei enviar alguns arquivos. Pode ler se quiser, eu ficarei aqui e responderei suas perguntas da melhor forma que conseguir." Afirmou ele cansado.

Fox ergueu as duas sobrancelhas em dúvida mas só pela reação do professor deve ser algo sério. Sua pokedex apitou ao receber o referido arquivo. Com um clique ele abriu o documento. Cinderace ao seu lado foi olhar para a tela. Seus reflexos foram rápidos ao pegarem o pokedex que ia cair.

Professor Carvalho suspirou ao olhar para a expressão de Fox que continha choque e surpresa. Ele esperava algo assim do garoto.

Fox pegou lentamente o pokedex e olhou para o documento. "Aquisição legal. Zorua para sujeito 'Fox'." Era o título dado pelo documento. Seus olhos vagaram para as descrições do que isso dizia. Afirmava que usaram experimentos científicos para modificar de forma que o Zorua tivesse uma forma humana feita por ilusões físicas, de forma que o hospedeiro não percebesse.

Não só isso mas seus instintos de Pokémon eram removidos e modificados para serem iguais aos de um humano. Graças a isso nunca houvera a suspeita. Havia até a forma de seu corpo atual em uma pose de braços esticados e um pequeno Zorua ao lado.

Professor Carvalho mandou uma foto do documento original que usaram para digitalizar e percebeu como estava queimado nas bordas e tinha pequenas manchas soalhas pelo papel. Provavelmente resultado da destruição do laboratório no dia que se lembrara de ter escapado.

'Por que?' Era a única coisa que Fox pensou ao terminar de ler o arquivo. Não se sentia tão ruim quanto pensava mas ainda tinha um peso em si. Esse... corpo... havia sido experimentado por qual motivo? Por que fazer toda essa bagunça de manipulação mental para ter uma criança humana permanente sendo que era mais fácil de experimentar em Pokémon? Não que ele aprovasse mas não fazia sentido em sua mente.