Capítulo 4

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Fox hesitou mas decidiu guardar consigo mesmo essa memória do laboratório. Ele não achava que alguém fosse o ajudar de bom grado e não o usaria novamente como aquele doutor e a pessoa por trás do financiamento fizeram com ele e muitos outros antes.

Ele percebeu que seu eu nas memórias não tinha uma vida agradável e alegre como deveria ter. E isso o faz se lembrar que ele mesmo antes disso tudo estava em um situação parecida.

Seus dentes pressionando entre si ao se prender a memórias distantes mas ainda tão próximas de sua visão.

Professor Carvalho notou a hesitação do pequeno Fox e não o pressionou ainda mais para contar sobre essa memória. Talvez fosse algo terrível que fizeram com ele para estar nesse estado lamentável que até Pokémon com habilidades de cura tivessem dificuldade durante o tratamento.

Ao olhar mais atentamente para o garoto de aparência magra com cabelos brancos, que agora olhava para os dois Pokémon em seu colo como se fossem a única presença na sala, o o professor notou seu corpo rígido, suas pernas e braços tinha um leve tremor, acompanhado dos olhos que tremeluziam em intervalos, seus dentes rangendo com a boca fechada. O garoto estava tenso e nervoso.

Provavelmente até com medo.

Samuel Carvalho suspirou ao perceber que não seria fácil ajudar Fox se o menino continuasse nesse estado frágil de temer seus arredores. Alguma coisa no fundo de sua mente lhe dizia que se arrependeria se não ajudasse o garoto, e ele confiava em sua mente para maioria das situações. Ele só não sabia como ajudar.

Ele abriu a boca prestes a dizer algo mas o barulho de um bipe no volume máximo soou pela sala atordoando o professor que rapidamente pegou seu celular e estava prestes a desligar ou ligar para dizer que estava ocupado mas algo o atordoou novamente.

Ele notou que Fox, após seu alarme tocar, ficou totalmente rígido, seus braços e pernas totalmente esticados e duros feito vara de bambu, tremendo pelo corpo todo, seu olhar antes com pouco brilho agora estavam totalmente desprovidos de qualquer emoção ou algum sinal de vida.

Professor Carvalho notou todas essas mudanças em um instante e não teve a empo de sequer organizar seus pensamentos no momento quando ele notou um alto bipe tocando na sala e, ao olhar na direção do som, seus olhos se arregalaram em choque ao ver o rítmico cardíaco se elevar a alturas impossíveis. Ele poderia infartar ou ter uma parada cardíaca em qualquer segundo ou minuto.

Ainda sem ter tempo de processar o que estava acontecendo ou sequer agir, um grande grupo de enfermeiras Joy entraram na sala em alta velocidade, agindo o mais rápido possível para conseguir estabilizar o paciente que de alguma forma não estava convulsionando na cama, mantendo um olhar em puro pânico no rosto, seu corpo totalmente travado.

Professor Carvalho e Gary foram rapidamente retirados da sala para não atrapalharem no trabalho das enfermeiras Joy. Ambos ficaram parados na janela do quarto ainda sem ter notado a velocidade da sucessão de eventos. Em um momento eles estavam dentro da sala conversando calmamente com o garoto Fox e no outro estavam do lado de fora observando as médicas cuidarem do garoto que teve seus batimentos cardíacos acelerados a um nível anormal com o corpo todo rígido e travado.

Professor caralho suspirou levemente e nem conseguiu organizar seus pensamentos quando seu telefone no bolso tocou novamente. O mesmo parou seus movimentos por uns instantes pensando se deveria ou não atender é no final optou por fazê-lo.

Apertando o botão para aceitar a chamada, o professor aproximou o telefone de sua orelha com movimentos suaves. "Alô?" Ele notou que sua voz soou mais cansada que o normal, mesmo não tendo feito nenhum esforço.

O conto do pós vida se repeteOnde histórias criam vida. Descubra agora