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Entrei em casa com o ômega frágil no reboque, meu coração batendo mais rápido do que gostaria de admitir. Coloquei-o com cuidado em um sofá aconchegante na sala de estar e, em seguida, fui até a cozinha, onde preparei um pouco de chá quente e algo leve para comer, pensando que ele precisaria de algo para recuperar as forças.

Ao retornar à sala, encontrei-o olhando ao redor, seus olhos demonstrando mistura de curiosidade e cautela. Entreguei-lhe a xícara de chá e o prato de comida com um gesto tranquilo. "Aqui, isso vai te fazer bem."

Ele me olhou com surpresa, como se não estivesse acostumado a esse tipo de gentileza. Agradecendo com um aceno de cabeça, ele começou a saborear o chá quente, suas mãos ainda trêmulas.

"Eu não sou um alfa ruim, acredite," murmurei, não conseguindo evitar a necessidade de me explicar. "Eu só... não pude ignorar quando vi você naquele beco."

Ele assentiu levemente, e em seu olhar havia uma mistura de gratidão e incerteza. "Eu não esperava ajuda de ninguém."

"Às vezes, a ajuda pode surgir dos lugares mais inesperados," respondi com um toque de amargura em minha voz

Ele terminou de comer e, quando eu me aproximei para pegar o prato de sua mão, ele recuou subitamente, fazendo com que o prato caísse no chão e se estilhaçasse em pedaços. Seus olhos se encheram de lágrimas e, em meio a soluços, ele tentou se desculpar.

"De-desculpa e-eu," sua voz vacilou, e ele começou a chorar. A culpa estava estampada em seu rosto.

"Porra," - disse .Respirei fundo, tentando me acalmar, enquanto via os pedaços do prato espalhados pelo chão. Dirigi-me à cozinha, peguei uma vassoura e um pano, e retornei à sala para começar a varrer os cacos do prato e recolher os restos de comida.

A medida que eu varria os cacos do prato, pude ouvir o soluço do ômega se acalmando lentamente. Era evidente que ele estava passando por um momento difícil, e eu não queria tornar sua situação ainda mais desconfortável.

Depois de terminar a limpeza, joguei os cacos quebrados no lixo e me sentei ao lado do ômega no sofá. Ele ainda estava soluçando, mas suas lágrimas começaram a diminuir. "Está tudo bem," eu disse tentado soar o mais calmo possível já que não era o meu comum . "Não se preocupe com o prato. Isso não é importante."

Ele olhou para mim, os olhos vermelhos e inchados, mas havia uma expressão mais calma em seu rosto

Eu estava prestes a dizer algo mais quando meu celular começou a tocar, interrompendo nossa conversa. Revirei os olhos com impaciência, não estava esperando receber chamadas em minha folga. Olhei para o visor e vi o nome da empresa piscando, indicando que era uma ligação importante.

Suspirei profundamente e me virei para o ômega, que ainda estava sentado no sofá, observando-me com uma expressão ansiosa. "Desculpe, tenho que atender essa ligação de trabalho. É inesperado, mas espero que não demore muito."

Ele assentiu com compreensão, embora sua expressão frágil traísse um toque de preocupação. Peguei o celular e atendi a chamada, respondendo às perguntas e lidando com o que fosse necessário do outro lado.

Minutos se transformaram em um tempo mais longo do que eu gostaria, enquanto resolvia um problema inesperado da empresa. Eu estava ficando cada vez mais frustrado com a situação, especialmente porque era minha folga e eu tinha planos.

Finalmente, consegui encerrar a chamada, jogando o celular de lado com um suspiro de alívio e raiva. Olhei para o ômega, que estava quieto no sofá, sua expressão agora mais tranquila.

"Desculpe por isso," eu disse, minha voz carregada de irritação. "Era minha folga, mas aconteceu um problema no trabalho."

Ele assentiu, sua voz suave. "Eu entendo. Não se preocupe comigo, vou ficar bem.E eu já vou embora ", disse quase em um sussurro

"- Você não precisa ir embora, fica aqui, toma um banho e relaxa, eu já volto - disse

"- Ma-mas e-eu... não vou atrapalhar? - perguntou o ômega na minha frente, que até agora eu não sabia o nome.

"- Qual seu nome? - perguntei, já impaciente.

"-... Izuku - respondeu, com um olhar tímido.

"como - Izuku, você não vai embora por três motivos. Primeiro, você tem um lugar para ficar - ele balançou a cabeça em negação. - Segundo - apontei para o céu lá fora, que já estava caindo gotas de chuva. - Terceiro, você não pode ficar nessa situação. Então, pode tomar banho, escovar os dentes, dormir, comer tudo. O banheiro, use o do quarto de cima, o da direita, tá? Agora, eu tô indo, tchau! - Fechei a porta e fui para o carro, extremamente puto, porque hoje não era para eu estar trabalhando nessa bosta de folga.

Eu cuido de você - Bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora