Quando o mundo se tornou assolado pelo caos do apocalipse zumbi, April Dixon é arrastada para o turbilhão do pesadelo. Em meio às ruínas da civilização e ciente de que a morte espreita a cada esquina, ela se vê confrontada com uma única escolha: fic...
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Nunca pensei sobre a morte, nem na ideia de morrer. Apenas sabia que aconteceria em algum momento, mas por quê? A morte tinha um propósito, ou era apenas o fim silencioso de tudo o que um dia foi? Talvez evito pensar em morrer porque me assusta, mas também me atrai.
Quando papai morreu, um sorriso se desenhou em meus lábios, não por sentir alegria, mas pela compreensão silenciosa compartilhada entre Daryl e eu. Seu jeito reservado ocultava as profundezas de sua dor, mas eu, que o conhecia tão bem, pude perceber a carga que ele silenciosamente descarregava quando papai se fundiu à terra marrom. Foi como se, naquela hora, meu irmão largasse uma mochila cheia de problemas. O alívio flutuava no ar, uma emoção que transcendia as palavras e se tornava parte da paisagem do adeus tardio.
Ainda me lembro do cheiro, e é tão forte quanto da comida de cachorro que o Governador nos estende.
— É melhor comerem, - ele fala - vai ser um longo dia.
— É nojento. - eu digo
Ele ri em um sopro e guarda a embalagem no bolso.
— Ninguém vai ferir vocês.
— Não acredito nisso. - Hershel se manifesta - Diga o que você quer…
Silêncio.
— Com certeza não é um velho, uma criança e a pessoa que ele mais odeia. - sussuro, mas é alto o suficiente para que ele escute
— Por favor. - Hershel continua
— Não é nada pessoal. - ele diz virado de costas para nós - Não quero e não vou ferir ninguém, mas preciso da prisão. Só isso.
— “Só isso”. - o imito
— Dixon! - sou repreendida por Hershel
— Tenho pessoas que preciso manter vivas, - olha para nós com seu único olho - e vocês vão me ajudar nisso. Vou tomá-la e ninguém precisa morrer.
Ele mexe e remexe em algo, é como se não quisesse nos olhar.
— Eu vou te matar. - a mulher diz, de repente
— Não, não vai.
— Eu vou pegar… - ela continua
— Para! - dessa vez Hershel a repreende - Você quer a prisão?
— Quero, e vou tomar do jeito mais pacifico que puder.
Esse cara tá’ de sacanagem.
— Governador.
— Não me chame assim. - enfim se vira completamente, eu o encaro
Os nós em meus pulsos me apertam, mas não o suficiente para doer. É cuidadoso, mas perturbador.
— Nosso pessoal, podemos achar um jeito de vivermos todos juntos.
Olho incrédula para o senhor. Como Hershel pode achar que isso poderá dar certo?
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