LABYRINTH

78 5 2
                                    

Andávamos tão devagar que quase tropeço em meus cadarços

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Andávamos tão devagar que quase tropeço em meus cadarços. Michonne estava logo atrás de mim, enquanto eu caminhava ao lado dos dois mortos-vivos presos em sua cintura. Éramos quase um deles. Minha garganta estava seca e meus lábios, ressequidos, mal conseguiam articular palavras.

O silêncio prolongado parecia pesar sobre nós, carregando o fardo dos eventos recentes. O mundo ao redor parecia em câmera lenta, como se o tempo tivesse decidido desacelerar para refletir a gravidade da situação.

— Não! - escutei-a gritando, cortando a sinfonia de grunhidos, e de repente cessou os passos

Atordoada a mulher alcançou sua katana e golpeou um dos mortos que seguíamos. Então de em um foram se aproximando, sem tempo de alcançar as flechas para o arco, empurrei os que invadiam meu caminho. Corri, quando me vi sem saída, com o medo pulsando meu peito.

Michonne tinha sua espada. Eu tinha três flechas; um arco trêmulo e oito mortos me seguindo.

Sem a sorte ao meu lado, mais dois se uniram à minha perseguição, somando-se à minha maratona da morte. Mesmo sendo lentos, minha exaustão era evidente. Estendi o braço direito, alcançando uma flecha, mas sem a energia para posicioná-la no arco, eu a segurava com tanta força que minha mão perdia a circulação, tornando-se quase branca.

Era dia, um dia bem claro e quente. Talvez meio-dia. A paisagem à frente parecia monótona, tão verde que minha cabeça latejava. A sensação de correr em círculos não era descartada.

De repente, uma mão agarrou meu ombro, assustando-me ao ponto de quase sentir dentes fechando-se em minha pele. Frenética, com a ponta da flecha acertei o crânio do morto-vivo que me atacou. A parada brusca me deixou cercada novamente, mas em um movimento rápido, mais dois estavam no chão. E eu também.

O silêncio pairava, mas logo foi rompido pelo arrastar de passos pesados. Sombras se materializaram ao meu redor, e mãos gélidas alcançaram meus tornozelos, pernas, braços e rosto. Uma sensação de ardor percorreu meu corpo, enquanto o gelo dessas mãos se infiltraram em minha pele.

A sensação era sufocante. De repente, me vi tão gelada quanto as palmas que me tocavam. O desespero cresceu, mas uma centelha de resistência acendeu dentro de mim. Com uma força que parecia ressurgir do mais profundo, ergui-me, afastando-me da maré de mortos-vivos que me envolvia.

Com a flecha ainda presa em meus dedos. O sangue se misturava com a grama, enquanto eu me movia com uma energia alimentada pela necessidade de sobrevivência. Enquanto alguns dos mortos caíam sob a lâmina afiada, eu me afastava, buscando um espaço para respirar.

A respiração ofegante, os músculos tensos, eu, April, continuava - e continuaria a dança da sobrevivência. Quando me vi recuperada por um fio, apertei meus passos, adentrando mais o verde das árvores. Sabia que tinha que retornar e encontrar Michonne, mas não arriscaria levar cinco deles comigo.

TAKE ME BACK [carl grimes]Onde histórias criam vida. Descubra agora